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Negócio em casa é realidade para milhões de brasileiros

Quase 80% dos artesãos trabalham na própria residência, porém vale separar ambiente doméstico daquele dedicado à atividade profissional

Trabalho em casa: por conta do crescimento da demanda no período que antecede ao Natal, é preciso estabelecer critérios de gestão para controlar possíveis conflitos na utilização do espaço (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 10h28.

Brasília - Com organização e disciplina, trabalhar em casa pode ser uma alternativa para reduzir custos e tempo gasto com longos deslocamentos, engarrafamentos e outros problemas da vida moderna. Dois dados do Sebrae mostram que essa se torna cada vez mais uma opção de empreender para milhões de brasileiros.

Dos 3,5 milhões de microempreendedores individuais (MEI), 48,6% trabalham na própria residência. Ainda segundo a instituição, 77% dos profissionais de artesanato também utilizam o lar como espaço criativo.

Por conta do crescimento da demanda no período que antecede ao Natal, é preciso que o empresário estabeleça critérios de gestão para controlar possíveis conflitos na utilização do espaço de trabalho e moradia, o que pode acarretar em diminuição da produtividade.

“O trabalho em casa abre uma série de possibilidades para os donos de pequenos negócios, como atuar com certa flexibilidade de horário e reduzir gastos que teria, por exemplo, com a manutenção de um escritório. Mas vale ficar atento à capacidade produtiva e aos prazos de entrega, principalmente no final de ano, quando há crescimento forte das demandas para atender o cliente de forma satisfatória”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Com 12 anos de mercado, a artesã carioca Teresa Merheb trabalha na própria casa, no Itanhangá, na zona oeste do Rio de Janeiro, há seis anos. Com a premissa de não misturar os ambientes profissional e doméstico e atuar de forma mais profissional, a artista transformou a garagem no local de trabalho, com acesso independente. No local, estão os fornos e tornos que ela utiliza para produzir peças em cerâmica, como pratos, vasos e luminárias. "Com pequenas reformas para aumentar a área útil, montei o espaço de produção, onde também dou aulas e recebo clientes de forma adequada”, conta.


Paulo César Alfeu, também do Rio de Janeiro, é outro empreendedor que utiliza a moradia como espaço para criação de suas peças artesanais, no bairro carioca de Jacarepaguá.

Ele confecciona em torno de 3 mil sacolas e 800 caixas decoradas por mês. Por conta da grande quantidade de matéria-prima, o artesão admite que nem sempre consegue impedir que seu trabalho acabe se expandindo por toda a casa. “Minha preocupação maior e de minha esposa, Luciana, com quem trabalho, é não deixar que o lado profissional afete o familiar, particularmente a relação com o nosso filho, Lucas”, afirma.

Paulo diz que, durante o dia, o casal divide a atenção entre o artesanato e tarefas particulares, como deixar e pegar o filho na escola, onde Lucas cursa o oitavo ano do Ensino Fundamental, e levá-lo à escolinha de basquete do Flamengo, na Gávea. “À noite e nos fins de semana, damos um gás na produção. Às vezes, ficando no batente até tarde, para não deixar a peteca cair e nem faltar com atenção ao garoto”, revela o artista.

Dicas para quem trabalha em casa

Importante para quem trabalha em casa, a formalização pode ser feita por meio do registro como Microempreendedor Individual, no Portal do Empreendedor. A regularização traz mais segurança ao dono do pequeno negócio, deixa as regras a serem cumpridas mais claras e amplia mercado por conta da possibilidade de se emitir nota fiscal.


Quem pretende montar um negócio nessa circunstância também deve se informar na prefeitura do município sobre normais locais para licenciamento e funcionamento das atividades.

- Uma dica importante é separar o ambiente de negócio do familiar. Se puder, instale uma entrada própria para receber os clientes e os fornecedores, em um cômodo independente e bem organizado, com uma estrutura de móveis, computador e material de escritório. Essa medida dá um aspecto mais profissional à empresa e evita constrangimentos como um visitante se deparar com a família almoçando ou alguém deitado no sofá da sala vendo TV.

- O empresário não pode misturar a rotina do escritório com questões familiares. Ele também não deve confundir o caixa da empresa com o da família.

- Estabeleça horários para o início e o fim das atividades. A disciplina contribui não só para que o trabalho flua com mais eficiência, como para que o empreendedor consiga usufruir o tempo livre ao lado da família.

- O empreendedor também tem que ficar atento ao cumprimento de prazos, à qualidade do produto e à competitividade do preço da mesma forma que o empresário responsável por um comércio, escritório ou fábrica.


- Cuidado com a aparência torna-se fundamental. Não é por trabalhar em casa que o dono do empreendimento pode apresentar-se com trajes excessivamente informais, como bermuda ou chinelo. O ideal é vestir-se da mesma maneira como se fosse trabalhar em um escritório. Essa postura ajuda a conquistar a confiança das pessoas com quem se trabalha.

- Se possível, mantenha um número de telefone exclusivo para a empresa. Sugere-se que se instale uma secretária eletrônica para atender às ligações na ausência do empresário, ao invés de se recorrer às pessoas de casa para essa tarefa.

- O Sebrae recomenda a capacitação e disponibiliza uma série de soluções para os pequenos negócios, como cursos, palestras, seminários, consultorias e educação a distância. No caso de quem busca aproveitar o aquecimento das vendas nos últimos meses do ano, indicam-se, especificamente, cursos como Gestão do Estoque, Atendimento ao Cliente e Técnicas de Vendas. Para ter acesso a esses conteúdos basta ir ao ponto de atendimento mais próximo do Sebrae ou se informar pelo telefone 0800 570 0800 e pelo Portal Sebrae.

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Brasília - Com organização e disciplina, trabalhar em casa pode ser uma alternativa para reduzir custos e tempo gasto com longos deslocamentos, engarrafamentos e outros problemas da vida moderna. Dois dados do Sebrae mostram que essa se torna cada vez mais uma opção de empreender para milhões de brasileiros.

Dos 3,5 milhões de microempreendedores individuais (MEI), 48,6% trabalham na própria residência. Ainda segundo a instituição, 77% dos profissionais de artesanato também utilizam o lar como espaço criativo.

Por conta do crescimento da demanda no período que antecede ao Natal, é preciso que o empresário estabeleça critérios de gestão para controlar possíveis conflitos na utilização do espaço de trabalho e moradia, o que pode acarretar em diminuição da produtividade.

“O trabalho em casa abre uma série de possibilidades para os donos de pequenos negócios, como atuar com certa flexibilidade de horário e reduzir gastos que teria, por exemplo, com a manutenção de um escritório. Mas vale ficar atento à capacidade produtiva e aos prazos de entrega, principalmente no final de ano, quando há crescimento forte das demandas para atender o cliente de forma satisfatória”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Com 12 anos de mercado, a artesã carioca Teresa Merheb trabalha na própria casa, no Itanhangá, na zona oeste do Rio de Janeiro, há seis anos. Com a premissa de não misturar os ambientes profissional e doméstico e atuar de forma mais profissional, a artista transformou a garagem no local de trabalho, com acesso independente. No local, estão os fornos e tornos que ela utiliza para produzir peças em cerâmica, como pratos, vasos e luminárias. "Com pequenas reformas para aumentar a área útil, montei o espaço de produção, onde também dou aulas e recebo clientes de forma adequada”, conta.


Paulo César Alfeu, também do Rio de Janeiro, é outro empreendedor que utiliza a moradia como espaço para criação de suas peças artesanais, no bairro carioca de Jacarepaguá.

Ele confecciona em torno de 3 mil sacolas e 800 caixas decoradas por mês. Por conta da grande quantidade de matéria-prima, o artesão admite que nem sempre consegue impedir que seu trabalho acabe se expandindo por toda a casa. “Minha preocupação maior e de minha esposa, Luciana, com quem trabalho, é não deixar que o lado profissional afete o familiar, particularmente a relação com o nosso filho, Lucas”, afirma.

Paulo diz que, durante o dia, o casal divide a atenção entre o artesanato e tarefas particulares, como deixar e pegar o filho na escola, onde Lucas cursa o oitavo ano do Ensino Fundamental, e levá-lo à escolinha de basquete do Flamengo, na Gávea. “À noite e nos fins de semana, damos um gás na produção. Às vezes, ficando no batente até tarde, para não deixar a peteca cair e nem faltar com atenção ao garoto”, revela o artista.

Dicas para quem trabalha em casa

Importante para quem trabalha em casa, a formalização pode ser feita por meio do registro como Microempreendedor Individual, no Portal do Empreendedor. A regularização traz mais segurança ao dono do pequeno negócio, deixa as regras a serem cumpridas mais claras e amplia mercado por conta da possibilidade de se emitir nota fiscal.


Quem pretende montar um negócio nessa circunstância também deve se informar na prefeitura do município sobre normais locais para licenciamento e funcionamento das atividades.

- Uma dica importante é separar o ambiente de negócio do familiar. Se puder, instale uma entrada própria para receber os clientes e os fornecedores, em um cômodo independente e bem organizado, com uma estrutura de móveis, computador e material de escritório. Essa medida dá um aspecto mais profissional à empresa e evita constrangimentos como um visitante se deparar com a família almoçando ou alguém deitado no sofá da sala vendo TV.

- O empresário não pode misturar a rotina do escritório com questões familiares. Ele também não deve confundir o caixa da empresa com o da família.

- Estabeleça horários para o início e o fim das atividades. A disciplina contribui não só para que o trabalho flua com mais eficiência, como para que o empreendedor consiga usufruir o tempo livre ao lado da família.

- O empreendedor também tem que ficar atento ao cumprimento de prazos, à qualidade do produto e à competitividade do preço da mesma forma que o empresário responsável por um comércio, escritório ou fábrica.


- Cuidado com a aparência torna-se fundamental. Não é por trabalhar em casa que o dono do empreendimento pode apresentar-se com trajes excessivamente informais, como bermuda ou chinelo. O ideal é vestir-se da mesma maneira como se fosse trabalhar em um escritório. Essa postura ajuda a conquistar a confiança das pessoas com quem se trabalha.

- Se possível, mantenha um número de telefone exclusivo para a empresa. Sugere-se que se instale uma secretária eletrônica para atender às ligações na ausência do empresário, ao invés de se recorrer às pessoas de casa para essa tarefa.

- O Sebrae recomenda a capacitação e disponibiliza uma série de soluções para os pequenos negócios, como cursos, palestras, seminários, consultorias e educação a distância. No caso de quem busca aproveitar o aquecimento das vendas nos últimos meses do ano, indicam-se, especificamente, cursos como Gestão do Estoque, Atendimento ao Cliente e Técnicas de Vendas. Para ter acesso a esses conteúdos basta ir ao ponto de atendimento mais próximo do Sebrae ou se informar pelo telefone 0800 570 0800 e pelo Portal Sebrae.

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