Pequenas ganham com fim da exclusividade das máquinas de cartões
Agora que os terminais de pagamento passaram a processar cartões de todas as bandeiras, os lojistas economizam e devem aceitar mais os cartões
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Brasília - "Começou o fim do cartel dos cartões de crédito em favor da competitividade dos pequenos negócios." Essa é a avaliação do presidente em exercício do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.
Desde quinta-feira (1º), terminais de pagamento passaram a processar cartões de todas as bandeiras. Com a medida, os lojistas poderão optar por uma única máquina para passar todos os cartões, independentemente da bandeira adotada.
O compartilhamento dos terminais de cartões de crédito vem sendo defendido pelo Sebrae fortemente desde 2004, por meio de articulação consistente com o Banco Central, empresas credenciadoras e administradoras das mais diversas bandeiras, inclusive regionais.
Atualmente, cerca de 1,2 milhão de empresas de todos os portes utilizam cartões em suas vendas. Considerando-se que o universo de micro e pequenas empresas formais é de 5,8 milhões e que elas representam 99% do total de empreendimentos do País, tem-se uma idéia do potencial deste mercado.
"Isso dá uma idéia de como o uso de cartões pode ganhar fôlego a partir do segmento. O cartão alavanca as vendas das empresas, funcionando também como mecanismo de acesso ao crédito por meio da criação de recebíveis com data certa para entrar no fluxo de caixa. Além disso, facilita a vida de quem compra e reduz o risco de quem vende", ressalta Carlos Alberto.
O compartilhamento, explicou, representa grande avanço porque decorre de uma importante auto-regulação do setor, que se sentiu pressionado pela sociedade e pelos seus porta-vozes no Executivo, Legislativo e na iniciativa privada.
Os balcões de lojistas e prestadores de serviços haviam se transformado em estacionamento de "maquininhas".Considerando-se que cada um desses terminais representa um custo mensal de R$ 120,00 (só de aluguel, fora taxas sobre vendas e pagamento da linha telefônica) a soma representava em muitos casos várias vezes o que era pago de impostos por empreendimentos enquadrados no regime especial do Simples Nacional.
São três as credenciadoras de cartões: Redecard, Cielo e GetNet que passam, agora, a disputar o máximo de bandeiras, desde as conhecidas internacionalmente como Mastercard e Visa, assim como uma grande variedade de bandeiras regionais. Essa concorrência repercutirá nos custos operacionais do comércio e nos preços que os consumidores pagam por bens e serviços.