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Preciso de um investidor e não sei por onde começar. O que fazer?

A investidora Camila Farani responde dúvidas de leitores no site EXAME.

Investimento-anjo: projeto de compra secundária de participações de investidores-anjo em startups será apresentado hoje à noite pela Bossa Nova Investimentos (Foto/Thinkstock)

Investimento-anjo: projeto de compra secundária de participações de investidores-anjo em startups será apresentado hoje à noite pela Bossa Nova Investimentos (Foto/Thinkstock)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 15h00.

Preciso de um investidor e não sei por onde começar. O que fazer?

O ano de 2017 está acabando, mas já é possível ao menos começar a pensar por onde iniciar a sua busca quando respondo uma das perguntas mais recorrentes que ouço em eventos e conversas: preciso de um investidor, por onde começar?

A resposta que costumo dar é com outro questionamento: que tipo de investidor você procura? Assim como você define se seu negócio é B2B ou B2C, é necessário que o empreendedor também defina a espécie de investidor que colocará recursos financeiros nele.

Eu gosto de citar quatro tipos de investidores. O primeiro envolve um capital inteligente, os chamados "investidores-anjo". Ou seja, não é aquele investidor que vai agregar apenas financeiramente, mas também networking, experiência, ajudar a fazer o negócio crescer. Chega até a participar até certo ponto da vida da empresa.

Há excelentes aceleradoras no mercado, grupos de investidores que dedicam seu tempo exclusivamente para isso. Esta modalidade está não apenas crescendo, mas também atingindo maturidade no país.

Prepare o seu pitch, tenha os indicadores principais na cabeça e marque reuniões com esses investidores. Em alguns eventos é possível encontrá-los.

O segundo tipo é aquele que apenas coloca o dinheiro no empreendimento, sem fazer grandes interferências na rotina do negócio e recebe os dividendos quando o lucro começa a aparecer. Todo investidor que se preza confia e muito no empreendedor que está investindo, mas neste caso essa confiança é mais forte que no primeiro caso.

Porém, às vezes você pode ser um empreendedor que não necessita desse tipo de ajuda (ou não quer!). Então faz sentido hoje você procurar boas linhas de acesso ao crédito, visto que já existem produtos voltados especialmente ao empreendedor em bancos, fintechs e outras instituições financeiras.

Você ainda acha que os juros são astronômicos como eram tempos atrás? Sugiro que você parta para a ação e veja que essa concorrência está favorecendo quem necessita recorrer a este terceiro recurso da minha lista.

A última modalidade é a cereja do bolo: há uma modalidade na área de subvenção para quem tem mais experiência, sabe lidar com burocracias, possui paciência e tem disciplina com prazos. Neste caso não tem escapatória: você tem que ficar com antenas ligadas em editais, principalmente os de tecnologia.

O capital liberado neste último caso vale muito a pena e, se você tem um produto ou serviço muito inovador, não precisa devolver os recursos financeiros em troca. É o chamado “fundo perdido”. Não gosto muito de usar esse termo porque não vejo nada de “perdido” quando se trata de executar de maneira bem feita um planejamento aprovado em rígidos editais superconcorridos na área de inovação.

Com essas quatro dicas, você já terá um norte para aprender qual o seu melhor caminho e, quem sabe, se tornar investidor no futuro e ensinar empreendedores que terão essa mesma dúvida.

Quer saber mais sobre o mundo do empreendedorismo? Mande a sua pergunta, que respondo na próxima coluna.

Camila Farani é presidente do grupo de investimento-anjo Gávea Angels e jurada no programa Shark Tank Brasil.

Envie suas dúvidas para pme-exame@abril.com.br.

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