2 – Festas de criança (Thinkstock/Thinkstock)
Karin Salomão
Publicado em 9 de abril de 2018 às 16h51.
Última atualização em 9 de abril de 2018 às 16h55.
São Paulo – O que você acha de compartilhar o buffet de aniversário dos filhos com outras quatro famílias? A ideia pode causar estranhamento à primeira vista, mas foi a solução que uma rede de buffet de festas encontrou para driblar a crise.
Em um momento de crise econômica, os consumidores cortaram os gastos que consideram mais supérfluos, entre eles os gastos com aniversários dos filhos. A rede Catavento, de buffet infantil, percebeu que, se não mudasse seu modelo de negócios, sofreria no ambiente desfavorável. Por isso, há um ano, criou uma nova modalidade de festa infantil: buffet compartilhado com outras famílias.
Cada família pode convidar cerca de 20 pessoas e conta com um ambiente exclusivo para alimentação, mas os brinquedos e equipamentos são compartilhados com os outros clientes do buffet. "Quem não queria esbanjar, fechar uma festa cara, encontrou uma opção mais acessível", afirma Marcelo Golfieri, dono da rede, na Feira do Empreendedor Sebrae, que vai até amanhã, 10 de abril, no Parque Anhembi.
No início, alguns clientes se mostraram reticentes com o modelo e foi necessário fazer um trabalho de convencimento e marketing. Golfieri compara as festas compartilhadas a um aniversário em um restaurante. "Você não precisa conhecer todos no restaurante para ter uma festa legal", diz. Além disso, a ideia de economia compartilhada já está mais difundida, com empresas como Uber e Airbnb fazendo sucesso.
"Conseguimos até vender ingressos avulsos para aumentar o retorno do investimento", afirma o presidente do grupo. No Dia das Mães, por exemplo, uma de suas unidades irá abrir ao público geral.
O grupo tem três unidades próprias e 34 franquias, espalhadas pelo Brasil.
Não é a primeira vez que a rede identifica uma oportunidade de mercado. A primeira vez foi na própria fundação da companhia, há 30 anos, quando o mercado de buffet infantis ainda era incipiente.
Para criar mais renda para a família, a esposa de Golfieri fez cursos de decoração infantil e ele começou um pequeno caraoquê infantil em uma garagem. Por ser office boy e andar pela cidade, ele descobriu que uma casa de fliperama estava para fechar. Não teve dúvidas e comprou os brinquedos, para expandir a atuação de seu negócio.
O foco em brinquedos diferentes se manteve durante a história da companhia. Atualmente, ela trabalha com um simulador de realidade virtual, que leva o cliente a um passeio de montanha russa, trem fantasma, barco viking, balada silenciosa, em que os participantes ouvem a música com fones de ouvido, e uma bateria digital, em que os movimentos do músico são monitorados por sensores nas baquetas e nos pés.
"A ideia é oferecer brinquedos para entreter de crianças de um ano a adultos", afirmou o empreendedor.
Os brinquedos são todos feitos por uma fábrica própria, que já chegou a fornecer brinquedos para outros parques e equipou algumas unidades da rede Habib's. Além disso, o grupo também adquiriu uma fabricante de salgadinhos, a Todo Sabor. Ao centralizar a produção de alimentos e brinquedos, consegue reduzir o custo de sua operação.
A franquia oferece unidades de 300 m², 800 m² e 1.300 m². O valor da franquia é de aproximadamente 700 mil reais, sendo 150 mil reais de taxa de franquia e aproximadamente mil reais por metro quadrado, para reforma do local e instalação dos brinquedos e equipamentos.
Com três unidades próprias e 34 franquias, o plano é abrir mais 10 franquias e duas unidades próprias até o fim do ano.