Bicicleta da Yellow e patinete da Grin: a Grow atende cinco milhões de usuários e está em 19 cidades de sete países da América Latina (Marcio Bruno/Grow/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 6 de junho de 2019 às 06h00.
Última atualização em 7 de junho de 2019 às 17h26.
A Grow, holding de micromobilidade e dona das marcas de bicicletas e patinetes elétricos Grin e Yellow, deu mais um passo em direção aos serviços financeiros.
O negócio anunciou uma fusão com a plataforma de pagamentos mexicana Flinto. Fundada em 2017, a fintech proporciona pagamentos por smartphone para “dezenas de milhares” de consumidores com ou sem conta bancária. Com o serviço, é possível depositar dinheiro virtualmente ou por estabelecimentos e então pagar contas, recarregar créditos do celular, enviar dinheiro a amigos e realizar transações comerciais.
“Continuaremos a construir a melhor carteira digital da América Latina e trabalhar incessantemente para levá-la a toda a região”, afirmou a startup em comunicado sobre a fusão. “Vemos uma grande oportunidade em alavancar a combinação poderosa entre pagamentos e transporte”. O CEO global da Grow, Sergio Romo, concordou com o raciocínio também em nota. “Unimos a Flinto à Grow para oferecer a nossos clientes mais alternativas de pagamento.”
Vale lembrar que a própria Grow nasceu de uma fusão realizada no começo deste ano, entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin. Junto ao anúncio veio uma captação extra de 150 milhões de dólares junto aos atuais investidores, como o fundo de investimento brasileiro Monashees e a aceleradora americana 500 Startups.
A Grow atende cinco milhões de usuários e está em 19 cidades de sete países da América Latina. Juntas, Grin e Yellow contam atualmente com mais de 135 mil patinetes e bicicletas, já realizaram 2,7 milhões de viagens em apenas seis meses e possuem 1,1 mil funcionários. O plano de curto prazo é mais do que dobrar sua frota, além de ampliar ainda mais suas ofertas 020 e expandir para outros pontos da América Latina nos próximos meses.
Apenas na cidade de São Paulo, a holding disponibiliza cerca de quatro mil patinetes e atende 1,5 milhão de usuários em uma área de 76 quilômetros quadrados.
A união com a Flinto faz parte dos planos de expansão da holding de micromobilidade para este ano, que incluem o aumento dos serviços financeiros. Começou com descontos cruzados entre Grin e Yellow e aplicativos como o serviço colombiano de delivery Rappi. Agora, a Grow quer ampliar a gama de serviços de sua carteira virtual. Criada no ano passado, a Yellow Pay já permite pagar contas domésticas e recarregar bilhetes de transporte público.
Para o cofundador da Grin Jonathan Lewy, a carteira digital não é apenas um acessório na América Latina. “É uma necessidade caso você queira atender o mercado de pouco ou desbancarizados. A única forma de trazê-los à plataforma é por meio de uma carteira digital. Vemos o movimento como o futuro da companhia”, afirmou ao site americano TechCrunch. A ideia seria que os usuários da Grow fizessem pagamentos por meio da Flinto, até que seu uso esteja tão disseminado na plataforma que a marca mexicana suma.
Ainda há dúvidas sobre se a Flinto chegará ao Brasil e como ela conviverá com a Yellow Pay. Com ou sem a mexicana por aqui, permanece o fato de que a Grow se parece cada vez mais com uma fintech.