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Site de aulas atrai 3 milhões de universitários e vai a escolas e concurso

A Passei Direto reúne mais de cinco milhões de conteúdos educativos. Com a expansão de níveis de ensino, mercado passou de 8 para 60 milhões de estudantes

Rodrigo Salvador e Andre Simões, da Passei Direto: site planeja atrair 5 milhões de estudantes por mês até o final deste ano (Passei Direto/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 29 de maio de 2019 às 06h00.

Última atualização em 29 de maio de 2019 às 11h08.

O número de estudantes adeptos às aulas à distância só cresce -- e há diversas startups aproveitando o interesse para oferecerem aulas flexíveis em temas e custos, em diversos níveis de ensino. Uma das primeiras e maiores startups é a Passei Direto, marketplace de conteúdos educacionais criado em 2012 e que recebe três milhões de usuários por mês, com 20 milhões de visitas mensais.

Com 27,5 milhões de reais captados com investidores, a Passei Direto começou recentemente sua expansão em níveis de ensino. Antes focada em universitários, a startup passará a atender ensino fundamental, ensino médio, concursos públicos e educação continuada. O negócio também prepara para os próximos 18 meses a chegada em outro país.

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A popularização do EAD

Cerca de 7,8 milhões de alunos se matricularam em cursos de ensino à distância em 2017, o último ano apurado pela Associação Brasileira de Ensino à Distância. O antigo recorde era de 5,7 milhões de matrículas anuais.

Apesar dos números de mercado, o cofundador e presidente Rodrigo Salvador afirma que a ideia da Passei Direto surgiu de sua própria experiência como universitário na graduação em Administração, por volta de 2009. “Via como eu e meus amigos saímos da sala de aula com dúvidas. A internet era nossa maior fonte de conhecimento.”

A percepção de Salvador se comprovou em um estudo feito pela Passei Direto, nascida em 2012, com 1.500 universitários internautas. Cerca de 95% deles saíam das suas aulas com dúvidas e 99% buscavam informações para seus estudos pela internet. Andre Simoes, engenheiro de software, tornou-se sócio da empresa e diretor de produto.

Por meio do site e do aplicativo da Passei Direto, os usuários acessam mais de cinco milhões de materiais próprios, de editoras e professores parceiros e dos próprios usuários, como livros, resumos digitais e vídeos. Algumas áreas trabalhadas na plataforma são cálculo, exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), física e medicina.

Como marketplace, a Passei Direto espera progressivamente parar de fazer conteúdos próprios. Hoje, representam 10% dos materiais na plataforma.

A validação do conteúdo é feita pelo acompanhamento dos acessos na Passei Direto. A equipe da startup checa avaliações, comentários e os conteúdos com maior acesso, compartilhamento ou tempo de permanência do aluno.

Alguns conteúdos são gratuitos, mas para ter acesso completo aos materiais é preciso pagar uma mensalidade de 29,90 reais. Cerca de três milhões de estudantes -- em sua grande maioria universitários -- acessam a Passei Direto por mês, gerando 20 milhões de visitas. A startup não revela sua base de usuários pagantes.

A Passei Direto captou 27,5 milhões de reais com investidores semente, de série A e série B. Alguns fundos que apostam na ideia de negócio são Redpoint eventures (investidor de startups como Creditas, Gympass, Rappi e Resultados Digitais) e Valor Capital Group (CargoX, Gympass, Stone e Pipefy). O negócio possui 100 funcionários em sua sede, no Rio de Janeiro.

Escritório da Passei Direto (Passei Direto/Divulgação)

Além de universitários e brasileiros

A ideia de ter aulas de outros níveis de ensino surgiu dos próprios usuários da Passei Direto. Segundo Salvador, 15% da base usava a plataforma de forma improvisada, sem estar cursando uma graduação.

Há duas semanas, o marketplace incluiu o atendimento a ensino fundamental, ensino médio, concursos públicos e educação continuada. O mercado endereçável da Passei Direto, que era de oito milhões de matriculados no ensino superior, estendeu-se para 60 milhões de estudantes, de acordo com o cofundador.

Um quarto dos usuários ativos já vem desses outros níveis de ensino hoje. Até o final deste ano, a ideia é que eles representem metade da base, que deverá subir para cinco milhões de estudantes por mês.

Outra meta da Passei Direto é aproveitar as 10 milhões de visitas ao site por ano de usuários fora do Brasil. Nos próximos 18 meses, a startup espera chegar a outro país (com destino ainda em análise). O negócio estuda captar mais um aporte com fundos de investimento para suportar a expansão de níveis de ensino e de locais atendidos.

A depender da expansão do ensino à distância, não faltam oportunidades para a Passei Direto crescer.

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