Brasília - Uma em cada dez micro e pequenas empresas não terão recursos para pagar o 13º salário de seus funcionários. E das que têm empregados registrados, 12% recorrerão a um empréstimo bancário para pagar total ou parcialmente o benefício. É o que aponta o relatório 13º salário em 2015, divulgado pelo Sebrae a partir de entrevistas realizadas em outubro.
Entre as empresas de pequeno porte, 95% pagarão o benefício em dia. No entanto, os donos de pequenos negócios que pretendem contrair empréstimo bancário para saldar o 13º correm outro risco: cair nos 16% de empreendedores que têm seus pedidos de crédito negados pelas instituições financeiras.
Falta de linhas de crédito com o perfil do negócio (21% dos casos) e de garantias reais ao empréstimo (11%) são citados entre os principais motivos para o empréstimo negado.
A mesma pesquisa indica que a maioria dos empréstimos solicitados visa obter capital de giro (58%), comprar mercadorias (31%) e máquinas e equipamentos (30%). Ou seja, a maioria pede crédito para manter o seu negócio. Apenas 5% usam o montante para reforma/ampliação e 4%, para capacitação e treinamento de pessoal.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a dificuldade de crédito para a micro e pequena empresa poderia ser minimizada com a liberação do dinheiro do depósito compulsório para capital de giro. A proposta foi apresentada por ele ao Ministério da Fazenda, no início do ano, mas ainda não saiu do papel.
“Estamos lutando com o Ministério da Fazenda para liberar 20% desse recurso, que fica congelado no Banco Central, e assim dar um pouco de oxigênio para essas empresas passarem o final do ano e pagarem o 13º salário. A medida injetaria R$ 40 bilhões na nossa economia”, afirma.
Para completar, um terço dos pequenos negócios no Brasil não possui relacionamento de pessoa jurídica com instituição financeira, e acabam se financiando de formas alternativas: 67% pagam fornecedores a prazo e 46% usam cheque pré-datado – os números mostram que muitos empresários usam ambos os recursos, bem como alternativas pouco recomendadas por especialistas, inclusive cheque especial e cartão de crédito empresarial. Para 65% dos entrevistados, reduzir juros e burocracia facilitaria a aquisição de empréstimos e financiamentos.
A queda do faturamento dos pequenos negócios pode ser uma influência direta na dificuldade de quitação do 13º dos funcionários. Embora esteja em ascensão em relação ao primeiro semestre, o faturamento dos pequenos negócios caiu 11% em relação ao mesmo mês, em 2014.
A expectativa, até considerando a média do ano passado, é que o fim de ano traga melhora no faturamento dos pequenos negócios, especialmente o comércio, setor mais afetado pela queda de faturamento neste ano: 50,3% dos estabelecimentos faturaram menos em setembro do que em agosto.
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1. Começando o ano com o pé direito
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São Paulo - Quais os seus desejos para 2016? Se um dos itens dessa lista for abrir sua própria empresa, saiba que não há porque esperar a virada do ano para começar a trabalhar nesse sonho. E muito menos esperar os efeitos da crise econômica passarem. "Acho que a melhor forma de fugir da crise é empreendendo, ou seja, buscando soluções inovadoras", diz o empreendedor e palestrante Luan Lima. Marcelo Moreira, coordenador da área de pesquisas do Sebrae-SP, também destaca a
inovação como forma de se destacar nesse cenário. "Em momentos mais adversos, aspectos como bom atendimento e diferenciação ajudam a obter sucesso." Mesmo assim, é preciso prestar muita atenção no ano que virá, porque os riscos continuam grandes, afirma o professor de
empreendedorismo e inovação do Ibmec/DF, Marcelo Minutti. "O bom é que você pode aproveitar e enfrentar uma concorrência menor. Assim, você já está posicionado em épocas melhores, quando outros ainda nem começaram." Todo negócio aberto em ano de crise dará certo? Não. "É como no futebol: você tem o Neymar, claro, mas também milhares que não são o Neymar", explica Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. "Ter um negócio no Brasil não é tarefa fácil." Quer saber como aproveitar o resto do ano para criar uma empresa de sucesso? Navegue pelos slides acima e confira 15 dicas dadas pelos quatro especialistas para quem quer começar 2016 com o pé direito na área do empreendedorismo.
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2. 1. Aprenda como funciona esse novo mundo
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Assim como o mundo das grandes empresas e multinacionais tem sua própria maneira de trabalho, o mundo dos empreendedores também funciona por regras específicas. Ana recomenda que o futuro empreendedor aproveite a época para participar de eventos e ler sobre o assunto (
veja como abrir um negócio se você não possui experiência). "Familiarize-se com o mínimo: saiba como abrir uma empresa,
como montar um modelo de negócio, como aprender com a execução da ideia", afirma a empreendedora. "Temos de estar dentro desse mundo para entender suas variáveis e sair da visão romantizada do empreendedorismo. Isso não o impede de errar, mas faz errar menos. Facilita o caminho."
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3. 2. Desenvolva um comportamento empreendedor
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Ser empreendedor é ter uma jornada de trabalho sem rotinas. É buscar formas diferentes de realizar as mesmas tarefas. É não ter garantia de resultado. Se essas frases causaram um frio na barriga, é bom aproveitar o fim do ano para desenvolver um comportamento empreendedor, aconselha Ana. "Somos muito treinados para se acostumar ao mundo de funcionário, de receber seu salário todo mês. Entenda que você está construindo algo e que isso exige dedicação e apreço ao risco. Ao mesmo tempo, é absolutamente compensador construir algo que faça diferença para seus clientes e para sua própria vida", afirma a empreendedora. Para isso, é preciso ter autoconhecimento e focar em desenvolver sua inteligência intrapessoal, afirma Lima. "Faça exercícios para administrar a pressão, para lidar com riscos, para saber seus limites. Essas competências podem ser adquiridas ao longo dos dias. Comece a buscar hoje, porque no futuro será importante." Ana recomenda fazer o procedimento inverso: olhar fora do ambiente onde você se encontra, como a empresa onde você trabalha. "Ter aquela visão pequena do mundo e não saber o que acontece fora do seu universo não adianta para quem quer ser empreendedor."
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4. 3. Pense em qual problema sua empresa quer resolver
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É natural para um empreendedor buscar resolver problemas e isso deve ser o norte do seu futuro negócio, afirma Lima. Às vezes, essa solução já existe, mas uma nova tecnologia pode permitir que o processo seja melhorado. O que interessa é achar qual o objetivo da sua empresa. "Você precisa ter um propósito, algo que justifique o fato de você acordar na segunda-feira. O empreendedor que não sabe o que quer não chega a lugar algum", afirma o empreendedor. "Por mais que a vida seja dura, isso fará com que você enfrente qualquer obstáculo."
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5. 4. Tenha em mente qual o diferencial da sua empresa
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Agora que você sabe o propósito do seu negócio, pense em qual diferencial seu produto ou serviço oferecerá para o cliente. E lembre-se: o preço não é mais um fator decisivo para o sucesso nas vendas, afirma Moreira. "Não adianta abrir um negócio e achar que só o preço menor atrai mais compradores. Ou eu tenho um melhor produto e serviço, que vem do entendimento do mercado, ou eu não atraio ninguém. Entenda o consumidor e atenda a expectativa dele."
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6. 5. Pesquise o mercado no qual você pretende atuar
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Como já foi antecipado no item anterior, você pode tirar o final do ano para saber um pouco mais do setor em que você pretende atuar. Se 2016 será um ano ainda difícil, procure áreas mais inelásticas - ou seja, que se mantêm fortes mesmo com uma mudança de cenário (
veja 11 ideias de negócio voltadas para a crise). Para saber onde atuar, olhe para o comportamento do seu público-alvo, recomenda Minutti. "O comportamento do consumidor dita o que irá funcionar ou não. Se você errar aí, todos os outros itens não ajudam em nada. Você pode estar correndo, mas estará no sentido oposto. Analise atentamente os melhores setores: oportunidades há. O mundo não parou." Na mesma linha, Ana afirma que o empreendedor deve prestar atenção nas necessidades. "Veja o que as pessoas precisam: elas não deixam de comer, não deixam de pagar a escola do filho e ainda querem ter cuidados com a beleza, por exemplo. Ou então o mercado de luxo: a classe AAA não vai deixar de consumir durante a crise econômica. Foi o que aconteceu com as empresas que atendiam problemas com hipotecas nos Estados Unidos, durante a crise de 2008", afirma Ana.
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7. 6. Preste atenção no cenário macroeconômico e suas consequências
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Além de prestar atenção na sua futura área de atuação, é preciso também ter uma visão macroeconômica, afirma Moreira. Isso porque decisões que estão aparentemente longe do negócio podem impactar as decisões mais internas da empresa. "Por exemplo, devemos considerar que a Taxa Selic continua alta, embora tenha recuado. Com isso, você deve tomar cuidado ao tomar dinheiro emprestado: tenha muita certeza de como você irá devolver esse dinheiro."
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8. 7. Planeje seu negócio e estabeleça metas
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Se você já decidiu qual é a ideia do seu negócio, o próximo passo é o
planejamento da empresa, que marca o começo prático do seu empreendimento. Esse período até o fim do ano é importantíssimo para planejar, afirma Moreira. "Comece o negócio já com um planejamento bem estruturado. Entenda quem é seu consumidor, que produto você vai vender, se ele já foi testado, se há concorrentes, quais os custos envolvidos", recomenda o coordenador. Porém, não basta apenas planejar o futuro próximo: inclua também metas de longo prazo. "Assim, de tempos em tempos, você pode checar se você está onde gostaria. Caso não esteja, pode corrigir suas ações ou corrigir o objetivo", afirma Moreira. Isso é importante porque tomar decisões como investimento e demissões no calor do momento pode impactar negativamente sua empresa no futuro, completa Minutti. Tome decisões hoje pensando nos desdobramentos.
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9. 8. Se possível, corte gastos e faça um pé de meia
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Fim de ano tem uma série de eventos que podem acabar com seu orçamento: Black Friday, Natal e Ano Novo, por exemplo. Mas, se você realmente quer passar a virada inaugurando sua própria empresa, guardar dinheiro é uma boa opção (
veja outros erros de finanças que devem ser evitados). "Isso não diminui o risco implícito em qualquer negócio, mas pode garantir sua sobrevivência nos primeiros meses de empresa. Também corte gastos: não adianta viver como se fosse um empregado, com um salário garantido todo final de mês", afirma Ana. "Todo empreendimento leva de 3 a 5 anos em média para dar retorno. Achar que nos primeiros meses você terá dinheiro para sustentar suas despesas não é uma realidade: os que levam menos tempo são pontos fora da curva."
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10. 9. Invista em networking
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Além de trabalhar nas suas competências intrapessoais, é preciso desenvolver o interpessoal: sua habilidade em estabelecer conexões com as pessoas, afirma Lima. Ou seja,
fazer networking é essencial para crescer. "Não adianta ter só boas ideias, as pessoas precisam de contatos. Os grandes negócios têm como diferencial e ponto de segurança suas grandes parcerias. Saber criar empatia é fundamental para quem quer empreender."
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11. 10. Negocie com seus fornecedores
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Independente do tipo de negócio que você está abrindo, procurar parcerias com seus fornecedores é fundamental e parte do seu processo de networking, que vimos anteriormente. Essa pode ser uma boa hora para buscar vantagens, já que você possui prazo para negociar, afirma Moreira. "Você pode fazer o acerto da compra de uma matéria-prima, mas jogar o pagamento para perto do período de venda, por exemplo."
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12. 11. Aprenda teorias e ganhe experiências
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Segundo Minutti, essa é a hora perfeita para o empreendedor se capacitar. Não só porque o negócio ainda não entrou em operação, mas também pelo momento econômico pelo qual o país está passando. "O empreendedor nunca pode parar de se desenvolver, mas em épocas de crise isso é ainda mais mandatório. Isso porque você tem menos direito a errar em uma recessão do que em tempos de bonança", explica. Para isso, tanto estudar quanto adquirir experiências profissionais são atividades essenciais.
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13. 12. Olhe o fracasso dos outros e tire lições
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Aprender com seus próprios erros é fundamental. Mas também é importante entender que o fracasso dos outros pode servir como lição, especialmente se você ainda não tem experiência com um negócio próprio. "No Vale do Silício, as pessoas enxergam o fracasso como processo e expõem de forma natural. É uma forma de contribuir para que outras pessoas não cometam o mesmo erro. Encare essa falha como uma aprendizagem natural à jornada", recomenda Lima.
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14. 13. Pense em quem pode suprir suas deficiências
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Pare e pense: no que você é bom? E no que você realmente não leva jeito? Essa é uma boa hora para pensar nas suas principais competências e, assim, saber quais sócios ou funcionários seriam os ideais para seu negócio, afirma Minutti (
veja como montar uma equipe de sucesso). "Por exemplo, você pode ser bom na área comercial e não tão bom na área financeira. Traga para sua empresa aqueles que possam suprir suas deficiências em áreas cruciais do negócio."
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15. 14. Pense mais em dar seu melhor e menos em alcançar um ideal
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A frase "feito é melhor que perfeito" é uma máxima que os empreendedores mais perfeccionistas devem absorver para seu futuro. "Não é eliminar o planejamento, pelo contrário: é entender que é preciso dar seu melhor todos os dias, entregar e saber que a melhora vem com o tempo", afirma Luan. "Não busque algo inalcançável. A entrega de produtos ou serviços abre novas portas e também ensina a administrar a pressão diária."
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16. 15. Seja otimista!
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16/17 (Flickr/Creative Commons/jessicahtam)
A última lição é que os empreendedores são otimistas com bom senso. Ou seja: espere muito da sua empresa, tendo como base todas as experiências que você e seu negócio vivenciaram. "Quem alcançou grandes objetivos já tinha em seu DNA o otimismo como força motriz de todas as suas ações. Isso é fundamental", afirma Minutti.
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17. Veja agora erros de principante para evitar a qualquer custo:
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