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MPE paulistas faturam alto em setembro

Faturamento do mês foi o maior desde 2004; no entanto, subiu para 41% a parcela dos empresários que não esperam aumento da atividade econômica nos próximos seie

Em termos absolutos, o universo das MPEs do estado registrou em setembro de 2010 uma receita total de R$ 25,1 bilhões (Stock Exchange/Reprodução)

Em termos absolutos, o universo das MPEs do estado registrou em setembro de 2010 uma receita total de R$ 25,1 bilhões (Stock Exchange/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 11h41.

São Paulo – O faturamento real das micro e pequenas empresas paulistas cresceu 6% em setembro passado em relação ao mesmo período de 2009. Foi o melhor resultado para setembro desde 2004 e o 12º mês consecutivo de aumento de receita quando se comprar o resultado com o mesmo mês do ano anterior.

No entanto, depois de 12 meses consecutivos de expectativa positiva em relação ao crescimento da economia brasileira, as MPE paulistas dão sinal de incerteza em relação aos próximos seis meses.

A Pesquisa Indicadores Sebrae-SP, divulgada nesta quarta-feira (10), mostra que, em outubro, 41% dos empresários entrevistados não tinham expectativa de aumento do nível de atividade da economia, ante 34% do mês anterior. Um aumento de sete pontos percentuais.

Para 34% dos empresários, no entanto, a economia deve continuar crescendo. Em setembro, eram 33%. Puxados pela incerteza na economia, aumentou também o número de empresários que não têm expectativas em relação ao crescimento do faturamento de seu negócio. O índice subiu de 33% (setembro de 2010) para 38% (outubro de 2010).

Apesar de ter aumentado a incerteza, houve ligeira oscilação para cima (dois pontos percentuais) nas expectativas quanto ao aumento de faturamento. Em outubro deste ano, 35% declararam esperar aumento no faturamento da empresa no próximo semestre, ante 33% em setembro de 2010.

Acomodação
Para o consultor do Sebrae em São Paulo Pedro João Gonçalves, o aumento nas incertezas mostra que a economia deve crescer em um ritmo mais moderado nos próximos seis meses.

Ele vê dois fatores que podem ter motivado essa insegurança. O primeiro é a alta dos juros; o segundo, uma certa ansiedade em relação ao futuro. “Depois de 12 meses de aumento no faturamento e crescimento econômico, os empresários devem estar se questionando se não chegaram ao seu limite e se realmente o País irá crescer mais, o que gera ansiedade.”

O diretor-Superintendente do Sebrae em São Paulo, Ricardo Tortorella, vê com preocupação o indicador. “Nesse quadro, caso sejam observados sinais de inflação ou criação de novos impostos, pode ocorrer redução nos investimentos por parte dos empresários”, alerta.

Mais dinheiro em setembro
O alto índice de crescimento real do faturamento em setembro passado foi impulsionado pela fraca base de comparação, já que, em 2009, a economia brasileira apresentou um desempenho modesto devido aos impactos da crise financeira internacional deflagrada no ano precedente. Assim, a retomada do crescimento econômico contribuiu para o aumento obtido na comparação com setembro de 2010.

A maior recuperação foi registrada pelo setor de serviços, cujo faturamento aumentou 25,4%, seguido pela indústria (4,7%). O faturamento no comércio teve uma queda de 2,5%, Para Gonçalves, o setor de serviços está recuperando perdas históricas do passado. Já o comércio em 2009 não teve uma base tão deprimida.

Em termos absolutos, o universo das MPEs do estado registrou em setembro de 2010 uma receita total de R$ 25,1 bilhões. Em relação a setembro do ano anterior, houve um aumento de R$ 1,4 bilhão, resultado que não se repete na comparação entre setembro e agosto de 2010, quando foi registrada uma queda de R$1,1 bilhão, explicada majoritariamente por fatores sazonais.

Em relação a agosto, o faturamento das MPE caiu 4,2%. Os setores da indústria, comércio e serviços obtiveram, respectivamente, quedas de 2,8%, 6,8% e 0,7%. De acordo com Gonçalves, essa queda era esperada, já que, em agosto, as vendas do comércio foram beneficiadas pelo Dias dos Pais e setembro teve um dia útil a menos.

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