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Startup americana quer usar IA para melhorar infraestrutura no Brasil

Zinier quer usar parte do aporte de US$ 90 milhões que recebeu para conquistar empresas brasileiras de telecomunicações, petróleo, energia e gás

 (Josue Isai Ramos Figueroa/Zinier/Divulgação)

(Josue Isai Ramos Figueroa/Zinier/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 14h00.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 14h06.

Garantir que água, eletricidade, internet cheguem à casa das pessoas (e depois manter esses serviços funcionando) requer uma grande infraestrutura empresarial de instalação em campo. Tentando ajudar as empresas a automatizar esses processos, Andrew Wolf e Arka Dhar fundaram em 2015 a startup de inteligência artificial norte-americana Zinier. Na semana passada, a empresa anunciou ter recebido um investimento de 90 milhões de dólares em uma rodada de investimento série C liderada pelo fundo Iconiq Capital (Uber, Netshoes).

Em entrevista a EXAME, Alejandro Padilla, diretor da divisão latino-americana da startup, contou que a companhia planeja usar parte do montante levantado para expandir sua operação na América Latina e entrar com força total no mercado brasileiro.

Novo escritório no Brasil

Depois do México, o Brasil é o segundo mercado da região em que a empresa atua. Carlos Nicolini, consultor com experiência em telecomunicações, foi contratado para gerir a operação brasileira e mostrar para as empresas daqui o possível impacto que o serviço da startup teria na redução de custos e ineficiências.

Os primeiros clientes da companhia no país são da indústria de telecomunicações, mas, com a nova injeção de capital, a expectativa é conquistar mais clientes ao longo do primeiro trimestre nas áreas de energia, petróleo e gás.

Padilla diz que o mercado brasileiro é uma grande oportunidade para a startup, já que as empresas daqui precisam gastar muito dinheiro com a manutenção das infraestruturas antigas e com as atualizações necessárias para uso de novas tecnologias, como o 5G. Além disso, o diretor ressalta que o fato de o “Brasil ser um país focado em inovação tecnológica”, com várias empresas pioneiras, é animador para a startup.

Para ele, a plataforma de inteligência artificial e automação da Zinier é muito compatível com as necessidades das empresas latino-americanas. Segundo o diretor, as terceirizações de instalação de serviços na região são comuns, e difíceis de serem geridas. Com o sistema integrado da startup, a empresa conseguiria saber em tempo real o que está acontecendo em campo com os terceirizados.

Zinier: plataforma da empresa usa inteligência artificial para gerir projetos realizados em campo pelos clientes (Zinier)

 

A companhia compete com empresas gigantescas, como Salesforce e Microsoft, pelo mercado de automação de processos de instalação de tecnologia em campo. Seu modelo de negócio é o de software por assinatura, em que as empresas pagam para utilizar sua tecnologia de gestão e automação.

Com base em dados, a plataforma da Zinier, ajuda, por exemplo, uma empresa a colocar o engenheiro mais qualificado para comandar um determinado projeto, aumentando as chances de que o trabalho seja concluído com êxito da primeira vez, economizando tempo e dinheiro.

Fora o investimento na América Latina, a Zinier usará os 90 milhões de dólares para apoiar a captação global de clientes e expandir as funcionalidades de sua plataforma de automação de serviços.

Além de ter escritórios no Vale do Silício e México, a empresa também está em Singapura e Portugal. Segundo o site norte-americano Techcrunch, hoje 40% dos clientes da startup estão na América do Norte, 40% na América Latina e 20% no sul da Ásia.

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