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Muy, “fast-food do prato feito”, recebe R$ 90 mi para expandir pelo Brasil

A empresa colombiana, que chegou ao Brasil em outubro, anuncia ter recebido um aporte do fundo americano MGM Sustainable Energy Fund II

(Muy/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 17h00.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 19h52.

A startup de alimentação colombiana Muy, que chegou ao Brasil em outubro com a promessa de ser o “fast-food do prato feito”, anuncia ter recebido um empréstimo de 90 milhões de reais do fundo americano MGM Sustainable Energy Fund II para investir na sua expansão. Com o novo aporte , a empresa soma quase 200 milhões de reais recebidos no último ano.

No Brasil, por enquanto, a Muy tem um restaurante na área central de São Paulo que só atende por delivery . A startup, que cobra 15 reais por refeição, precisou ajustar seu cardápio para poder competir com os tradicionais restaurantes por quilo e pratos feitos da cidade.

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Nos próximos meses, o objetivo da empresa é ampliar sua operação de entregas e inaugurar um restaurante com salão aberto ao público. Até 2025, o plano é investir 150 milhões de dólares na abertura de 1.000 restaurantes no país. Hoje, entre México e Colômbia, a Muy tem 50 unidades em funcionamento.

A startup, que já recebeu investimentos do fundo americano ALLVP e do espanhol Seaya Ventures, diz que recorreu ao financiamento por dívida agora para não diluir tanto a participação dos fundadores da empresa.

Segundo José Guillermo Calderón, presidente e fundador da companhia, os sócios preferem oferecer participação quando buscam investimentos em marketing e tecnologia. Para a expansão do número de lojas, que seria menos arriscada, eles buscam empréstimos de longo prazo.

O presidente não descarta a possibilidade de fazer uma nova rodada de investimentos, na faixa de 30 milhões a 50 milhões de dólares, no começo de 2021 para financiar novos projetos.

Do delivery ao prato feito

A Muy faz parte do grupo RobinFood, fundado em 2018 por Calderón. Antes, o empreendedor havia criado o aplicativo de delivery colombiano Domicilios.com, vendido para o iFood no primeiro semestre de 2020.

O plano de Calderón com a RobinFood é construir um grupo de marcas de fast-food que consigam competir com nomes como McDonald's, Subway e Domino's na América Latina. A Muy, de comida caseira e saudável, é a primeira delas a chegar ao Brasil. Mas, com o aporte, o grupo pretende trazer outras cinco marcas para o país ainda em 2021.

No longo prazo, o grupo quer ter verdadeiros centros de alimentação nas áreas centrais das principais cidades da América Latina, atendendo o consumidor que busca desde uma pizza até uma feijoada. Além de usar os aplicativos líderes de mercado, como iFood, a empresa aposta também no seu próprio serviço de delivery.

"Há uma oportunidade grande no mercado brasileiro", diz Calderón. O brasileiro é o povo que mais consome fast-food na América Latina, e o mercado no país é pouco consolidado, com as dez principais marcas de alimentação correspondendo a 6% do total do mercado.

A empresa pretendia entrar no Brasil em março, mas adiou os planos devido à pandemia . Com a população voltando a sair de casa para trabalhar, a startup viu uma oportunidade de preencher o espaço deixado pelos restaurantes que fecharam na crise. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, um em cada quatro desses estabelecimentos faliu.

Ao longo do próximo ano, a rede deve abrir de dez a 15 novos restaurantes na cidade de São Paulo e estudar a expansão para outras capitais. O maior desafio, segundo Calderón, é entender qual é o momento certo de fazer o movimento.“Vamos poder sair às ruas ou teremos um novo lockdown? Um momento como esse é muito desafiador, os protocolos mudam a todo tempo”, diz o fundador.

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