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Startup 100 Foods lança hambúrguer e “nuggets” à base de planta

Para competir no disputado mercado de carne vegetal, a startup brasileira criou uma versão de frango feita com proteína de ervilha

Paulo Ibri, fundador da 100 Foods: empresa recebeu um investimento-anjo de 700.000 reais (100 Foods/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 10h45.

O mercado de carnes feitas de planta está cada dia mais disputado no Brasil. Além das startups Fazenda do Futuro e NotCo, conhecidas pelos alimentos à base de planta, gigantes como BRF e Marfrig também estão presentes na categoria. É entre essas empresas que a startup 100 Foods tenta conquistar seu espaço.

A empresa lança neste mês de dezembro “nugetts” e hambúrgueres de carne e frango feitos com proteína vegetal. Para recriar a textura da carne animal, a startup brasileira usa proteína de ervilha. Em cada porção, há 13 gramas de proteína e zero gordura trans.

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As carnes de plantas chegam para complementar o portfólio da 100 Foods. A empresa, criada em 2019, começou no mercado fabricando condimentos veganos, como ketchup, barbecue e maionese. “Nascemos com a proposta de repensar de maneira saudável produtos que são normalmente vilões nas mesas dos brasileiros”, afirma Paulo Ibri, fundador e presidente da companhia.

Todos os seus produtos podem ser encontrados em 1.100 pontos de venda em 19 estados brasileiros e no e-commerce da marca. Os preços variam entre 19 a 22 reais.

Do energético ao verde

A 100 Foods foi construída após a jornada de Ibri pela indústria alimentícia. Antes de fundar a empresa em 2019, o empreendedor passou sete anos como executivo de vendas da Red Bull no Brasil. Depois, assumiu a área de marketing da empresa Verde Campo, de alimentos saudáveis.

Na transição entre os dois empregos, começou a desenhar o projeto que daria vida à startup. “Sempre tive o sonho de trabalhar com alimentação saudável e estava de olho no movimento global de alimentação à base de plantas”, diz o fundador.

Pensando em formas de trazer o conceito para o Brasil, o empreendedor decidiu começar pela categoria de molhos 100% naturais. No final de 2018, com os produtos já no mercado, ele deixou sua carreira como executivo para se dedicar totalmente ao negócio.

Em seu primeiro ano de atuação, a food tech faturou mais de 500.000 reais e captou 700.000 reais em investimento-anjo. O negócio também foi acelerado pela Orgânica Digital, um grupo de empreendedores experientes em marketing e cultura organizacional, liderado pelo ex-executivo da Netshoes, Renato Mendes.

Impulsionada pelo investimento, a empresa deve crescer entre 200% e 250% em 2020. Em 2021, com os novos produtos, o plano é crescer pelo menos dez vezes e começar a exportar para países da América Latina e Europa. Em relação ao portfólio, Ibri diz planejar lançar pelo menos mais cinco ou seis produtos no próximo ano.

Segundo o fundador, o diferencial da 100 Foods é sua preocupação em criar produtos saudáveis, não somente feitos com plantas. “Não queremos criar fórmulas similares às da grande indústria usando plantas. Queremos usar ingredientes naturais que tragam benefícios em termos de tabela nutricional”, afirma.

Apesar da proposta, o empreendedor é rápido ao dizer que os novos produtos, como hambúrgueres e “nuggets”, não devem ser consumidos diariamente. “É um hambúrguer mais saudável que a versão tradicional industrializada, mas ainda é um produto de indulgência, não de rotina”, diz.

Mercado bilionário?

Não é a toa que tantas empresas estão de olho nas carnes feitas de planta. Estima-se que em cinco anos os hambúrgueres sintéticos vão custar o mesmo que os feitos com carne de verdade. Com isso, o mercado de carne vegetal pode chegar a 140 bilhões de dólares por ano em 2029 (10% do mercado de carnes convencionais), segundo estudo do banco de investimento Barclays.

A startup precursora desse movimento é a americana Beyond Meat, fundada em 2009, e que abriu capital na Nasdaq em 2019. Em 2019, a empresa faturou 298 bilhões de dólares, um crescimento de 239% quando comparado ao ano anterior. Neste ano, em julho, a companhia trouxe seus produtos ao mercado brasileiro.

Por aqui, a pioneira é a Fazenda do Futuro, criada pelos ex-donos fabricante de bebidas Do Bem, de sucos e chás, vendida à Ambev em 2016. Em setembro deste ano, a startup recebeu um aporte de 115 milhões de reais liderado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a Exame), ENFINI Investments (Grupo PWR Capital) e os investidores da primeira rodada Monashees e Go4it Capital.

Outra food tech capitalizada é a chilena NotCo, que recebeu também em setembro um aporte de 85 milhões de dólares para impulsionar sua expansão internacional. A companhia ficou conhecida por suas versões veganas de produtos como maionese e leite. Neste ano, a startup trouxe seu hambúrguer feito de planta ao Brasil.

Diante de competidores de peso, a 100 Foods terá que provar a qualidade dos seus produtos se quiser abocanhar uma fatia maior do tão desejado mercado de carne à base de plantas.

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