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Que ódio desse cliente!

Às vezes dá mesmo raiva de um consumidor indeciso, malandro ou que toma seu tempo e compra no concorrente. Mas é preciso controlar esse sentimento negativo para não ser controlado por ele

Ilustração de pessoa gritando para cima (EXAME PME)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 06h00.

São Paulo - Deixa isso pra lá! Parece um conselho que não se aplica a vendedores e empreen­dedores , que devem ser persistentes. Mas é isso que recomendo quando a raiva é muita e o sangue ferve. Assim como os outros pecados capitais, a ira faz mal aos negócios, pois gera desejo de vingança, desviando o foco e as energias do que realmente importa.

Quem nunca se irritou com um cliente e pensou: “Agora sou eu que não quero mais vender coisa nenhuma”? Ou ficou fulo ao perder um negócio porque o produto que o consumidor queria estava em falta justo naquela hora? Ou perdeu um tempão com alguém que ficou fazendo um monte de perguntas sobre determinado produto e foi comprar na loja do concorrente?

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Enfrentamos rejeições todo dia e não temos controle sobre as ações dos clientes e da concorrência . O que podemos controlar? Nossas atitudes. Vender exige calma. É normal, por exemplo, um comprador tentar tirar o equilíbrio emocional de quem vende só para conseguir um desconto extra.

Existem clientes indecisos, que toda hora mudam de ideia. Há também os que combinam uma coisa e fazem outra. E os que não leem o manual, quebram o que compraram e depois pedem o dinheiro de volta, dizendo que o produto não funciona.

Isso tudo dá bastante raiva, o que é compreensível. A questão é como lidar com ela. Se não houver controle, perdemos a razão e partimos para o insulto. O desafio é saber quem está no controle no momento — você ou seu sentimento.

Certa vez, processei um ex-funcionário. Eu tinha provas de que ele havia usado informações sigilosas em proveito próprio. Cheguei furioso em casa e disse para minha mulher: “Falam que aqui se faz e aqui se paga, mas quem é o cobrador? Desta vez, serei eu mesmo o cobrador”. Os anos foram passando.

No processo criminal, o juiz o mandou doar duas cestas básicas a uma instituição de caridade. No processo cível, mais recentemente, foi marcada uma audiência de conciliação. Falei para meu advogado que queria pôr uma pedra sobre tudo aquilo. A raiva havia passado. Afinal das contas, não sou cobrador — sou vendedor.

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