Na Anjos do Brasil, metade das startups são fundadas por mulheres
Levantamento da organização de apoio ao investimento anjo mostra crescente participação de empresas lideradas por mulheres e pessoas pretas entre as escolhidas por investidores da rede
Maria Clara Dias
Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 09h00.
A participação de startups fundadas por mulheres entre as pequenas empresas em estágio inicial escolhidas por investidores anjo cresceu em 2021. Hoje, elas já são mais da metade do total, de acordo com um levantamento do grupo Anjos do Brasil, organização de apoio ao empreendedorismo e ao investimento anjo que reúne mais de 500 investidores.
A pesquisa da rede mostra que, em 2021, dos 30 investimentos em startups feitos por investidores associados, mais de 50% das empresas têm mulheres entre os fundadores. Os dados também mostram que 30% das startups investidas têm empreendedores pretos ou pretas.
“Ficamos muito satisfeitos em ver os resultados desse trabalho de longo prazo. Sabemos que há desafios específicos, tanto para empreendedoras mulheres quanto para empreendedores e empreendedoras pretos e pretas, e ter mais de 50% de mulheres e mais de 30% de pretos entre os fundadores das startups investidas é animador. Ainda há muito o que fazer, mas os números mostram que estamos no caminho certo”, diz Maria Rita Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil e fundadora do Mulheres Investidoras Anjo (MIA), movimento que visa apoiar mulheres empreendedoras e investidoras.
Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), apenas 16% das 12.000 startups do país são lideradas por mulheres, e apenas 25% têm fundadores negros. “Ter mais mulheres, pretos e pretas faz com que os negócios sejam mais relevantes e tragam soluções melhores, o que se reflete no resultado do negócio e no retorno do investidor”, diz.
A Anjos do Brasil já investiu em 160 startups até hoje. O destaque está em empresas dos segmentos de fintechs, agritechs, edtechs, adtechs e serviços para empresas. Em relação à presença geográfica, das 30 empresas investidas no ano passado, 13 estão em São Paulo. O restante vem de Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia, Espírito Santo, Paraná, Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
“Vejo essa crescente participação como resultado do amadurecimento do ecossistema, com muitos empreendedores entendendo como levar inovação ao mercado e cada vez mais investidores participando das redes de investimento anjo, que são, comprovadamente, o melhor lugar para que os investimentos em startups em etapa inicial sejam efetuados”, diz Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.