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Santander investe R$ 27 milhões na a55, fintech brasileira de empréstimos

A startup investida oferece crédito a pequenas e médias empresas usando o faturamento como garantia

Santander: em abril, banco concluiu compra da startup Ebury, que possui uma plataforma para internacionalizar as vendas de pequenas e médias empresas (Jakub Porzycki/Getty Images)
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Carolina Ingizza

Publicado em 28 de maio de 2020 às 19h16.

O Santander anunciou nesta quinta-feira, 28, um aporte de 27 milhões de reais (5 milhões de dólares) na startup brasileira a55 por meio de seu fundo de capital de risco Santander InnoVentures. Este é o quarto investimento que o fundo faz na América Latina e o 30º feito em uma fintech .

Antes dessa rodada, a a55 havia levantado 3 milhões de dólares com investidores anjo brasileiros e estrangeiros. A empresa, fundada por André Wetter e Hugo Mathecowitsch em 2018, oferece soluções de crédito para PMEs usando o faturamento recorrente como forma de garantia.

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“Começamos nossa trajetória em uma cozinha, com papel e caneta, tentando emprestar nosso próprio dinheiro para empresas sem ativos para servir como garantia. Dois anos depois, é uma grande honra nos associarmos com a Santander InnoVentures para acelerar o nosso crescimento na América Latina”, afirma Mathecowitsch.

A a55 usa uma plataforma que conecta contas bancárias, soluções de custódia, faturamento, meios de pagamento e inteligência de crédito. Hoje, a empresa tem 45 funcionários, a maior parte nas áreas de análise de crédito, desenvolvimento de software e em ciência de dados. A fintech possui escritórios em Florianópolis e na Cidade do México.

Desde que foi fundada, a startup fez 350 operações de crédito para 50 empresas, totalizando 100 milhões de reais e 150 milhões de pesos mexicanos emprestados. A meta dos sócios é duplicar esses valores no próximo ano.

A longo prazo, o objetivo da startup é ser a principal plataforma de financiamento de empresas de tecnologia na América Latina, começando por as que oferecem softwares por assinatura (SaaS).

O Santander acredita que a atual crise vai beneficiar as empresas de SaaS, por conta das mudanças de hábitos de consumo da sociedade em direção a modelos digitais e por assinatura. “A a55 ocupa uma posição privilegiada para apoiar as empresas brasileiras e mexicanas com suas ofertas financeiras feitas sob medida e construídas por empreendedores para empreendedores”, diz Manuel Silva Martínez, sócio-diretor da Santander InnoVentures.

Martínez vai se integrar ao conselho de administração da a55 e colaborar para melhorar os produtos da fintech, além estudar possibilidades de parceria com o Santander na região. “A InnoVentures é uma referência no ecossistema das fintechs, com um fantástico portfólio de companhias no Brasil, México, Europa e EUA, e que usamos como benchmark para nós mesmos. Manuel é conselheiro dessas empresas e certamente trará uma expertise muito enriquecedora para a a55”, diz Mathecowitsch.

Santander de olho nas PMEs

No final de abril, o Santander anunciou a conclusão da compra de 50,1% das ações da fintech britânica Ebury. A empresa, sediada no Reino Unido, opera em 17 países e presta serviço a 43.000 clientes. Desde 2017, a fintech cresce suas receitas em uma média de 50% ao ano. Ela oferece uma plataforma digital internacional de pagamentos, câmbio e gestão de fluxo de caixa para pequenas e médias empresas.

A aquisição faz parte da estratégia digital da instituição financeira de oferecer às pequenas e médias empresas (PMEs) ferramentas para expansão internacional de seus negócios. O banco investiu cerca de de 400 milhões de euros na operação, dos quais cerca de 80 milhões foram utilizados para reforçar a estrutura da fintech e apoiar sua expansão internacional.

Atualmente, o Santander trabalha com 4 milhões de pequenas e médias empresas no mundo todo. Desse total, 200.000 têm operações internacionais e poderiam se juntar à base de clientes da Ebury. O objetivo do banco é expandir a plataforma, que fatura anualmente 200 milhões de dólares, e se tornar líder em negócios internacionais para PMEs na Europa e América Latina, além de iniciar operações em novos mercados.

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