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Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2011 às 18h13.
São Paulo – Com mais de meio bilhão de pessoas conectadas todos os dias, o Facebook é um fenômeno na internet e no mundo dos negócios. Agora, as empresas estão enxergando a rede de Mark Zuckemberg também como um canal para aumentar o faturamento.
O social commerce, uma nova tendência, consiste em usar as redes sociais como uma plataforma de vendas. Ainda pouco usada no Brasil, a estratégia permite à empresa conquistar novos consumidores e impulsionar as vendas.
Para o especialista em marketing digital e diretor da agência Cookie Web, Natan Sztamfater, essa onda representa uma nova era nas compras pela internet. “Faltava esse tempero para que o momento da compra ficasse ainda mais interessante do que na loja física”, diz.
Iniciativa
O site de compras coletivas Clube do Desconto começou a operar pelo Facebook há quase dois meses. Segundo o diretor de marketing da empresa, Sérgio Blacheriene, o público tem dado um retorno positivo da nova ferramenta. “Em um mês, vendemos cinco mil vouchers direto pelo Facebook”, conta. Isso representa 5% das compras no período. “A gente espera chegar a 15% até julho”, diz.
A compra pela rede social encurta o caminho entre os clientes e a empresa. “A venda é baseada na recomendação de pessoas que você acompanha ou confia”, defende Sztamfater. Blacheriene explica que esse é um modelo precioso para os negócios menores. “Encurtar o caminho de compra é um grande benefício”, diz.
Dicas
Para também aproveitar essa onda, o primeiro passo é ter uma página bem feita na rede. As informações da sua empresa devem estar sempre atualizadas. “Tenha o “conteúdo relevante” como principal diretriz. Com esta regra, suas ações terão muito sucesso”, ensina Sztamfater. Apesar de não ser obrigatório, investir algum dinheiro em mídia pode trazer resultados ainda maiores.
A página da empresa no Facebook deve funcionar como uma vitrine. “Oferecer os produtos compondo um look ou organizando por categoria permite ao usuário curtir e comprar direto na rede social”, ensina o diretor da Cookie Web.
A ferramenta ShopTab ajuda na tarefa - basta adicionar os itens na plataforma que ela organiza a página. Gigantes como Coca-Cola e Barneys New York já usam o aplicativo em suas páginas.
No dia a dia, a dica é incentivar os clientes que visitam a loja física a compartilhar sua localização ou mesmo recomendar produtos através da rede. “Isso exige um trabalho direto e pessoal com os principais clientes para construir uma ligação em que ele aceite curtir, recomendar ou fazer check in na loja”, diz Sztamfater.
O processo é trabalhoso, mas pode trazer retornos interessantes, afinal a grande vantagem de usar o social commerce é ter acesso às redes de amigos dos clientes. “O consumidor é impactado pelo curtir do amigo, o que vale muito mais do que publicidade em qualquer outra mídia”, explica o especialista.
Outra sugestão para aumentar o número de "fãs" é oferecer informações e promoções exclusivas a quem curte a página. “Isso pode, inclusive, ser feito diretamente no site da empresa, adicionando um box do Facebook na página”, conta.
O custo da estrutura necessária para fazer o social commerce funcionar é relativo. Segundo Sztamfater, pode-se começar com um investimento baixo, mas os resultados também não serão impactantes logo de cara. “Apesar de ser uma grande tendência, é muito difícil apoiar um negócio apenas nessa funcionalidade. Para os pequenos, os resultados ainda não devem ser tão grandes, mas a ferramenta serve como um agregador de vendas e, com certeza, ajuda a fidelizar ainda mais os clientes”, explica.
Empreendedorismo
De carona no movimento de ascensão do social commerce já começam a surgir novos negócios. É o caso da LikeStore. Recém-criado, o serviço permite que qualquer página se transforme em uma loja virtual. Segundo Gabriel Borges, diretor e idealizador da LikeStore, o projeto foi desenvolvido em quatro meses. “A gente percebeu a oportunidade e mergulhou nisso”, diz.
Em fase de testes, o serviço deve estar disponível ao público geral nas próximas semanas. “As pequenas empresas vão poder navegar por um ambiente de administrador, onde vai ser possível incluir produtos, calcular preços e organizar a loja”, conta. Para ele, a usabilidade do Facebook ajuda a fisgar o consumidor. No primeiro ano, a expectativa é que a plataforma viabilize 150 mil transações com um ticket médio de R$ 120, movimentando R$ 18 milhões.
Pioneira do gênero no país, a LikeStore foi inspirada na americana Payvment. Borges conta que o investimento ao longo do primeiro ano deve ser de R$ 1 milhão – valor que deve ser recuperado no mesmo período. Ainda em fase de teste, o modelo de negócios do serviço será, por enquanto, baseado no comissionamento por vendas concluídas.