São Paulo - A engenheira química Claudia Sender assumiu o comando da TAM em 2013, após passar por empresas como Whirpool e Bain & Company. Ela comanda dezenas de milhares de funcionários e foi considerada pela Fortune um dos 40 executivos mais promissores do mundo com menos de 40 anos de idade (Claudia tem 39 anos).
Apesar dessa trajetória de sucesso , a executiva conta que continua aprendendo, ainda hoje. O segredo? Opinar menos e ouvir mais, especialmente aqueles que não são seus colegas de trabalho. "Reconhecimento é sempre bacana, mostra que estamos no caminho certo. Mas é preciso tomar cuidado", avisa a executiva. "No dia em que acreditamos que somos mais do que os outros, a gente para de ouvir. É preciso manter os pés no chão e saber que todos têm opiniões de grande importância".
Palestrando no evento CEO Summit São Paulo, Claudia contou um pouco mais sobre essa estratégia, dando dois exemplos de pessoas que costuma ouvir: os consumidores e os jovens.
Reconhecendo os clientes
A lição de que deveria ouvir mais foi aprendida por Claudia ainda na Whirpool, quando testava os itens da linha de fogões. "Eu achava que eu já sabia do tema. Mas via as consumidoras interagirem com os produtos e isso foi um processo de aprendizado. Mostrou o valor de ouvir, muito mais do que dar sua opinião, especialmente quando você está entrando em um segmento".
Na TAM, a empresária destaca que o público é bem diversificado e, por isso, a tomada de decisões também deve ser diversificada: quando o ponto de vista do consumidor não é trazido para dentro da empresa de forma integral, ela fica "alienada", segundo Claudia.
"Para nós, não haver essa diversidade nos faria pequenos. Se a gente não entender e tomar decisões baseadas no olhar desse público, a gente vai parar de crescer". Por isso, as reclamações desses consumidores também são essenciais para aprender a receita de um bom atendimento.
Buscando novidades com os jovens
Além de ouvir os próprios consumidores de seu negócio, a executiva diz que costuma escutar pessoas que não convivem no mesmo ambiente que ela, que seriam os executivos. Isso porque a grande maioria está contaminada por um sentimento de pessimismo. Como alternativa, ela cita seus próprios sobrinhos. "Ouvir outras pessoas, especialmente os jovens, mantém-me viva, acesa, e me ajuda a perceber novidades mais rápido".
Assim, é possível enxergar oportunidades, mesmo em um momento de recessão econômica. "Num momento de crise , deixar de investir em inovação é algo que vai garantir que você saia mais fraco dele. Se não fizermos isso, nossos clientes irão escolher outra companhia para voar e nossos parceiros farão negócio com outras empresas", afirma. "Não adianta ficar só na retranca em momentos de crise. Se a gente continuar investindo no que o cliente quer, inovar e trazer esse diferencial para ele, eles voarão conosco, ainda que voem menos em geral".
Uma dose de inspiração sempre vai bem, não? Que tal sete? Esse ano o Day 1 estava especial: Jorge Paulo Lemann, Guga Kuerten, Flavio Augusto e outros gigantes nos deram a oportunidade de conhecer pedaços importantes e pouco contados de suas histórias. Se você ainda não viu, chegou a hora. Se já viu, dá o replay aí que os vídeos completos e em HD estão quentinhos. (Navegue pelas fotos acima para ver os vídeos)
2. 1) Jorge Paulo Lemann: o que não se aprende em Harvard 2 /9
Você talvez já tenha visto o vídeo “O que aprendi em Harvard“, palestra de Jorge Paulo Lemann organizada pela Fundação Estudar. Mas o que “não se aprende em nenhuma business school, só apanhando muito”, um dos fundadores da Endeavor no Brasil compartilhou no palco do Day 1. Veja os erros da trajetória de Lemann – spoiler: ele já até faliu - e como essas dificuldades o levaram a criar os grandes negócios e instituições que toca hoje.
3. 2) Guga Kuerten: o brasileiro que desafiou os melhores 3 /9
Day 1 é todo dia, já dizia o melhor tenista que nosso Brasil já teve. Guga descobriu seu lado empreendedor no desempenho de tarefas difíceis (derrotar campeões mundiais), tomadas de decisão sob pressão (“cada vez a bola vem diferente, são 300 hipóteses por segundo”), gestão de recursos (o que acontece quando o patrocínio cai?)… hoje, ele aplica isso tudo nas organizações que estão sob sua marca, e deixa reforçada a gratidão e admiração que tem por seus pais, Aldo e Alice, e seu treinador, Larri. Veja o depoimento cheio de emoção de Guga.
4. 3) Vilmar e Aline Ferreira: o homem de aço com coração humilde 4 /9
Vilmar lutou muito. Saiu da pobreza na roça, trabalhou por menos do que merecia, teve vários negócios, até fundar um que desse certo. Tudo sem perder o entusiasmo, se provando um verdadeiro homem de aço. E foi nessa área que ele empreendeu e cresceu como líder de sua região. Mais tarde, sua filha, Aline, assumiu como CEO da Aço Cearense. No Day 1, ela compartilhou a dor que teve oportunidade de transformar em símbolo de sua força. Você não pode perder pai e filha inspiradores como eles.
5. 4) Nelson Sirotsky: pediu demissão e virou presidente 5 /9
O filho do fundador do Grupo RBS não tem um Day 1, mas três. Tudo começou quando, aos 20 anos, ele foi impedido pelo pai de arriscar dentro da empresa e escreveu sua carta de demissão a ele. Com alguma negociação, Nelson retornou e conseguiu realizar o que pretendia – iniciativa que acabou sendo um divisor de águas para a empresa. Confira a montanha-russa que foi sua trajetória e como a RBS se tornou um dos maiores grupos de comunicação do país.
6. 5) Daniel Wjuniski: ele queria emagrecer 10 quilos, acabou emagrecendo um milhão 6 /9
Como alguém emagrece um milhão de quilos? Daniel explica: “quando você realiza seu sonho, pode acabar realizando o de milhares de pessoas”. Seu negócio, o Minha Vida, se tornou o maior portal de saúde do Brasil. Junto veio o Dieta e Saúde, aplicativo que ajuda usuários a viverem melhor. E a ideia nem veio do fato do empreendedor ser um ex-gordinho, mas do diagnóstico que recebeu há alguns anos – Daniel queria saber mais sobre Doença de Crohn e não tinha onde buscar. Saiba mais sobre seu Day 1 e como ele está mudando vidas.
7. 6) Flavio Augusto: “quando você vive o ‘nós’, seu ‘eu’ é recompensado” 7 /9
No início, tudo que Flavio queria era ter dinheiro para levar sua namorada ao cinema, então foi trabalhar em uma escola de inglês. Quando ela virou esposa, eles quiseram abrir a própria – foi quando surgiu a Wise Up. Daí em diante, o “nós” de Flavio Augusto só se ampliou e a vontade era de impactar mais gente. Duas das iniciativas para suprir essa necessidade, você deve conhecer, foram o Geração de Valor e o MeuSucesso.com. Conheça a história de Flavio Augusto em seu Day 1.
8. 7) [Faixa Bônus!] Bate-bola entre Gustavo Kuerten e Jorge Paulo Lemann 8 /9
“Vibra na minha cabeça essa obrigação de trazer coisas boas ao meu país”, Guga disse a Lemann. “Eu poderia jogar em campeonatos de veterano, mas é a pior coisa, só tem velho reclamando do joelho”, disse Lemann a Guga. A conversa bem humorada e inspiradora entre os dois tenistas e empreendedores foi um dos pontos altos desse Day 1 e ainda contou com a história inédita de um encontro entre os dois e uma anta. Dá uma olhada!
9. Se animou para abrir seu negócio? Veja como dar os primeiros passos 9 /9(Thinkstock)