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O preço final do produto sempre é definido pelo franqueador?

As redes precisam ficar atentas para que franqueados não pratiquem na sua unidade preços que estejam desalinhados com o mercado

Gerente de finanças corporativas (Thinkstock)

Gerente de finanças corporativas (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2015 às 14h40.

O preço final do produto ou serviço sempre é definido pela franqueadora?
Respondido por Lyana Bittencourt, especialista em franquias

No sistema de franquias, as regras para a operação do negócio são definidas pela franqueadora e a política comercial é uma das mais importantes. A definição do preço final dos produtos é realizada com base em variáveis que envolvem toda a cadeia de abastecimento.

Quando a franqueadora é a mesma empresa que fabrica o produto ou faz parte do mesmo grupo, a precificação é administrada pela marca bem como a divulgação destes para os franqueados da rede.

Já quando os fornecedores são homologados pela franqueadora, em função da rede trabalhar com um mix de produtos variado, o preço final pode ou não ser definido pela franqueadora. Isso vai depender do quanto a marca está estruturada para dar esse apoio.

No caso do abastecimento da rede por vários fornecedores, existem algumas práticas no mercado de franquias realizadas pelas franqueadoras que ajudam a rede na questão de definição do preço de compra:

• Central de Negociação: trata-se da implantação de uma central, em que a franqueadora negocia com os fornecedores o preço de venda para a rede, de forma que os franqueados consigam aplicar o mark up recomendado e se manter competitivos no mercado.

Essa é uma prática muito importante uma vez que se utiliza da força da marca e da rede para uma melhor negociação. Traz ganho em escala e melhores margens para o franqueado e melhor preço para o consumidor.

• Central de Abastecimento: neste caso a franqueadora instala um centro de distribuição, compra ou importa os produtos e revende para os franqueados. Essa é uma prática que para alguns produtos ou negócios torna-se inviável devido à tributação que incidirá sobre os produtos, podendo inviabilizar a prática de um preço competitivo no ponto de venda.

Em qualquer uma das situações acima existe no mercado a prática do “preço sugerido”. Com isso a rede tem uma flexibilidade para trabalhar o preço final, porém seguindo um limite de menor e de maior preço a ser praticado.

Esse é um tema complexo e que merece toda atenção da franqueadora. Pois, um franqueado não deve praticar na sua unidade preços que estejam desalinhados com o mercado, com a sua estrutura de custos e de resultados projetados. Cada negócio e segmento têm particularidades e critérios que a empresa adota. Não existe padrão, mas deve ser analisado qual o melhor custo da mercadoria vendida e qual o mark up que deve ser utilizado.

Apesar de todo esse esforço, pode acontecer da rede ter franqueados com excelente perfil de vendas, mas sem nenhuma afinidade com custos e finanças. Isso pode dificultar o olhar para a estrutura de compras, estoque e precificação e interferir nas vendas. Ou seja, não ser suficiente para gerar resultados positivos.

Lyana Bittencourt é sócia e diretora de marketing e desenvolvimento do Grupo Bittencourt.

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