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Quando é hora de vender o seu negócio?

A crise pode trazer problemas difíceis de resolver. Você sabe qual é a hora de desistir?

Executivos olham empresário caído no chão: quando é hora de vender seu negócio? (Michael Blann/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 12h32.

Quando é hora de vender o meu negócio?
Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças

Talvez a hora de parar seja mais motivada pelo emocional do que pela razão. De qualquer forma, a racionalidade econômica dá alguns sinais que indicam uma perda de energia para a continuidade do empreendimento.

Independente do contexto, continuar com um negócio depende da disposição que se tem para manter-se atualizado no mercado no qual atua, além de acreditar no potencial dele. Se você tem intenção de crescer e o mercado deste negócio começa a dar sinais de enfraquecimento estrutural (e não temporário) ou de ter chegado ao limite, então pode ser a hora de passá-lo adiante. Há outros fatores que podem motivar essa mudança, mas vamos tratar da motivação econômica em um momento de crise.

Perder poupança durante a crise não é motivo definitivo para a desistência, pois é para essas situações que se têm reservas. É preciso cortar custos, padrão de vida, extravagâncias e usar as reservas para investir na manutenção do negócio.

Tais reservas, no entanto, podem não existir. Aí o investimento pode implicar em custo financeiro alto e não simplesmente em perda de rentabilidade. Se você já fez todas as mudanças na empresa com o intuito de reduzir desperdícios e aumentar as vendas e, ainda assim, o negócio continua a dar prejuízo, é preciso parar e fazer outro tipo de conta.

A dívida deve ser passível de ser paga com a expectativa de melhora do negócio e isso pode demorar em um contexto de crise. Ou se consegue um crédito de longo prazo a custo baixo (o que é difícil!) ou, para tornar possível seu pagamento, empenha-se em uma mudança grande, uma reformulação do negócio. A crise pode expor as fragilidades de um modelo esgotado.

No momento atual, algumas empresas decidiram reduzir as opções disponíveis para venda e se concentraram nos itens que têm maior saída. Isso permitiu que elas reduzissem o estoque, o desperdício e assim mantivesse o preço final. O resultado? Manutenção ou menor redução do movimento.

Essa é uma das alternativas para manter o negócio, mas exige certo desprendimento. O medo de perder a identidade, de mudar de “cara”, a dificuldade em abrir mão de uma ideia que outrora se mostrou incrível, pode paralisar o empresário a tomar, o que, às vezes, é o caminho da salvação para manter o negócio.

Em uma situação de crise generalizada, é preciso se adaptar às restrições orçamentárias dos clientes. É preciso se ater ao essencial do negócio e liberar o que pode ser retomado quando a crise passar. Se o seu emocional impede de vislumbrar essas opções ou se você não consegue encontrar mais prazer na inovação, então pode ser mesmo o fim para você no comando deste negócio.

Ana Paula Paulino da Costa é especialista em Finanças e docente da BSP – Business School São Paulo.

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Quando é hora de vender o meu negócio?
Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças

Talvez a hora de parar seja mais motivada pelo emocional do que pela razão. De qualquer forma, a racionalidade econômica dá alguns sinais que indicam uma perda de energia para a continuidade do empreendimento.

Independente do contexto, continuar com um negócio depende da disposição que se tem para manter-se atualizado no mercado no qual atua, além de acreditar no potencial dele. Se você tem intenção de crescer e o mercado deste negócio começa a dar sinais de enfraquecimento estrutural (e não temporário) ou de ter chegado ao limite, então pode ser a hora de passá-lo adiante. Há outros fatores que podem motivar essa mudança, mas vamos tratar da motivação econômica em um momento de crise.

Perder poupança durante a crise não é motivo definitivo para a desistência, pois é para essas situações que se têm reservas. É preciso cortar custos, padrão de vida, extravagâncias e usar as reservas para investir na manutenção do negócio.

Tais reservas, no entanto, podem não existir. Aí o investimento pode implicar em custo financeiro alto e não simplesmente em perda de rentabilidade. Se você já fez todas as mudanças na empresa com o intuito de reduzir desperdícios e aumentar as vendas e, ainda assim, o negócio continua a dar prejuízo, é preciso parar e fazer outro tipo de conta.

A dívida deve ser passível de ser paga com a expectativa de melhora do negócio e isso pode demorar em um contexto de crise. Ou se consegue um crédito de longo prazo a custo baixo (o que é difícil!) ou, para tornar possível seu pagamento, empenha-se em uma mudança grande, uma reformulação do negócio. A crise pode expor as fragilidades de um modelo esgotado.

No momento atual, algumas empresas decidiram reduzir as opções disponíveis para venda e se concentraram nos itens que têm maior saída. Isso permitiu que elas reduzissem o estoque, o desperdício e assim mantivesse o preço final. O resultado? Manutenção ou menor redução do movimento.

Essa é uma das alternativas para manter o negócio, mas exige certo desprendimento. O medo de perder a identidade, de mudar de “cara”, a dificuldade em abrir mão de uma ideia que outrora se mostrou incrível, pode paralisar o empresário a tomar, o que, às vezes, é o caminho da salvação para manter o negócio.

Em uma situação de crise generalizada, é preciso se adaptar às restrições orçamentárias dos clientes. É preciso se ater ao essencial do negócio e liberar o que pode ser retomado quando a crise passar. Se o seu emocional impede de vislumbrar essas opções ou se você não consegue encontrar mais prazer na inovação, então pode ser mesmo o fim para você no comando deste negócio.

Ana Paula Paulino da Costa é especialista em Finanças e docente da BSP – Business School São Paulo.

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