Número de pessoas com carteira assinada por PMEs saltou de 8,6 milhões em 2000 para 14,7 milhões em 2010, o que corresponde a 51,6% do total de postos de trabalho (Germano Luders)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 11h49.
Brasília - As micro e pequenas empresas brasileiras (MPE) estão contratando mais, formalizando seus funcionários e elevando salários num ritmo três vezes maior do que as médias e grandes companhias. Dados do Anuário do Trabalho, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostram que a remuneração dos empregados de micro e pequenas empresas cresceu 14,3% entre 2000 e 2010 – em valores reais, já descontada a inflação. No mesmo período, os salários nas grandes e médias avançou 4,3%.
“Para muitas pessoas, o primeiro emprego surge nas micro e pequenas empresas. O segmento responde por mais da metade das vagas formais, emprega quase 15 milhões de brasileiros, por isso é tão significativo este avanço da remuneração. Demonstra o fortalecimento dos pequenos negócios e gera impacto direto na renda da população“, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. “Os micro e pequenos negócios respondem por 40% da massa de salários paga no país”, completa.
A diferença entre os salários pagos nas médias e grandes companhias e nas MPE foi reduzida em cinco pontos percentuais na década. A remuneração média nos empreendimentos de pequeno porte era 43,8% inferior à das empresas maiores no ano 2000, mas essa diferença caiu para 38,4% em 2010. Na média nacional, os trabalhadores das MPE recebem R$ 1.099. Já na região Sudeste, este valor sobe para R$ 1.199 – a melhor média entre as regiões brasileiras.
Mais empregos formais
O Brasil conta com mais de 6 milhões de empresas, sendo 99% delas micro ou pequenas. Destas, 62% possuem funcionários e 38% não têm empregados, mas geram ocupação para os proprietários. Na última década, as MPE geraram 6,1 milhões de novos empregos formais – 48% do total de postos de trabalho criados em dez anos.
O número de pessoas com carteira de trabalho assinada por micro e pequenas empresas saltou de 8,6 milhões em 2000 para 14,7 milhões em 2010, o que corresponde a 51,6% do total de postos de trabalho em todo o Brasil.
O comércio é o setor com o maior número de micro e pequenas empresas - 51,5% do total – e o que mais gera postos: 41% dos trabalhadores das MPE atuam na área. Em consequência, 38,2% da massa salarial das MPE é decorrente dos estabelecimentos do comércio.
O Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa é uma publicação do Sebrae, em parceria com o Dieese, com base em diferentes fontes de informação. O objetivo é reunir um conjunto de dados sobre o perfil e dinâmica do segmento dos micro e pequenos negócios. A pesquisa utiliza informações da Rais, registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese e da Fundação Seade.