Startup cria app que pesquisa o melhor preço no supermercado
Inspirados pela própria frustração, grupo cria plataforma que tem feito sucesso na crise econômica. Objetivo é aumentar o poder de compra do consumidor.
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2016 às 08h00.
São Paulo - Preparando-se para um churrasco, o grupo havia visitado quatro supermercados com lista em mãos em busca do mais barato. Ao terminar a ronda, constataram que podiam ter parado no primeiro mesmo. É fácil se identificar com a frustração. A diferença é que os fundadores do PagPouco.com, criado em 2015, decidiram encarar o problema como uma oportunidade de negócio, e desenvolveram uma plataforma própria de comparação de preços.
Bruno Fernandes, um dos fundadores e hoje CEO da startup , participou no início de 2015 do Laboratório, programa de desenvolvimento de lideranças do Na Prática, e logo em seguida entrou no Núcleo, a comunidade alumni de quem já passou por esses programas. Foi na junção do que aprendeu e viveu nos dois projetos que conseguiu evoluir a ideia do PagPouco, que germinava desde meados de 2014. “A dica que dou para quem quer aproveitar ao máximo os programas do Na Prática é esquecer de tudo e abrir a cabeça”, resume. “O conteúdo é de extrema qualidade e acaba mostrando caminhos certos e errados na nossa jornada, um diferencial enorme num mercado tão duro e concorrido.”
No Laboratório, a proposta envolve transmitir aos participantes um mindset de liderança e estimulá-los a tirar seus projetos do papel. A provocação do programa foi o pontapé necessário para Bruno arregaçar as mangas e fazer o PagPouco acontecer junto a seu sócio Ricardo Forte. Nesse processo, investiram mais de 60 mil reais do próprio bolso. O retorno foi além do esperado: com o site no ar, a meta de conseguir mil usuários nos primeiros cinco meses foi batida em 30 dias.
Para explicar a aposta na ideia, Bruno destaca que um terço do orçamento de uma família é gasto em supermercados e que produtos iguais podem variar até 70% nos preços. Em momentos de crise econômica, a busca por informações do tipo cresce ainda mais. A ‘sacada’ dos empreendedores foi exatamente aproveitar o modelo de comparação de preços que já existia para lojas online, como o site de pesquisa Buscapé, e transpor para o mundo dos supermercados com unidades físicas. A dificuldade também mora aí: os preços de cada produto, em cada supermercado, não estão a um clique de distância. Sem a possibilidade de um algoritmo que realize essa busca automaticamente, hoje os preços são escaneados por um smartphone, utilizando o código de barras de cada embalagem. No início, porém, tudo era feito de forma manual.
O site, por enquanto, funciona com supermercados de Santos e da Zona Sul de São Paulo, mas o objetivo da dupla é ambicioso: expandir nacionalmente o modelo de negócios, já que o mercado em potencial é imenso.
Em janeiro, a equipe foi selecionada para expor na área ‘Startup & Makers’ da Campus Party Brasil, um espaço focado em empreendedorismo dentro da tradicional feira geek. Lá foi possível mergulhar no ecossistema de startups brasileiras e apresentar a ideia a investidores.
“Para investidores, simplesmente mostramos até onde chegamos, nossas métricas e a possibilidade muito grande de ganhar mercado e crescer”, conta ele, que está fazendo uma nova ronda em busca de capital. A aceitação dos clientes também validou a ideia. “Por ser gratuito – e sempre será, porque o PagPouco nasceu para ajudar a economizar tempo e dinheiro –, as pessoas enxergam um benefício muito grande.”
Conselhos e liderança
“Um conselho em particular que gostei muito e compartilho é o seguinte: o dinheiro mais rápido e próximo de você é o dos seus clientes em potencial e não dos investidores”, lembra. “Acho essencial ouvir com atenção o que pessoas experientes no mercado falam”.
Quando pensa no futuro, Bruno é otimista. “Acredito que estamos vivendo uma oportunidade sem precedentes para o empreendedorismo e tenho certeza que o que for consolidado nesse momento crítico terá um fôlego imenso quando o país voltar a crescer”, conclui.
*Este artigo foi originalmente publicado peloNa Prática, portal da Fundação Estudar.
São Paulo - Preparando-se para um churrasco, o grupo havia visitado quatro supermercados com lista em mãos em busca do mais barato. Ao terminar a ronda, constataram que podiam ter parado no primeiro mesmo. É fácil se identificar com a frustração. A diferença é que os fundadores do PagPouco.com, criado em 2015, decidiram encarar o problema como uma oportunidade de negócio, e desenvolveram uma plataforma própria de comparação de preços.
Bruno Fernandes, um dos fundadores e hoje CEO da startup , participou no início de 2015 do Laboratório, programa de desenvolvimento de lideranças do Na Prática, e logo em seguida entrou no Núcleo, a comunidade alumni de quem já passou por esses programas. Foi na junção do que aprendeu e viveu nos dois projetos que conseguiu evoluir a ideia do PagPouco, que germinava desde meados de 2014. “A dica que dou para quem quer aproveitar ao máximo os programas do Na Prática é esquecer de tudo e abrir a cabeça”, resume. “O conteúdo é de extrema qualidade e acaba mostrando caminhos certos e errados na nossa jornada, um diferencial enorme num mercado tão duro e concorrido.”
No Laboratório, a proposta envolve transmitir aos participantes um mindset de liderança e estimulá-los a tirar seus projetos do papel. A provocação do programa foi o pontapé necessário para Bruno arregaçar as mangas e fazer o PagPouco acontecer junto a seu sócio Ricardo Forte. Nesse processo, investiram mais de 60 mil reais do próprio bolso. O retorno foi além do esperado: com o site no ar, a meta de conseguir mil usuários nos primeiros cinco meses foi batida em 30 dias.
Para explicar a aposta na ideia, Bruno destaca que um terço do orçamento de uma família é gasto em supermercados e que produtos iguais podem variar até 70% nos preços. Em momentos de crise econômica, a busca por informações do tipo cresce ainda mais. A ‘sacada’ dos empreendedores foi exatamente aproveitar o modelo de comparação de preços que já existia para lojas online, como o site de pesquisa Buscapé, e transpor para o mundo dos supermercados com unidades físicas. A dificuldade também mora aí: os preços de cada produto, em cada supermercado, não estão a um clique de distância. Sem a possibilidade de um algoritmo que realize essa busca automaticamente, hoje os preços são escaneados por um smartphone, utilizando o código de barras de cada embalagem. No início, porém, tudo era feito de forma manual.
O site, por enquanto, funciona com supermercados de Santos e da Zona Sul de São Paulo, mas o objetivo da dupla é ambicioso: expandir nacionalmente o modelo de negócios, já que o mercado em potencial é imenso.
Em janeiro, a equipe foi selecionada para expor na área ‘Startup & Makers’ da Campus Party Brasil, um espaço focado em empreendedorismo dentro da tradicional feira geek. Lá foi possível mergulhar no ecossistema de startups brasileiras e apresentar a ideia a investidores.
“Para investidores, simplesmente mostramos até onde chegamos, nossas métricas e a possibilidade muito grande de ganhar mercado e crescer”, conta ele, que está fazendo uma nova ronda em busca de capital. A aceitação dos clientes também validou a ideia. “Por ser gratuito – e sempre será, porque o PagPouco nasceu para ajudar a economizar tempo e dinheiro –, as pessoas enxergam um benefício muito grande.”
Conselhos e liderança
“Um conselho em particular que gostei muito e compartilho é o seguinte: o dinheiro mais rápido e próximo de você é o dos seus clientes em potencial e não dos investidores”, lembra. “Acho essencial ouvir com atenção o que pessoas experientes no mercado falam”.
Quando pensa no futuro, Bruno é otimista. “Acredito que estamos vivendo uma oportunidade sem precedentes para o empreendedorismo e tenho certeza que o que for consolidado nesse momento crítico terá um fôlego imenso quando o país voltar a crescer”, conclui.
*Este artigo foi originalmente publicado peloNa Prática, portal da Fundação Estudar.