Quem é o empreendedor brasileiro?
Empreender no Brasil é um desafio para super-heróis e exige um nível muito alto de dedicação
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 06h00.
Quem é o empreendedor brasileiro?
Respondido por Pamella Gonçalves, diretora de Pesquisa e Mobilização da Endeavor Brasil
Olhando hoje para alguns dos grandes exemplos que nos inspiram, é possível perceber que o empreendedorismo no Brasil não é definido por cor, idade, nível social ou região. A Zica, empreendedora do Beleza Natural, começou ainda jovem com seu primeiro salão de cabeleireiro na favela do Rio de Janeiro e hoje é considerada uma das grandes empreendedoras brasileiras.
Os amigos Wataru, Tatsuo e Toru resolveram empreender bem mais tarde. Largaram suas vidas de executivos de sucesso para abrir a Magnamed ao entrarem na terceira idade. E qualquer um que se dedicar, consegue colecionar exemplos de empreendedores das mais diferentes origens e histórias.
Mas, afinal, será que existe algo em comum entre os empreendedores brasileiros?
Foi em busca dessa resposta que realizamos aqui na Endeavor uma pesquisa para entender um pouco mais sobre o seu perfil e encontramos características que podem ser observadas em qualquer empreendedor de sucesso: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, desejo de protagonismo e - principalmente - persistência e resiliência.
O resultado pareceu fazer bastante sentido. Empreender no Brasil é um desafio para super-heróis e exige um nível muito alto de dedicação. Logo de saída são 90 dias em média para se abrir uma empresa. E uma vez que a empresa está aberta, o empreendedor precisa encarar uma burocracia enorme, por exemplo, para pagar seus impostos: são em média 2600 horas gastas para se pagar imposto, de longe o pior tempo no mundo.
Assim, o que verdadeiramente define o empreendedor é uma raça enorme para encarar os desafios do dia a dia. Ele é um super-herói de várias facetas. Para ele, o ótimo é inimigo do bom. Os recursos nunca são o suficiente, mas é preciso ir a luta mesmo assim. Apagar incêndios muitas vezes faz parte da rotina. E o equilíbrio? Geralmente fica para depois.
Essa batalha diária só é possível com uma motivação muito forte por trás. E são várias, dependendo do perfil do empreendedor. Na mesma pesquisa descobrimos que são seis as motivações para se abrir um negócio no Brasil. A maioria dos brasileiros (27%) empreendem em busca de ascensão social. Há aqueles que querem mudar o mundo (13%) e os que são praticamente forçados a empreender ao se deparar com uma grande oportunidade (9%).
Mas, independente da motivação, se não tomar muito cuidado, as tais características inerentes a qualquer empreendedor, fundamentais para colocar a empresa de pé, podem se tornar também suas piores inimigas no futuro.
Afinal, não só a empresa precisa se adaptar ao mercado, mas o próprio empreendedor precisa se adaptar às diferentes fases de sua empresa. Os negócios envolvem pessoas e relacionamentos, o que aumenta muito a complexidade de algumas decisões que precisam ser tomadas. A adaptação é necessária e “relutância à mudança” não pode fazer parte do vocabulário de um empreendedor.
Pamella Gonçalves é diretora de Pesquisa e Mobilização da Endeavor Brasil.
Quem é o empreendedor brasileiro?
Respondido por Pamella Gonçalves, diretora de Pesquisa e Mobilização da Endeavor Brasil
Olhando hoje para alguns dos grandes exemplos que nos inspiram, é possível perceber que o empreendedorismo no Brasil não é definido por cor, idade, nível social ou região. A Zica, empreendedora do Beleza Natural, começou ainda jovem com seu primeiro salão de cabeleireiro na favela do Rio de Janeiro e hoje é considerada uma das grandes empreendedoras brasileiras.
Os amigos Wataru, Tatsuo e Toru resolveram empreender bem mais tarde. Largaram suas vidas de executivos de sucesso para abrir a Magnamed ao entrarem na terceira idade. E qualquer um que se dedicar, consegue colecionar exemplos de empreendedores das mais diferentes origens e histórias.
Mas, afinal, será que existe algo em comum entre os empreendedores brasileiros?
Foi em busca dessa resposta que realizamos aqui na Endeavor uma pesquisa para entender um pouco mais sobre o seu perfil e encontramos características que podem ser observadas em qualquer empreendedor de sucesso: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, desejo de protagonismo e - principalmente - persistência e resiliência.
O resultado pareceu fazer bastante sentido. Empreender no Brasil é um desafio para super-heróis e exige um nível muito alto de dedicação. Logo de saída são 90 dias em média para se abrir uma empresa. E uma vez que a empresa está aberta, o empreendedor precisa encarar uma burocracia enorme, por exemplo, para pagar seus impostos: são em média 2600 horas gastas para se pagar imposto, de longe o pior tempo no mundo.
Assim, o que verdadeiramente define o empreendedor é uma raça enorme para encarar os desafios do dia a dia. Ele é um super-herói de várias facetas. Para ele, o ótimo é inimigo do bom. Os recursos nunca são o suficiente, mas é preciso ir a luta mesmo assim. Apagar incêndios muitas vezes faz parte da rotina. E o equilíbrio? Geralmente fica para depois.
Essa batalha diária só é possível com uma motivação muito forte por trás. E são várias, dependendo do perfil do empreendedor. Na mesma pesquisa descobrimos que são seis as motivações para se abrir um negócio no Brasil. A maioria dos brasileiros (27%) empreendem em busca de ascensão social. Há aqueles que querem mudar o mundo (13%) e os que são praticamente forçados a empreender ao se deparar com uma grande oportunidade (9%).
Mas, independente da motivação, se não tomar muito cuidado, as tais características inerentes a qualquer empreendedor, fundamentais para colocar a empresa de pé, podem se tornar também suas piores inimigas no futuro.
Afinal, não só a empresa precisa se adaptar ao mercado, mas o próprio empreendedor precisa se adaptar às diferentes fases de sua empresa. Os negócios envolvem pessoas e relacionamentos, o que aumenta muito a complexidade de algumas decisões que precisam ser tomadas. A adaptação é necessária e “relutância à mudança” não pode fazer parte do vocabulário de um empreendedor.
Pamella Gonçalves é diretora de Pesquisa e Mobilização da Endeavor Brasil.