Os fundadores do aplicativo Beauty Date, que faz agendamentos de serviços de beleza (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2016 às 07h00.
São Paulo – Uma startup de Curitiba tem chamado a atenção do mercado. É a Beauty Date, uma empresa cujo principal produto é um serviço de agendamento de salão de beleza pela internet.
A ideia é como tantas outras que têm surgido por aí: aproveitar o conceito da Uber e ligar oferta e demanda de um serviço usando a geolocalização. A Beauty Date não é a primeira a usar esse modelo no mercado da beleza. A diferença é que a startup recebeu um aporte invejável de 28 milhões de reais no fim do ano passado, e hoje está em meio a mais uma rodada de investimentos, com expectativa de captar mais 20 milhões de dólares.
O serviço funciona assim: a usuária que quer aproveitar seu horário de almoço para fazer a unha perto do trabalho pode acessar o aplicativo pelo celular e verificar os salões na região com horário disponível.
Ela também pode usar o app para agendar um corte de cabelo em seu cabeleireiro preferido com mais praticidade. O aplicativo está em busca de parcerias com salões renomados. O cabeleireiro Celso Kamura, por exemplo, (que cuida do visual de diversas personalidades, dentre as quais a presidente Dilma Rousseff) estará disponível no app em duas semanas, garante a startup.
Diferencial
Mas, afinal, se o Brasil já tem outros apps que fazem esse tipo de serviço, qual o diferencial da Beauty Date? Segundo o fundador Alexandre Kleis, a grande diferença é que, além da facilidade para o usuário, a Beauty Date também oferece um sistema de gestão de negócios para o salão.
“A diferença é que somos integrados com o sistema de gestão. Fazemos relatórios com informações sobre estoque, preços, controle de serviços, rateio de comissão e faturamento do estabelecimento”, explica o empreendedor.
Muitos salões pequenos sequer possuem um sistema de gestão do negócio, o que dificulta o controle do caixa. Ao se associarem ao app, esses estabelecimentos também se beneficiam com uma maior procura pelos usuários do aplicativo, garante Kleis. Por enquanto, a associação ao Beauty Date é gratuita para o salão, pelo período de um ano. A partir do ano que vem, será cobrada uma mensalidade de 70 reais.
O serviço de gestão do negócio tem sido uma grande aposta para a startup. Com o aporte recebido no final do ano passado, liderado pelo fundo Valor Capital, a Beauty Date comprou a AZ Soluções, empresa que está há 17 anos no mercado e oferece justamente um sofware de gestão para salões de beleza.
“Isso foi muito importante para nós. Em geral as startups são incorporadas por empresas já consolidadas. No nosso caso, graças a esse aporte, pudemos fazer o movimento inverso”, comemora Kleis.
Com a nova rodada de investimento aberta agora, a intenção é fazer novas aquisições e aumentar sua fatia do mercado, inclusive com expansão para outros países da América Latina.
Criada em 2013, a empresa ainda não dá lucro, mas cresce cerca de 35% ao mês, segundo o fundador. Hoje são 150 mil usuários, para 1.300 salões cadastrados (800 deles em São Paulo e região). Até 2018, a expectativa é dominar até 90% dos agendamentos online no setor de beleza.
Faculdade
Como muitos empreendedores, Kleis resolveu iniciar o negócio após viver na pele um problema ainda sem solução. Era 2010, e ele, que mora em Curitiba, tinha uma festa de formatura em Londrina. Chegando à cidade a poucas horas do evento, não encontrou nenhum local em que pudesse cortar o cabelo por um preço justo antes da festa.
“No dia seguinte, liguei para um amigo [o hoje sócio da Beauty Date, Giovanni Bonetti] e disse que precisávamos criar um serviço de agendamento online”, conta o empreendedor. A dupla criou então dois serviços diferentes, um voltado para consultas médicas e outro para serviços em geral antes de apostar especificamente no mercado de beleza.
Além de Keis e Bonetti, a startup tem um terceiro sócio, Fabrizzio Zampieri. O foco nos salões tem se mostrado acertado. Hoje a Beauty Date tem 78 funcionários, sendo que em 2015 eram apenas 13 pessoas.
O sucesso dos negócios, porém, fez com que Kleis abandonasse a faculdade. Ele deixou de cursar engenharia elétrica a um semestre de terminar o curso e não pretende voltar. “No ramo de empreendedorismo, o diploma não diz muita coisa. Mas isso não quer dizer que não quero estudar. Tenho planos de fazer um MBA fora do Brasil”, conta Kleis.