PME

Plug And Play, investidora de Google e Rappi, abre escritório em SP

Aceleradora, investidora e ponte entre grandes empresas e startups olhará para startups de finanças, agronegócio e alimentação

Plug and Play no Brasil: 42 startups brasileiras já estão no portfólio da empresa de inovação (Mariana Fonseca/Exame)

Plug and Play no Brasil: 42 startups brasileiras já estão no portfólio da empresa de inovação (Mariana Fonseca/Exame)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 14h32.

A competição pelas startups brasileiras -- e pelas grandes empresas interessadas nesses negócios escaláveis e inovadores -- está se acirrando. O último capítulo é a inauguração do escritório próprio da Plug and Play no Brasil, uma das investidoras de capital de risco mais ativas do mundo e apostadora na fase inicial de gigantes como Google, Dropbox, PayPal e Rappi.

A empresa de inovação ocupará um espaço de 600 metros quadrados no bairro Vila Olímpia, na cidade de São Paulo. O escritório foi inaugurado nesta semana e pediu um investimento de dois milhões de dólares. Com ele, a Plug and Play oficializará programas de aceleração, investimento e aproximação entre negócios inovadores e grandes empresas made in Brazil.

“Somos um país de empreendedores. Mas nossa produtividade não costuma acompanhar os indicadores melhores de juros, inflação, mercado acionário e crescimento. Queremos mudar esse quadro, transformando setores diversos e atendendo um consumidor cada vez mais digital”, afirmou Luís Dearo, diretor brasileiro da Plug and Play, durante o lançamento da Plug and Play no país.

 

Do Vale do Silício à São Paulo

Fundada no Vale do Silício (Estados Unidos) em 2006, a Plug and Play já acelerou mais de 2.000 startups globalmente e realizou 220 investimentos apenas em 2018 (a ideia é aportar em ao menos 30% das startups que passam pela aceleração). Os negócios escaláveis e inovadores do portfólio da Plug and Play receberam mais de nove bilhões de dólares em investimentos totais e estão disponíveis para uma rede de mais de 300 corporações parceiras.

A Plug and Play já havia investido em 42 startups brasileiras desde 2014, quando começou a olhar para o país. A empresa de inovação trabalhou junto a negócios como a Editora Abril e Porto Seguro por meio de seu braço de venture capital. Também acelerou negócios brasileiros no Vale do Silício, como a startup de logística para caminhoneiros TruckPad

“O Brasil é um quartel general para as empresas globais que querem explorar a América Latina. O país tem uma vocação de centro para os investimentos na região”, afirmou a EXAME Gabriela Aguiar, diretora de programas corporativos na sede brasileira da Plug and Play.

As primeiras verticais de negócios a serem trabalhadas surgiram das demandas das primeiras corporações parceiras: serviços financeiros (fintechs) e agronegócio e alimentação (agritech e foodtech). As próximas verticais serão seguros (insurtechs) e cidades inteligentes (smart cities, englobando temas como energia, imóveis, internet das coisas e mobilidade).

Em 2020, a Plug and Play espera organizar ao menos quatro rodadas de aceleração -- duas na vertical de fintechs e duas na vertical de agronegócio e alimentação. Cada batch deve receber cerca de 30 startups.

O interesse da Plug and Play nas startups brasileiras não é exclusivo. No último ano, os negócios escaláveis e inovadores nacionais receberam 1,3 bilhão de dólares em aportes, dois terços do total de venture capital recebido na América Latina. O valor é cerca de 50% maior do que os 859 milhões de dólares vistos em 2017. A cifra promete aumentar em 2019, tendo-se em vista os recentes aportes polpudos de fundos como o Latin America Fund, do conglomerado japonês SoftBank.

 

Competição pelas gigantes brasileiras

A Plug and Play já trabalhava lá fora com gigantes brasileiras -- o Banco do Brasil está associado há mais de dois anos com a empresa de inovação. A empresa apresenta negócios escaláveis e inovadores de seu portfólio às corporações e também as prepara para recebê-los, desde o financeiro até a transformação de cultura. “Vimos uma demanda por profissionalizar a inovação nas empresas, inclusive de corporações daqui que víamos no Vale do Silício”, afirma Aguiar.

Agora, a Plug and Play anunciou parcerias com cinco grandes empresas em seu escritório paulista: as exportadoras de papel e celulose Klabin e Suzano/Fibria; as corporações de serviços financeiros Elo e Sicoob; e a gigante de telecomunicações Claro.

Outras empresas de inovação apostam nessa conexão por aqui, como a aceleradora Darwin e a investidora ACE. Para a Plug and Play, seu diferencial está nos 30 escritórios espalhados por América, Europa e Ásia -- startups de diversos países podem ser apresentadas às organizações. "Temos um sourcing global de negócios escaláveis e inovadores", diz Aguiar.

O mundo das empresas de inovação acaba de se tornar mais competitivo -- o que só é boa notícia para seus consumidores.

Acompanhe tudo sobre:AceleradorasInvestimentos de empresasStartups

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar