PME

Por que este fundo aposta nas startups brasileiras indo aos Estados Unidos

O Valor Capital Group já investiu em 37 negócios inovadores, como a empresa de pagamentos Stone e o marketplace de academias Gympass

Vale do Silício: fundo investe em negócios inovadores nacionais com potencial de sucesso nos Estados Unidos e vice-versa (David McNew/Newsmakers/Getty Images)

Vale do Silício: fundo investe em negócios inovadores nacionais com potencial de sucesso nos Estados Unidos e vice-versa (David McNew/Newsmakers/Getty Images)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 8 de abril de 2019 às 11h00.

Última atualização em 30 de maio de 2019 às 11h02.

Entre hoje e amanhã, dez startups brasileiras em setores como educação, governo, finanças e saúde apresentarão suas ideias de negócio a capitalistas de risco do Vale do Silício, a “meca das startups”. No Brazil at Sillicon Valley, evento criado por alunos e ex-alunos da Universidade de Stanford para unir expoentes em tecnologia e inovação, quem irá liderar a banca de avaliação dos negócios inovadores nacionais é o Valor Capital Group.

O fundo, criado em 2010, investe em negócios inovadores nacionais com potencial de sucesso nos Estados Unidos e vice-versa. O último fruto de sua estratégia foi a entrega de participação com a multiplicação do capital, movimento conhecido como “saída”, na oferta pública inicial de ações da startup de pagamentos Stone, em outubro do ano passado.

O Valor Capital Group acumula outras três saídas: a plataforma carioca para e-commerce Sieve, vendida para a varejista brasileira B2W em julho de 2016; a plataforma paulistana de gerenciamento de mídias sociais Scup, vendida para a americana Sprinklr, de gerenciamento de consumidores, em outubro de 2016; e a solução americana de machine learning Fortscale, vendida para a empresa americana de segurança de dados RSA em julho de 2018.

Com escritórios em Nova York, Vale do Silício e São Paulo, o Valor Capital Group atua com venture capital e private equity. Na estratégia de VC, acumulou de 150 a 200 milhões de dólares em recursos para investir e já aportou em 37 startups. São investimentos de série A, com cheque de um a cinco milhões de dólares.

Cerca de 65% do portfólio está em negócios inovadores brasileiros. Os mais conhecidos, além da Stone, são o “Uber para caminhoneiros” CargoX; o marketplace de academias Gympass; e o software de gestão de equipes Pipefy.

Os outros 35% do portfólio estão em empresas americanas e europeias que visam chegar ao país ou se expandir nele, como a plataforma americana de compra e venda de criptomoedas Coinbase e o marketplace londrino de ingressos Viagogo.

“Estamos em um momento de inflexão no país, com investidores dos Estados Unidos e da China olhando para empresas brasileiras. É um país com alta penetração das redes e potencial de marketing viralizado, gerando grande capacidade de crescimento para negócios por aqui”, explica o sócio Michael Nicklas. Ele divide o fundo com os sócios Antoine Colaço e Scott Sobel. Oito das dez maiores rodadas de venture capital da América Latina foram a negócios brasileiros, segundo a empresa de análise de dados CB Insights.

Scott Sobel, Antoine Colaço and Michael Nicklas, do Valor Capital Group

Scott Sobel, Antoine Colaço and Michael Nicklas, do Valor Capital Group (Valor Capital Group/Divulgação)

O Valor Capital Group quer investir em mais 10 a 15 startups até o final de 2020, em áreas como B2B, educação, fintech, logística e saúde. Algumas delas podem estar no Brazil at Sillicon Valley. Apresentarão-se as startups brasileiras Beetools (educação), Blox (educação), Colab (governo), iClinic (saúde), idwall (segurança), Mendelics (saúde), Nosso Mandato (governo), Pipefy (software de gestão), SmartMEI (software de gestão) e XP Health (saúde).

“O critério para escolher startups não é tão diferente entre os países. Olhamos para o histórico do empreendedor; a qualidade e oportunidade do mercado; o problema que a empresa está solucionando; e seu modelo de negócio, dos diferenciais de tecnologia até o custo e estratégia de aquisição de usuários. No nosso caso, importa ainda se o problema possui características globais”, afirma Nicklas.

O Brazil at Sillicon Valley conta com o apoio de executivos como Jorge Paulo Lemann, sócio-fundador da 3G Capital; o vice-presidente do Facebook, Hugo Barra; e Carlos Brito, CEO da AB InBev. Algumas empresas que patrocinam o evento são Alta, Ânima Educação, Bank of America, BTG Pactual, Fundação Lemann, Instituto D’Or, Magazine Luiza, Pinheiro Neto e Votorantim. O Valor Capital e sua investida, a Stone, também estão entre os patrocinadores.

Nicklas acredita que o evento trará mais do que financiamento aos empreendedores brasileiros: a conexão com o ecossistema do Vale do Silício é o mais valioso. “É a oportunidade não só para investirmos em ideias promissoras, mas para buscar talentos. Isso é o que mais importa para quem investe.”

Acompanhe tudo sobre:dicas-de-inovacao-de-pmeFundos de investimentoInovaçãoStartups

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar