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Setor de franquias encolhe 10,5% em 2020, diz associação

O faturamento do franchising foi de 167,1 bilhões de reais no ano passado, mesmo patamar de 2017

Casa do Construtor: o segmento de casa e construção desviou da crise e cresceu cresceu 12,8% em 2020 (Foto/Divulgação)

Casa do Construtor: o segmento de casa e construção desviou da crise e cresceu cresceu 12,8% em 2020 (Foto/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 3 de março de 2021 às 11h55.

Última atualização em 3 de março de 2021 às 12h50.

O setor de franquias brasileiro, muito afetado pela pandemia, encolheu 10,5% em 2020, faturando 167,1 bilhões de reais. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento voltou a ter o patamar de receita que tinha em 2017. No ano passado, o Produto Interno Bruto brasileiro caiu 4,1%.

A queda já era esperada pelo setor. As franquias, ainda muito ancoradas nas vendas físicas, foram afetadas negativamente pelas medidas de isolamento social, necessárias para o controle da pandemia de coronavírus. Os setores mais afetados pela crise foram os de hotelaria e turismo (-49,8%), entretenimento e lazer (-29%), moda (-20,9%) e alimentação (-15,5%).

Mas alguns segmentos do franchising, mesmo durante a pandemia, conseguiram se expandir. O setor de casa e construção cresceu 12,8%, faturando 12,4 bilhões de reais; o segmento de saúde, beleza e bem-estar aumentou em 3,1% seu faturamento, somando 35,2 bilhões de reais; e o de comunicação, informática e eletrônicos teve alta de 0,5%, totalizando 6 bilhões de receita.

Segundo André Friedheim, presidente da ABF, apesar do resultado negativo do ano passado, o franchising brasileiro mostrou capacidade de se reinventar durante tempos de crise. "As marcas criaram novos canais de venda, integraram seus franqueados e foram mais eficientes ao longo do ano", diz o presidente.

Analisando os dados trimestrais, é possível ver uma recuperação paulatina do setor. No primeiro trimestre, ainda pouco afetado pela pandemia, a receita do franchising foi de 41,5 bilhões de reais. Entre abril e junho, o período mais complicado da crise, o faturamento caiu para 27,7 bilhões.

A partir do terceiro trimestre, houve uma recuperação e o faturamento do setor chegou a 43,9 bilhões de reais. A melhora continuou nos últimos três meses do ano, com as franquias faturando 53,9 bilhões de reais, 22,8% a mais que no trimestre anterior, mas ainda 1,8% menos que no mesmo período de 2019.

Segundo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, houve uma confluência de fatores positivos no quarto trimestre de 2020 para o varejo. No período, havia mais renda no mercado, devido ao auxílio emergencial e ao aumento do emprego formal, assim como uma melhora na pandemia, o que permitiu que o comércio ficasse aberto por mais tempo. Como no primeiro trimestre de 2021 a pandemia piorou no Brasil, a expectativa é que haja uma nova retração.

Em relação às redes que usam o sistema de franchising para crescer, o número caiu de 2.918 para 2.668 em 2020. As unidades abertas também diminuíram 2,6% no ano passado, passando de 160.958 para 156.798 lojas.

Com a queda de receita e fechamento de unidades em 2020, muitos postos de trabalho foram fechados. Segundo a ABF, 1,25 milhões de pessoas foram empregadas pelo franchising em 2020, contra 1,35 milhões em 2019.

Para 2021, a projeção da ABF é de que o setor tenha alta de 8% em faturamento, de 5% em número de unidades, de 2% em número de redes e de 5% em número de empregos.

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