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Estas 4 razões mostram por que falar sobre empreendedorismo feminino

Existe alguma diferença entre mulheres e homens empreendendo? O que de fato é o empreendedorismo feminino? Especialista responde

Empreendedorismo feminino: por que é tão importante falar sobre isso? (Richard Drury/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2021 às 11h29.

Última atualização em 22 de junho de 2021 às 11h30.

Por Marina Gurgel*

Por que falar de empreendedorismo feminino? Por que não falamos só de empreendedorismo? Existe alguma diferença entre mulheres e homens empreendendo? Se existem, quais são as principais diferenças?  Estas são perguntas que recebemos com frequência e sobre as quais nos debruçamos desde a fundação da Rede Mulher Empreendedora, há 11 anos, e de forma mais sistemática há cinco anos quando começamos uma pesquisa anual sobre o empreendedorismo feminino.

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Neste percurso, vimos diferenças entre homens e mulheres empreendedores nos fatores que afetam de forma profunda a estratégia e desenvolvimento dos negócios, como: as razões que os levaram a abrir um negócio, o perfil do negócio, a relação deste com a vida familiar. Abaixo listei quatro delas que acho que são as mais relevantes para entendermos a importância de falarmos de um empreendedorismo feminino.

4 razões para falar sobre empreendedorismo feminino

  1. A razão para empreender: quando perguntados numa pesquisa por que empreendem, o sonho de ser empreendedor ou a ideia de enriquecer são citados por homens em maior proporção do que por mulheres; por outro lado, mulheres apontam a flexibilidade de jornada, a possibilidade de conciliar o empreendimento com a família e   dificuldades no mercado de trabalho de forma mais frequente;
  2. O perfil do negócio: no geral, os negócios das mulheres estão mais concentrados nos setores de serviços, beleza e alimentação, entre os homens se destaca o comércio. Outra diferença é que negócios liderados por mulheres costumam apresentar um faturamento menor, com menos funcionários, mas com uma contratação proporcionalmente maior de mulheres entre eles;
  3. Autopercepção enquanto empreendedor também altera de forma relevante entre homens e mulheres. Um número proporcionalmente maior de homens aponta aspectos como gestão financeira, divulgação, vendas e/ou planejamento estratégico como pontos fortes de seus negócios. Em nenhum dos pontos perguntados as mulheres tiveram uma autopercepção melhor que a dos homens;
  4. Pandemia: os impactos e reações à pandemia também tiveram suas diferenças entre homens e mulheres. Mulheres citaram com maior frequência a dificuldade de organizar o tempo e de conciliar o trabalho de casa com outros afazeres quando perguntadas sobre as maiores dificuldades da Pandemia. A resposta do negócio à Pandemia também foi diferente, enquanto homens focaram em cortar gastos, mulheres investiram nas adaptações estratégicas do negócio como a digitalização.

Várias das diferenças citadas acima estão profundamente ligadas a obstáculos que as mulheres encontram na sociedade como a discriminação no mercado de trabalho, dupla jornada e síndrome da impostora. Afinal,  o empreender está profundamente ligado às nossas vivências.

Mas falar de empreendedorismo feminino também é falar de mulheres se apoiando, inovando, transformando a sua realidade e a de seu entorno. É por tudo isso que falamos de empreendedorismo feminino.

*Marina Gurgel é Cientista Social e Gerente do Instituto Rede Mulher Empreendedora

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