Sites de descontos são estratégia de marketing para pequenas
Os clubes de compras coletivas têm se mostrado um bom canal de divulgação para as pequenas e médias empresas
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 10h15.
São Paulo - Recentes no Brasil, os clubes de desconto já conquistaram muitos adeptos e estão se tornando uma nova modalidade de e-commerce e marketing para as pequenas empresas. “A grande oportunidade de negócio para o pequeno é de marketing a um preço bem pequeno”, diz Gerson Rolim, coordenador da área de micro e pequenas empresas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.
Segundo ele, os sites têm gerado muita demanda das empresas offline que não têm uma operação online. “É uma oportunidade de marketing para as pequenas empresas e também uma forma de degustar o comércio eletrônico mesmo sem ter uma loja online”, diz Rolim.
Com mais de 80 sites do tipo em funcionamento, o modelo é visto pelos especialistas como uma forma rápida e barata de marketing. “Esse é o modelo mais poderoso para as pequenas e médias empresas gerarem tráfego com um investimento pequeno”, opina Marcelo Macedo, presidente do ClickOn. Segundo ele, o site faz um trabalho de consultoria que não garante a venda, mas consegue calcular o limite de vouchers que podem ser vendidos.
“Essa é a primeira vez que de uma forma efetiva as PMEs tendem a fazer parte do e-commerce sem risco. Ela só paga se o cliente comprar. Além disso, consegue divulgação para milhões de clientes, que estão aptos à compra, com retorno garantido”, conta Daniel Funis, gerente de marketing do Groupon.
Quem já usou
Quem anuncia nesses sites não costuma reclamar. É o caso da Giuliana Flores, que fez duas ações no ClickOn com uma de suas marcas, a Cestas Michelli. “Como é uma coisa muito nova ainda, a gente ficou receoso de fazer com a marca principal, que é a Giuliana Flores. Mas vimos que funciona e já estamos negociando uma oferta com o Peixe Urbano. Fiquei com dúvida se o nosso mercado iria reagir e foi uma surpresa a reação dos clientes”, conta Juliano Souza, gerente de marketing da empresa. Segundo ele, foram vendidas 316 cestas nas duas ofertas, com um desconto de até 65% no preço original de R$ 139,80.
A empresa O Melhor da Vida, que comercializa vales-presente, também gostou do resultado da campanha nos sites. “Fizemos duas vezes no WeGO e vamos fazer mais uma no Peixe Urbano. É uma forma de mídia alternativa que segue a tendência da nova mídia. Você paga se as pessoas compram e é rápido”, explica Jorge Nahas, diretor da empresa. Foram vendidos 350 vouchers nas duas ações. “Isso traz novos clientes, novas oportunidades de trabalho. Em dois dias a audiência do site foi a de uma semana”, diz.
Cuidados e vantagens
Uma das principais vantagens do modelo é medir de alguma maneira quantas pessoas foram impactadas pela ação. “Do ponto de vista dos pequenos e médios é sensacional. Não tem que desembolsar nada, só um percentual pelo que é comprado e ele consegue ver quantos clientes atingiu”, diz Julio Vasconcelos, sócio-fundador do Peixe Urbano. Para a especialista Veruska Reina, da Virid, ações de marketing online, como as compras coletivas, valem a pena pelo custo-beneficio e pela possibilidade de medir quantas pessoas foram impactadas.
Além disso, é uma boa chance de aproveitar datas e horários ociosos no estabelecimento. “Ajuda a trazer giro para a empresa. Diluindo o custo fixo para tornar o negócio mais atraente”, explica Alexandre Umberti, diretor de marketing da Ebit, consultoria especializada em comércio eletrônico.
Mesmo com as boas perspectivas, é preciso tomar alguns cuidados antes de apostar nesta ação. “Tem que ter uma estratégia de comunicação, precisa saber o que quer. Quem entrar pelo modismo vai se decepcionar”, explica Daniel Deivisson, um dos sócios do Oferta X.
Para o coordenador da área de micro e pequenas empresas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gerson Rolim, o grande segredo está nas três regras do comércio eletrônico: planejamento, planejamento e planejamento. “Opere com uma margem que não atrapalhe o seu fluxo de caixa e trabalhe bem o investimento na campanha. Se você distribuir uma quantidade muito grande de vouchers e não conseguir atender todos os clientes de maneira eficiente, acaba tendo o efeito contrário. O principal objetivo, que é fidelizar o cliente, não é alcançado”, diz.