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Por que transformar sua empresa num jogo de frescobol?

Achou a proposta esquisita? Entenda como esse esporte pode ajudá-lo a motivar seus funcionários.

Casal joga frescobol na praia: entenda como os princípios desse jogo podem ajudar a sua equipe a trabalhar melhor (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 12h32.

Como criar um ambiente de trabalho agradável
Escrito por Alexandre Rangel, especialista em gestão de pessoas

Outro dia li uma crônica de Rubem Alves, na qual ele observa que os relacionamentos no casamento podem ser do tipo jogo de tênis ou de frescobol. Pensando um pouco sobre isso, vejo que a observação feita pelo escritor se aplica não apenas ao casamento, mas também a todos os tipos de relacionamentos, incluindo o ambiente corporativo.

Um pequeno empresário, ao constituir sua empresa , cria na verdade uma equipe de trabalho, cujas relações interpessoais podem se assemelhar a um jogo de tênis ou de frescobol.

De acordo com Alves, os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Já os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de contentamento, e com perspectiva de longo prazo. Como assim? Esclareço a metáfora esportiva.

O tênis, como bem aponta Alves, tem uma ferocidade inerente à competição, afinal, o objetivo é derrotar o adversário. E a vitória de um se manifesta pelo erro do outro, em sua incapacidade de devolver a bola. O bom jogador é aquele que tem pleno conhecimento do ponto fraco de seu competidor, que é justamente onde ele vai direcionar sua cortada, interromper e sobrepujar. O ponto alto do tênis se encontra, portanto, no momento em que essa disputa não pode mais continuar. Termina, invariavelmente, com a felicidade do vencedor e a consternação do derrotado.

Dois jogadores, duas raquetes e uma bola. As semelhanças do frescobol com o tênis terminam por aí. Para o jogo ser bom (e divertido), é necessário que nenhum dos dois participantes perca. Se a bola vier meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e se estica todo para devolvê-la redondinha, no lugar certo, para que o outro possa alcançá-la. Ninguém fica feliz quando o outro erra. Pelo contrário, fica tão chateado quanto quem errou, que se sente culpado por brecar a troca de jogadas. Mas tudo isso, no final das contas, não tem a menor importância: não há pontuação. Não existe competidor, porque não há vencidos nem vencedores. É só começar de novo esse delicioso jogo de superação coletiva.

Já no “jogo” da empresa, quando os objetivos são individualistas (mesmo quando relacionados a departamentos), a tendência é que os relacionamentos sejam do tipo tênis, no qual um ganha e o outro perde.

Quando os interesses são comuns a todos, os relacionamentos tornam-se do tipo frescobol, ou seja, não faz sentido um jogar contra o outro, pois isso dificultará alcançar os objetivos da equipe: manter a bola (empresa) no alto, pelo maior tempo possível.

O que fazer para que o ambiente de trabalho seja agradável e produtivo, como o frescobol? Aqui vão cinco pontos que ajudarão o empresário a criar um ambiente de trabalho mais agradável em sua companhia:

1. Estabelecer objetivos. Mostrar claramente para todos qual é o norte a ser seguido e como todos podem contribuir. Criar objetivos que sejam comuns a todos.

2. Planejar e envolver. Planejar com a equipe as estratégias para alcançar os objetivos. Envolver a equipe no planejamento é o segredo do comprometimento.

3. Capacitar. Como bom técnico, identificar as necessidades de treinamento individual para cada membro da equipe, bem como para o time como um todo.

4. Motivar. Procurar sempre atender às três necessidades básicas das pessoas: 1) ser ouvidas; 2) ser reconhecidas; 3) ter o direito de errar na tentativa de acertar.

5. Inovar. Estimular as pessoas a inovar, promover mudanças e questionar as regras usadas, sempre que as considerarem pouco eficazes.
Com suas práticas de gestão, o empresário é o técnico da equipe. É ele quem define as regras do jogo e orienta os relacionamentos do seu time.

E na sua empresa, o que você está promovendo: relacionamentos do tipo jogo de tênis ou de frescobol?

Alexandre Rangel é sócio-fundador da Alliance Coaching.

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Escrito por Alexandre Rangel, especialista em gestão de pessoas

Outro dia li uma crônica de Rubem Alves, na qual ele observa que os relacionamentos no casamento podem ser do tipo jogo de tênis ou de frescobol. Pensando um pouco sobre isso, vejo que a observação feita pelo escritor se aplica não apenas ao casamento, mas também a todos os tipos de relacionamentos, incluindo o ambiente corporativo.

Um pequeno empresário, ao constituir sua empresa , cria na verdade uma equipe de trabalho, cujas relações interpessoais podem se assemelhar a um jogo de tênis ou de frescobol.

De acordo com Alves, os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Já os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de contentamento, e com perspectiva de longo prazo. Como assim? Esclareço a metáfora esportiva.

O tênis, como bem aponta Alves, tem uma ferocidade inerente à competição, afinal, o objetivo é derrotar o adversário. E a vitória de um se manifesta pelo erro do outro, em sua incapacidade de devolver a bola. O bom jogador é aquele que tem pleno conhecimento do ponto fraco de seu competidor, que é justamente onde ele vai direcionar sua cortada, interromper e sobrepujar. O ponto alto do tênis se encontra, portanto, no momento em que essa disputa não pode mais continuar. Termina, invariavelmente, com a felicidade do vencedor e a consternação do derrotado.

Dois jogadores, duas raquetes e uma bola. As semelhanças do frescobol com o tênis terminam por aí. Para o jogo ser bom (e divertido), é necessário que nenhum dos dois participantes perca. Se a bola vier meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e se estica todo para devolvê-la redondinha, no lugar certo, para que o outro possa alcançá-la. Ninguém fica feliz quando o outro erra. Pelo contrário, fica tão chateado quanto quem errou, que se sente culpado por brecar a troca de jogadas. Mas tudo isso, no final das contas, não tem a menor importância: não há pontuação. Não existe competidor, porque não há vencidos nem vencedores. É só começar de novo esse delicioso jogo de superação coletiva.

Já no “jogo” da empresa, quando os objetivos são individualistas (mesmo quando relacionados a departamentos), a tendência é que os relacionamentos sejam do tipo tênis, no qual um ganha e o outro perde.

Quando os interesses são comuns a todos, os relacionamentos tornam-se do tipo frescobol, ou seja, não faz sentido um jogar contra o outro, pois isso dificultará alcançar os objetivos da equipe: manter a bola (empresa) no alto, pelo maior tempo possível.

O que fazer para que o ambiente de trabalho seja agradável e produtivo, como o frescobol? Aqui vão cinco pontos que ajudarão o empresário a criar um ambiente de trabalho mais agradável em sua companhia:

1. Estabelecer objetivos. Mostrar claramente para todos qual é o norte a ser seguido e como todos podem contribuir. Criar objetivos que sejam comuns a todos.

2. Planejar e envolver. Planejar com a equipe as estratégias para alcançar os objetivos. Envolver a equipe no planejamento é o segredo do comprometimento.

3. Capacitar. Como bom técnico, identificar as necessidades de treinamento individual para cada membro da equipe, bem como para o time como um todo.

4. Motivar. Procurar sempre atender às três necessidades básicas das pessoas: 1) ser ouvidas; 2) ser reconhecidas; 3) ter o direito de errar na tentativa de acertar.

5. Inovar. Estimular as pessoas a inovar, promover mudanças e questionar as regras usadas, sempre que as considerarem pouco eficazes.
Com suas práticas de gestão, o empresário é o técnico da equipe. É ele quem define as regras do jogo e orienta os relacionamentos do seu time.

E na sua empresa, o que você está promovendo: relacionamentos do tipo jogo de tênis ou de frescobol?

Alexandre Rangel é sócio-fundador da Alliance Coaching.

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