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Guimarães, da Caixa: linha de crédito para PMEs pode acabar nesta quinta

À EXAME, o presidente do banco estatal disse que o Pronampe, um programa de crédito de R$ 15 bi, pode acabar na instituição se não houver novos repasses

Guimarães, da Caixa: banco já emprestou 1,95 bilhão de reais desde o dia 16 de junho para micro e pequenas empresas pelo Pronampe (Adriano Machado/Reuters)
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Carolina Ingizza

Publicado em 8 de julho de 2020 às 13h11.

Última atualização em 8 de julho de 2020 às 19h45.

A Caixa Econômica Federal deve atingir seu limite de crédito na linha do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) nesta quinta-feira, 9, disse o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, à EXAME. O banco, que já emprestou 1,95 bilhão de reais desde o dia 16 de junho, tem um limite de cerca de 3 bilhões de reais no programa, o que equivale a 20% dos15,9 bilhões de reais liberados pela União ao Fundo Garantidor de Operações (FGO).

Se o governo não ampliar o limite de repasse para o banco, a instituição não poderá atender novos clientes. “Essa definição não é nossa. Essa definição é do Ministério da Economia e do gestor do fundo, que é o Banco do Brasil”, diz Guimarães. A divisão inicial do Ministério previa que cada um dos grandes bancos operasse um quinto do programa, mas até agora, só Caixa e Banco do Brasil estão com a linha ativa.

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A Caixa afirma estar emprestando em média 500 milhões de reais por dia esta semana. Somente na terça-feira, 7, foram 650 milhões. “Certamente se a gente não tiver o limite aumentado, pessoas com crédito aprovado não poderão receber”, diz o presidente. Em geral, o processo de análise de crédito demora cinco dias na instituição.

O tema também preocupa o governo. Em audiência pública no Congresso na última terça-feira, 7, o secretário especial de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que os 15,9 bilhões de reais aportados pelo Tesouro para bancar as garantias do programa vão acabar em breve.

O Ministério, então, estuda opções para alavancar o programa. A pasta teria solicitado ao BB, que opera o Fundo Garantidor de Operações (FGO), que revisse os limites do Pronampe. Os analistas também cogitam aumentar o limite da Caixa e do BB.

Os bancos privados Bradesco, Itaú e Santander afirmaram que vão operar a linha do governo, mas não estabeleceram uma data. Itaú disse que vai operar “em breve”, mas em data ainda a ser definida. Bradesco e Santander, por sua vez, afirmam que devem iniciar a linha, respectivamente, no final de julho e em agosto. Havia uma expectativa no Ministério de que os grandes bancos começassem a operar o programa no dia 15 de julho.

Foco em PMES é meta da nova gestão

Mesmo se não puder mais emprestar pelo Pronampe, a Caixa quer continuar se relacionando com o público de micro e pequenas empresas. Cerca de 70% das empresas que conseguiram crédito não eram clientes da instituição antes. “O banco não vai estar nos programas de grandes empresas, vamos focar nas menores e nos programas assistenciais do governo”, diz o presidente do banco.

Para fortalecer o relacionamento com esse público, a Caixa vai lançar em agosto um novo aplicativo para empresas menores, similar ao que existe hoje para pagamento do Auxílio Emergencial. “Queremos ter maior agilidade e manter relação com essas empresas pós-pandemia, por isso não é um aplicativo exclusivo do Pronampe”, diz Guimarães.

Fora o programa, a Caixa oferece desde abril uma linha de crédito assistido em parceria com o Sebrae, utilizando o Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe) da entidade. Até então, o banco já liberou 1,79 bilhão de reais nessa linha. A expectativa é que sejam emprestados, no total, 7,5 bilhões.

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