Mulher difitando em notebook (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 10h00.
O que você precisa para montar um negócio online
Respondido por Fernando de La Riva, especialista em negócios digitais
Criar um modelo de negócios digital de sucesso é uma tarefa complexa que ainda precisa da mágica do empreendedor, mas que se tornou muito mais democrática: os recursos necessários para produzir e evoluir seu produto estão muito mais acessíveis. Em resumo, sua “caixa de ferramentas” precisa ser montada com formação pessoal, pessoas e ferramentas.
Ter um modelo de negócio digital é árduo e precisa de uma trajetória de 24 a 36 meses. O sucesso continua sendo combinação de mercado, pessoas, ferramentas e aprendizado, sendo que a qualidade do time e a velocidade em que ele aprende tem sido o fator mais crítico.
Descoberta de Cliente e de Produto
Antes de começar, você precisa validar o problema que seu cliente quer resolver, o tamanho do mercado e que tipo de produto você precisa. Nesta fase, os materiais de experts como Alex Osterwalder, Steve Blank e Eric Ries ajudam muito.
Ferramentas de pesquisa como o Survey Monkey, de envio de e-mail como o Mailchimp e de modelo de negócio como o Lean Launch Lab são muito úteis. Você também vai precisar de uma landing page e, se você não é técnico, plataformas como o Unbounce são úteis, mas limitadas. Depois de um tempo é melhor usar open source, como o WordPress e o Themeforest. Para a marca e o logo uma opção é o 99designs.
Métricas
O mundo de métricas depende do modelo de negócios e do canal usado. Existe um modelo básico proposto pelo Dave McLure chamado de AARRR e que representa seu funil de vendas. Outras boas referências são o livro Lean Analytics e o próprio Google Analytics. Para negócios SaaS, o blog do David Skok. Em relação às ferramentas temos, além do Google Analytics, o Kissmetrics e o Mix Panel. Para saber onde, em seu site, as pessoas clicam mais, o Crazy Egg funciona bem. Se seu produto é mobile, por outro lado, o Flurry é uma opção.
Marketing de crescimento (Growth Hacking) e Vendas
Em uma visão geral, para buscar tráfego para seu produto é comum usar o PPC, ou seja, pagar por clique em redes sociais como LinkedIn ou buscadores como o Google.
Ações de engajamento pleo Twitter e Facebook e marketing de conteúdo podem fazer sentido. Ter um blog, um canal no Youtube e uma presença no Pinterest são um começo. O sucesso neste caso é proporcional a três fatores: utilidade, qualidade e quão inusitado é o conteúdo.
Ferramentas para otimização de mecanismos de busca, como SEO e SEM, são indispensáveis. Para força de vendas, o Pipedrive e o Salesforce funcionam bem, mas vale procurar literatura específica sobre o seu setor.
UX, engenharia ágil, nuvem e operações
A melhor referência de desenvolvimento de produto é Marty Cagan, com seu livro Inspired. Essa é a hora em que ter um time de sócios multidisciplinar faz toda a diferença: o chamado hacker tem que entender aspectos de engenharia e métodos ágeis fazendo um processo contínuo de entregas de versões do produto.
O mais barato é comprar nuvem de empresas como a Amazon ou plataformas como serviço como a da Locaweb. É loucura tentar fazer um produto sem alguém de experiência de usuário e design e, para atender seu cliente, uma solução rápida são plataformas de CRM e atendimento SaaS como Zendesk e SalesForce.
Ciclo de financiamento e gestão
É importante entender o ciclo de venture capital e as suas fases. No Brasil, o normal tem sido adiar a busca de financiamento o maior tempo possível e utilizar processos de aceleração.
Use sempre a ferramenta de gestão de caixa mais simples que existir: uma boa planilha serve por bastante tempo, depois sistemas simples como Conta Azul e ZeroPaper podem ajudar. Fuja de ferramentas complexas de ERP até que você tenha tamanho que justifique.
Fernando de La Riva é especialista em negócios digitais e sócio da Concrete Solutions.