São Paulo - O senso comum diz que metade das empresas fecham as portas antes de completar cinco anos de vida, mas será que a estatística é confiável?

Um levantamento feito por um pesquisador norte-americano mostrou que a taxa de sobrevivência das startups depende na verdade do ramo de atuação.

O pesquisador Scott Shane chegou à conclusão analisando as estatísticas mais recentes da Longitudinal Business Database, uma base de dados gerada a partir do censo norte-americano.

De acordo com o levantamento, o setor de seguros, finanças e imóveis, por exemplo, tem uma taxa de sobrevivência maior que a média nos Estados Unidos - 57,4% das startups destes ramos conseguem superar os cinco anos de vida.

Já na área de transportes, comunicações e serviços públicos, a taxa de mortalidade precoce é maior. Metade das empresas dos setores não chega sequer aos quatro anos de idade e apenas 44,4% passam dos cinco anos.

Entre os setores com menor taxa de sobrevivência estão ainda os de varejo e construção - em ambos, menos da metade das empresas consegue chegar ao quinto aniversário.

As startups dos ramos de serviços, atacado e agricultura, por outro lado, conseguiram maior sobrevida - mais da metade dos novos negócios nas áreas passaram dos cinco anos.

Os setores de mineração e manufatura ficaram muito próximos à projeção do senso comum: metade das empresas chegaram ao quinto aniversário.

Shane destaca, no entanto, que as taxas de sobrevivência também estão sujeitas a variações de acordo com o período analisado.

"Levando em conta o que aconteceu com a economia nos últimos anos, as chances de empresas de finanças, seguros e imóveis fundadas entre 2008 e 2009 chegarem ao quinto aniversário podem ser bem diferentes do que as apresentadas no gráfico", escreveu o pesquisador em seu blog.

Embora os dados se apliquem especificamente ao mercado norte-americano e estejam restritos a um período específico, o estudo destaca que os empreendedores devem ficar atentos aos setores que apresentam maiores chances de sobrevivência antes de começar um negócio, segundo o pesquisador. Shane é professor de Estudos de Empreendedorismo na Case Western Reserve University.

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