EXAME Agro

Mirando clientes no agro, escritório goiano Kaza Capital troca XP pelo BTG

Especializado em contratos futuros de commodities, escritório de Rio Verde captou 800 milhões de reais dos clientes em menos de três anos

Lucas Fleury, Diego Horst, Marcio Barros, Antônio Pacheco, Marcelo Sousa Filho, Gustavo Di Faria (em pé); Carla Lepski, Wellington Alves, Pedro Paniago, José Ilton Almeida, Rafael Lee (sentados), diretores da Kaza Capital: meta de dobrar patrimônio líquido de clientes em dois anos (Divulgação/Divulgação)

Lucas Fleury, Diego Horst, Marcio Barros, Antônio Pacheco, Marcelo Sousa Filho, Gustavo Di Faria (em pé); Carla Lepski, Wellington Alves, Pedro Paniago, José Ilton Almeida, Rafael Lee (sentados), diretores da Kaza Capital: meta de dobrar patrimônio líquido de clientes em dois anos (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 24 de junho de 2021 às 17h01.

Última atualização em 24 de junho de 2021 às 17h49.

Um dos principais escritórios de investimentos dedicados a venda de contratos futuros ligados a commodities como soja, milho e boi está de casa nova. O goiano Kaza Capital trocou a XP pelo BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

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Em maio, 50% dos contratos de venda futura de milho passaram por um dos 40 assessores do escritório de Rio Verde, cidade de 241.000 habitantes a 238 quilômetros da capital, Goiânia. 

O patrimônio líquido dos clientes da Kaza Capital chega a 800 milhões de reais. É uma marca bem acima do usual mesmo a assessores acostumados à exuberância da Faria Lima e do Leblon e bem perto da barreira psicológica de 1 bilhão de reais sob custódia, uma meta de dez entre dez escritórios em início de carreira.

A estratégia da Kaza Capital foi a de cortar o mato alto, um dito em muitas empresas àquelas tarefas capazes de trazer um retorno enorme ao menor esforço. No caso da Kaza Capital, o mato alto foi o atendimento a clientes do agronegócio mal-atendidos pelos gerentes de bancos nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste.

Por muito tempo, os produtores rurais ficaram amarrados aos bancões em função do crédito dado pelas instituições para a compra de insumos, como sementes e defensivos, antes de ir para a lavoura. 

Depois de tantas supersafras como a dos últimos anos, e de investimentos pesados em tecnologias capazes de elevar a produtividade do solo, a visão ali na Kaza Capital é de que o produtor rural está capitalizado e podendo cobrar mais de quem faz a gestão de suas finanças. "Há muita demanda por informação e por produtos financeiros mais sofisticados no campo", diz Diego Horst, um dos sócios-fundadores do Kaza.  

Desde a abertura, em 2018, a Kaza tem atendido principalmente produtores rurais dispostos a travar a cotação das matérias-primas a serem vendidas dali a alguns meses. A grosso modo, por meio desses contratos o produtor rural pode ter alguma garantia do preço a receber pela sua produção. (Quando a cotação cai abaixo do valor de face de um contrato, o produtor recebe a quantia combinada previamente; se há valorização, o contrato perde a serventia.) 

É um negócio com cifras superlativas lá fora. Principal arena de compra e venda de contratos futuros ligados a alguma matéria-prima, a Bolsa de Chicago lida com 3 bilhões de contratos por ano. Somados, eles valem mais de 1 quatrilhão de dólares. No Brasil, esse mercado gira alguns bilhões de reais por dia. "É um tipo de produto ainda com muito espaço para crescer", diz Horst.

A história da Kaza Capital começa com o interesse de Horst pelo mercado financeiro. Economista de formação, o empreendedor de 30 anos começou a assessorar produtores rurais conhecidos da família a operar com contratos desse tipo na bolsa desde a adolescência. 

Em parceria com outros três sócios, Horst abriu oficialmente a Kaza Capital em dezembro de 2018. O time de sócios tem a particularidade de contar com quatro agrônomos uma formação útil para falar a mesma língua de boa parte dos clientes. Apesar das raízes no agro, o escritório hoje atende todo tipo de serviços financeiros e quer avançar para além das demandas típicas do setor. 

Recém-chegado ao BTG, o escritório tem a meta de chegar a 1,6 bilhão de reais em patrimônio dos clientes até junho de 2023. Para isso, busca fusão com escritórios com perfil complementar em outros estados do Centro-Oeste e, também, abrir unidades próprias. No radar estão cidades de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Bahia. A meta é chegar a 100 assessores em dois anos. 

Até lá, a intenção de Horst é ter transformado a Kaza Capital numa Distribuidora de títulos e valores mobiliários, os chamados DTVM, um meio-termo entre o escritório de investimentos e uma corretora de valores propriamente dita.

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Time da Kaza Capital: Lucas Fleury, Vitor Augusto, Lucas Victor dos Santos, Valdecy Neto, Carla Lespki, Gabriel Valadão, Gustavo Di Faria, Sandra Regina Siqueira , Marcio Barros, João Victor Sousa, Diego Horst, Rafael Lee, Wellington Alves, Luis Felipe, Jose Ilton Almeida, Antônio Pacheco, Pedro Paniago, João Vitor Carvalho, Maurício Magalhães, Marcelo Sousa Filho, Lorrainny Bernardes e Matheus Freitas (Divulgação)

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