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MIT ajuda indústria calçadista brasileira a se tornar mais competitiva

Grupo de estudantes da instituição veio ao País ajudar indústria a estabelecer indicadores e critérios de sustentabilidade para aumentar a competitividade e exportar mais

Indústria calçadista exportou mais de 1,1 bilhão de dólares nos primeiros nove meses de 2010 (Silvio Avila/VEJA)

Indústria calçadista exportou mais de 1,1 bilhão de dólares nos primeiros nove meses de 2010 (Silvio Avila/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 09h42.

São Paulo - Um grupo de estudantes do MIT (Massachusetts Institute of Technology) veio ao Brasil para ajudar a indústria calçadista nacional a estabelecer indicadores e critérios de sustentabilidade, com o objetivo de aumentar a competitividade e impulsionar as exportações do setor.

Promovida pela Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) em parceria com a Apex-Brasil, a iniciativa tem como propósito mapear as ações que devem ser implementadas em empresas de todos os portes da cadeia produtiva para toná-las mais sustentáveis.

O objetivo final é tornar a indústria brasileira de calçados mais atraente para o mercado internacional. “Perdemos muita competitividade em termos de preço nos últimos anos em função da valorização do real. Neste quesito, sempre saímos perdendo para os asiáticos”, explica Waldemar Masselli, vice-presidente da Assintecal.

Sem fôlego para competir em volume com os asiáticos, a indústria nacional vem apostando em diferenciais como design e tecnologia para se destacar. A sustentabilidade deve entrar como outro componente desta equação. “O mercado internacional cada vez mais exige que os fornecedores atendam padrões de sustentabilidade, e acreditamos que mercado interno também vai exigir no futuro”, opina Masselli.

Composta por quatro estudantes, a delegação do MTI desembarcou no Brasil no início deste mês. A agenda do grupo inclui encontros com empreendedores do setor calçadista e visitas a cerca de 20 fábricas de componentes de pequeno, médio e grande porte em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Após esta primeira etapa, o grupo vai elaborar um relatório que permitirá ao setor estabelecer as ações que devem ser implementadas. Segundo Masselli, a expectativa é que os planos comecem a ser postos em prática já no início de março.

O LASSU (Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP) também participou do projeto, identificando problemas e oportunidades entre as empresas da cadeia no que diz respeito à sustentabilidade ambiental, social e econômica.

Segundo Masselli, os desafios das pequenas empresas incluem tratamento de água e resíduos, exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas e segurança do trabalho. Já nas grandes empresas pontos como fontes de matéria prima e transporte terão que ser revistos.

O executivo ressalta, contudo, que as ações devem resultar não só no aumento da competitividade como também na redução de custos. “Apesar de existir um investimento inicial, a tendência é de economia no longo prazo, seja por meio da redução dos gastos com energia, do aumento de eficiência no aproveitamento dos recursos humanos ou na melhoria de processos em geral”, ressalta Messelli.

De acordo com a Assintecal, as exportações brasileiras de calçados movimentaram 1,1 bilhão de dólares nos primeiros nove meses de 2010, crescendo 11,5% em relação ao ano anterior.

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