Quer ser um empresário inovador? Aprenda com David Bowie
O cantor não se limitou em inovar em seus discos, ele também inovou nos negócios e tem muito a ensinar para quem quer empreender.
Mariana Desidério
Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 09h29.
São Paulo – A morte de David Bowie no último domingo entristeceu uma legião de fãs. O cantor influenciou gerações de artistas e ficará gravado na história da música pop por décadas.
Mas não é apenas o universo da música que tem a aprender com o legado de Bowie. O cantor não se limitou em inovar em seus discos, ele também inovou nos negócios e tem muito a ensinar para quem quer empreender .
“Sua habilidade de inovar, correr riscos, entender o consumidor, prever os rumos da cultura popular e como a tecnologia poderia influenciá-la – essas habilidades fizeram dele não só um grande músico, mas também um grande empresário”, escreveu o consultor Grant Feller para a revista Forbes.
Segundo Leonid Bershidsky e Mark Gilbert, colunistas da Bloomberg, o produto do empresário David Bowie era ele mesmo. Inclusive a decisão de entrar para o mundo do rock teve um toque empreendedor.
Em entrevista à BBC, o artista explicou seu objetivo: “Eu não queria ser uma moda, queria ser um instigador de novas ideias. Então decidi o usar o meio mais fácil para começar – que era o rock and roll – e adicionar peças a ele ao longo dos anos, para no fim eu conseguir ser o meu próprio meio”.
A partir daí fica mais fácil entender a ideia que havia por trás de tantos personagens criados pelo artista para si mesmo (Ziggy Stardust talvez tenha sido o mais famoso deles).
Internet
E não parou por aí. No longínquo ano de 1998, quando a conexão da internet ainda era discada e não havia nem sombra de Facebook, Bowie criou o seu próprio provedor, o Bowie.net.
O objetivo era “criar um ambiente em que todos os fãs da música pudessem acessar um vasto arquivo de música e informação, além de expressar pontos de vista e trocar ideias”, nas palavras do próprio Bowie. Para os colunistas da Bloomberg, o artista na verdade oferecia um protótipo do que hoje são as redes sociais, “cinco anos antes de existir o MySpace”.
Além do investimento na internet, Bowie também lançou sua própria estação de rádio e, em 1999, até mesmo seu próprio banco.
Outra ideia inovadora do artista veio em 1997. O artista precisava comprar de volta os direitos de suas músicas, que haviam sido tomados por um ex-empresário.
Mais uma vez, ele lançou mão de sua criatividade empreendedora para resolver o problema e criou a Bowie Bonds, empresa que administrava sua obra e era aberta a investimentos externos. Através dela, era possível investir nos ganhos futuros gerados pela obra do artista a um retorno de 7,9%.
Com tantas iniciativas, e sem medo de errar, não é à toa que durante seus 69 anos de vida David Bowie esteve sempre um pouco à frente da maioria. Há muito que aprender com ele.
São Paulo – Celebridades costumam ter dinheiro e fama de sobra. Porém, isso não impede que muitas delas resolvam se aventurar em novas empreitadas, como abrir um negócio próprio ou investir em uma ideia promissora. Enquanto alguns resolvem aproveitar a experiência que conseguiram, outros decidem ir para um ramo completamente desconhecido.
Será que essas tentativas deram certo? Conheça, a seguir, quais são as empresas de 22 famosos que decidiram ir além do conhecido papel de garoto ou garota propaganda.
Além de atuar em produções como “Jobs”, “Two and a Half Men” e “Doze é Demais”, Ashton Kutcher tem uma sólida carreira como investidor em startups.
Atuando sozinho, comprou participações em negócios como Foursquare e Skype. Em 2011, co-criou o fundo de investimentos A-Grade, que tem no portfólio aportes no Airbnb, no Spotify e no Uber.
Neste ano, Kutcher e o sócio Guy Oseary (também do A-Grade) irão lançar outro fundo, chamado Sound Ventures. A proposta é fazer investimento maiores em startups de estágios mais avançados.
O técnico das seleções masculina de vôlei não acumulou apenas medalhas olímpicas ao longo da carreira: Bernardinho deu diversas palestras sobre temas como liderança e motivação. Falando de negócios, fundou em 1997 a Escola de Vôlei Bernardinho (EVB), que conta com 14 unidades franqueadas, segundo o site da rede.
Em 2013, ele anunciou a criação da startup eduK, plataforma de ensino online voltada para cursos profissionais. O empreendimento também conta com os sócios Eduardo Lima e Robson Catalan. Bernardinho também compõe o comitê técnico do grupo Bodytech Company, das redes de academias Bodytech e Fórmula.
O nadador brasileiro Cesar Cielo acumula medalhas e recordes ao longo de sua carreira. Mesmo continuando como atleta, Cielo resolveu apostar em alguns empreendimentos. Em 2010, criou e virou presidente da agência Cielo Sport, que gerencia a carreira e a imagem de atletas como o nadador Daniel Dias e o esgrimista Renzo Agresta.
Fora do mundo da natação, ele é sócio do restaurante Original da Granja, junto com o ex-nadador Roberto Martinez. Cielo detém 25% do negócio e, na decoração do local, há fotos e roupas do nadador.
A modelo brasileira, e também a mais bem paga do mundo na profissão, aposentou-se das passarelas neste ano. Mas isso não a impede de continuar tocando seus empreendimentos. Bündchen fundou em 2011 a Seeja, marca de produtos sustentáveis para o cuidado de pele, e a Gisele Bündchen Intimates, que comercializa lingeries.
Guga, além de ser o maior tenista brasileiro da história, administra com o irmão Rafael e a mãe Alice uma organização que leva seu nome: o Grupo Guga Kuerten, ou GGK.
Começando com algumas aulas de tênis e com o gerenciamento da marca do atleta, a holding passou a oferecer produtos licenciados, iniciativas para o desenvolvimento do tênis e até investimentos no mercado imobiliário. O GGK também possui a rede de franquias Escolinha Guga, de ensino de tênis para crianças com até 10 anos de idade.
Gwen Stefani foi vocalista do grupo musical No Doubt até 2004 e desde então toca sua carreira solo, junto com o trabalho de jurada na competição The Voice. Mas algo sempre permaneceu: o interesse em desenhar roupas. Por isso, em 2004, Gwen lançou sua própria marca, a L.A.M.B. O negócio comercializa itens como roupas, sapatos e bolsas.
A empreendedora também lançou diversos perfumes associados à sua imagem e ao grupo de dançarinas que a acompanha, as Harajuku Girls.
Além de acumular vários sucessos musicais, a cantora baiana Ivete Sangalo fundou seu próprio grupo de entretenimento em 1997, chamado Caco de Telha. O empreendimento foi responsável, por exemplo, por trazer os shows de Beyoncé e Black Eyed Peas ao Brasil.
Em 2013, o nome do negócio mudou para IESSI Music Entertainment. A maioria dos cases citados no site envolve a cantora de axé.
O rapper Shawn Carter começou a ganhar fama por conta de sua carreira musical. Mas o que lhe rendeu o posto de terceiro artista de hip-hop mais bem sucedido, segundo ranking deste ano feito pela Forbes, foram também seus projetos empreendedores, indo da música aos esportes.
O primeiro desses negócios foi a produtora Roc-A-Fella Records, fundada em 1996 com os colegas Damon Dash e Kareem Burke para lançar as músicas de Jay-Z. O negócio fez uma parceria com a produtora de rap Def Jam e o rappervirou CEO do negócio em 2005.
Indo da música para as roupas, Jay-Z fundou a marca Rocawear, também junto com Damon Dash. A marca foi comprada em 2007 pelo grupo Iconix, em uma transação de 204 milhões de dólares, mas Jay-Z manteve sua participação no negócio. Em 2008, o rapper saiu da Def Jam para fundar a Roc Nation,que representa artistas como Rihanna e Calvin Harris. O empreendimento contou com financiamento da produtora de concertos Live Nation e hoje também administra a carreira de atletas, pelo braço Roc Nation Sports.
Esses são apenas alguns da longa lista de negócios do rapper. Seu projeto mais recente é o Tidal, serviço de streaming de músicas e vídeos. O empreendimento chegou no dia 29 de setembro ao Brasil e terá uma forte concorrência, representada principalmente pelo Spotify.
A atriz, conhecida principalmente pela sua atuação na série de TV “Friends”, teve sua própria produtora em 2002, a Plan B, junto com o então marido Brad Pitt e o sócio Brad Grey, hoje da Paramount Pictures. Após o fim do casamento, Aniston saiu da Plan B. Em 2008, fundou sozinha uma produtora, chamada Echo Films. O negócio dirigiu, por exemplo, o filme “ Cake – Uma Razão para Viver ”, lançado este ano no Brasil.
Fora do ramo audiovisual, a atriz também investiu em fragrâncias próprias e no negócio Living Proof, de produtos para cabelo. Aniston é sócia e porta-voz da marca, feita por um time de cientistas. Os produtos chegaram em novembro de 2014 ao Brasil.
Jessica Alba não é apenas modelo e atriz. Além de atuar em filmes como “Sin City” e “O Quarteto Fantástico”, ela cofundou em 2012 a empresa The Honest Company, que vende produtos não-tóxicos e promove o consumo ético. A inspiração veio da própria experiência de Jessica ao ter de procurar bons produtos para cuidar de sua primeira filha (ela tem duas).
Em agosto, o empreendimento foi avaliado em 1,7 milhão de dólares. No mês seguinte, porém, a companhia foi processada, sob a alegação de que os produtos continham ingredientes artificiais.
A atriz, que atuou em filmes como “Dois é Bom, Três é Demais” e “Como Perder um Homem em Dez Dias”, entrou para o empreendedorismo em 2013. Após negociar com a marca JustFab Inc., a mesma que comprou o Shoedazzle, Kate cofundou o Fabletics, e-commerce que oferece roupas estilosas para praticar esportes. O negócio funciona por meio de uma assinatura mensal, assim como outros negócios da JustFab, o que gerou uma série de acusações de que esses negócios seriam, na verdade, apenas um esquema.
Mesmo assim, isso não impediu que o trabalho de Kate na Fabletics lhe rendesse o prêmio de empreendedora na cerimônia Glamour Women of the Year 2015, organizada pela revista feminina Glamour.
A socialite possui negócios que, em sua maioria, são centrados em sua própria imagem. Em 2009, a socialite cofundou a plataforma Shoedazzle, e-commerce de sapatos que oferece assinaturas mensais e seleções de acordo com o estilo do comprado. Quatro anos depois, o negócio fundiu-se com a JustFab.Inc.
Além de aparições em eventos e participações no reality show “Keeping Up With the Kardashians”, outra fonte de ganhos para Kim foi o jogo mobile “Kim Kardashian: Hollywood”. O aplicativo, destinado a quem também deseja ser uma celebridade, faturou 43 milhões nos primeiros três meses de operação.Esse leque de empreendimentos fez com que Kim Kardashian faturasse 28 milhões de dólares no ano passado. Em 2015, Kim inaugurou um site com dicas de estilo, no qual alguns conteúdos são pagos.
Luciano Huck teve seu primeiro negócio já enquanto cursava a faculdade: ele e três amigos abriram um bar. Quando Huck foi para a Rede Globo, em 2000, já tinha vários empreendimentos espalhados pelo Brasil, de boate a hotel. Com o tempo, ele adquiriu participações em negócios como a academia Bodytech, a rede de frozen yogurt Yoggi e o site de compras coletivas Peixe Urbano.
Hoje, quando não está apresentando o programa Caldeirão do Huck, o apresentador toca os negócios da Joá Investimentos. O fundo, criado em 2010, investe em mais de 20 empresas, que vão desde a marca de roupas Reserva até o canal humorístico Porta dos Fundos. Outra grande fonte de renda do apresentador são suas diversas campanhas publicitárias, para marcas como Vivo e P&G.
Porém, Huck se envolveu em algumas polêmicas ao longo de sua trajetória empreendedora. Duas delas foram ligadas à sua grife, chamada Use Huck: as acusações vão de pegar carona em um movimento contra o racismo para vender até incitar a pedofilia por meio de uma camiseta.
O lendário jogador de basquete entrou para a lista dos bilionários da Forbes neste ano. A maior parte da sua renda vem de negócios ligados ao esporte, como os pagamentos da Nike sobre o tênis Air Jordan e contratos com a marca Gatorade. Jordan também é acionista majoritário do time de basquete Charlotte Hornets. A aquisição, feita há cinco anos, custou 275 milhões de dólares. Hoje, a equipe vale 750 milhões de dólares.
O ator, que estrelou filmes como “Taxi Driver” e “Os Intocáveis”, tem participação em diversos negócios de alimentação. Em 1994, ele e o chef Nobuyuki Matsuhisa abriram o aclamado restaurante Nobu, em Nova York. O empreendimento combina as culinárias peruana e japonesa. De Niro também é dono do restaurante italiano Ago.
Fora desse ramo de atuação, o ator cofundou a empresa de mídia Tribeca Enterprises. Criado em 2003, o negócio dirige o Festival de Cinema de Tribeca, por exemplo.
Desde que anunciou sua aposentadoria do futebol, Ronaldo toca diversos projetos empresariais. Sua atuação na área de marketing é conhecida: ele é sócio da agência 9ine e estrelou diversas campanhas publicitárias. Mas ele também se tornou comentarista esportivo, dono de um time de futebol nos Estados Unidos e franqueador.
Neste ano, junto com o empresário Carlos Wizard, lançou a rede de escolas de futebol franqueadas Ronaldo Academy, que possui unidades no Brasil, nos EUA e futuramente na China.
A modelo Tyra Banks já desfilou para marcas famosas, como a Victoria’s Secret. Toda essa experiência foi útil para que sua produtora, a Bankable Productions (2013), dirigisse as temporadas do programa "America’s Next Top Model". Tyra é fundadora e CEO da Bankable e, ao mesmo tempo, produtora e apresentadora da competição.Também em 2013, Tyra criou seu próprio fundo de investimentos, o Fierce Capital, com aportes voltados para startups em estágio inicial. Após realizar um curso aberto de gerenciamento presidencial de negócios na Universidade de Harvard, a modelo inaugurou outro empreendimento no ano seguinte: o Tyra Beauty, e-commerce de cosméticos.
Victoria Beckham tem em sua trajetória muito mais do que os sucessos do grupo Spice Girls e seu casamento com David Beckham. Em 2014, a empresária tomou a primeira posição do ranking de maiores empreendedores britânicos do ano, elaborado pela revista Management Today.
Isso porque a Victoria Beckham Collection, empreendimento composto por lojas de roupas e acessórios, aumentou em trinta vezes seu faturamento anual com vendas, comparando o primeiro ano de operação com o quinto: o valor alcançou 30 milhões de libras.
A agora apresentadora da Record tem participação em duas redes de franquias, além de ter produtos licenciados de marca própria.
Xuxa é dona da rede de franquias de buffets infantis Casa X, feita em parceria com a SMZTO Holding. O primeiro buffet foi aberto no ano passado. Neste ano, a apresentadora também virou sócia da rede franqueadora Espaçolaser, do setor de depilação. Outra notícia de 2015 foi o fechamento do parque de diversões O Mundo da Xuxa, em São Paulo.