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Atitude de pronto - socorro é útil para empreendedores

Empreendedores podem aprender com a medicina o real significado da palavra urgência — uma situação que, sem intervenção rápida e precisa, pode ser fatal

Na minha empresa todos sabem que, se o caso vai para a sala de emergência,o problema é grave mesmo (Stock Exchange)

Na minha empresa todos sabem que, se o caso vai para a sala de emergência,o problema é grave mesmo (Stock Exchange)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 05h00.

Gosto de seriados de televisão que se passam em hospitais - como Dr. House, o médico que costuma invadir casas, mentir, trapacear e deixar todo mundo maluco para chegar a um diagnóstico que possa acabar com a dor e salvar seus pacientes.

Essas histórias podem ensinar a empreendedores como eu e você o que, para mim, é o real significado da palavra urgência - uma situa­ção que, sem intervenção rápida e precisa, pode ser fatal. 

Inspirado nisso, criei na minha empresa uma sala chamada E.R.— sigla de Emergency Room, o nome em inglês para pronto-socorro (e título de outro seriado do gênero, o clássico Plantão Médico). Tudo lá é branco, da parede às cadeiras, como num hospital.

Ali só entram casos urgentes, que ficam sob acompanhamento de uma equipe de clínicos formada por pessoas das áreas de produção, finanças, logística, contábil, comercial ou de marketing, dependendo do caso. Todo mundo na empresa sabe que, se o assunto vai para a sala de emergência, é porque o problema é grave mesmo.

Em frente à Emergency Room ficam os consultórios — ou melhor, as salas dos diretores, que são os médicos desse hospital. Às vezes, eles se reúnem com o pessoal da emergência em outro espaço, que batizei de The Clinic. Em algumas situações, convocamos gente de fora da empresa que possa nos ajudar num diagnóstico que esteja particularmente complicado.


De preferência, os especialistas convidados não têm a ver com o problema a ser discutido — pode ser um cliente, um fornecedor ou outro empreendedor que eu conheça. O importante é que seja alguém capaz de enxergar o problema de um ponto de vista diferente do nosso, que estamos envolvidos com o dia a dia.

Parece tudo muito estranho? Até pode ser. Para mim, o importante é que os termos médicos e o jeitão de hospital transmitem para todos na empresa o sentido do que é realmente urgente. Um dos males que afetam muitos pequenos e médios negócios hoje em dia é a banalização do senso de urgência - síndrome que faz as pessoas julgarem que tudo é igualmente importante.

Quem sofre dessa doença acaba achando que urgente é só algo que deve ser feito rápido, sem o cuidado e o esmero que os problemas verdadeiramente graves exigem.

Ao dar entrada no Hospital do Sid, funcionários de baixo desempenho, departamentos problemáticos ou filiais com resultados anêmicos ficam sob observação até seu total restabelecimento. Após o diagnóstico, meus especialistas indicam a terapia que julgam mais adequada. Muitas vezes, a coisa não é tão grave, e métodos homeopáticos bastam.

Casos mais graves podem exigir uma ação cirúrgica, como cancelamento de projetos ou transfusões de investimentos para áreas menos desenganadas do negócio. Nos dois casos, tudo é tratado com a mesma seriedade. A urgência deve ser acompanhada da precisão — na minha clínica, o objetivo é que todo mundo saia curado.

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