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Healthtech Memed receberá R$ 300 mi de fundo da DNA Capital

Sócios-fundadores da maior empresa em prescrições digitais do país deixam o dia-a-dia da operação e passam para comitê executivo; planos incluem lançamento de marketplace de medicamentos e exames

Os sócios-fundadores da healthtech Memed (a partir da esq.): Marcel Ribeiro, René Moraes, Rafael Moraes e Ricardo Moraes (Memed/Divulgação)
MS

Marcelo Sakate

Publicado em 16 de junho de 2021 às 08h15.

Última atualização em 16 de junho de 2021 às 08h53.

No aquecido cenário de startups no país em meio à pandemia, poucas ganharam tanta notoriedade, relevância e aportes como as healthtechs, ou seja, as dedicadas à área de saúde. Uma das mais pioneiras é a Memed, líder nacional em prescrições médicas digitais, que acaba de acertar um aporte de 300 milhões de reais por meio de um fundo estruturado pela DNA Capital.

A gestora de private equity e venture capital especializada no setor de saúde, criada por Pedro Bueno, da família fundadora da Amil e controladora da Dasa, vai utilizar os recursos para adquirir 100% da participação dos sócios-fundadores, Ricardo Moraes, Marcel Ribeiro, René Moraes e Rafael Moraes.

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Em seguida, a DNA vai realizar aportes na startup fundada em 2012, junto com novos investidores que não serão revelados neste momento. Há de fundo soberano a family office entre os investidores.

A empresa já havia recebido investimento da própria DNA Capital, da Redpoint eVentures, da Monashees Capital, da Qualcomm Ventures e da aceleradora 21212 em rodadas anteriores.

"Sempre pensamos em oferecer a jornada de ponta a ponta. O médico usa a plataforma para prescrever, o paciente recebe a receita e pode aderir às prescrições, sejam medicamentos, um tratamento ou produtos como uma bota ortopédica. Vamos criar um marketplace que vai melhorar a experiência de médicos e pacientes e que permitirá à Memed monetizar de fato a operação", disse Ricardo Moraes, cofundador da Memed, à EXAME Invest.

"A iniciativa da DNA vai capacitar e dar robustez financeira para a construção desse marketplace, para que um número maior de médicos e pacientes possam aderir às prescrições", explica.

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Ricardo Moraes e os demais sócios-fundadores deixam o dia-a-dia da operação e passam a integrar o recém-criado comitê executivo, para contribuir com a execução da visão estratégica da companhia.

O novo CEO da Memed é o empreendedor e executivo Joel Rennó Jr., que foi recentemente sócio, CFO & Head de M&A da OLX Brasil, maior marketplace para compra e venda de produtos usados da América Latina. A escolha sinaliza a visão estratégica para a construção do marketplace.

O novo modelo da Memed já está pronto para entrar em operação, em duas fases. Em um primeiro momento, ao receber a prescrição digital, o paciente poderá clicar e ser direcionado ao site da rede de farmácias. Mas, em três ou quatro meses, o marketplace entra em operação, trazendo o checkout de pagamento para dentro da plataforma, além de ferramentas como comparação de preços.

A pandemia do novo coronavírus deu um impulso extra a um negócio que já era relevante e tinha alcance, uma vez que as consultas à distância se tornaram uma prática recorrente até para pacientes e médicos mais resistentes.

São quase 2,6 milhões de prescrições mensais, em um crescimento de 15% ao mês. O número de pacientes é praticamente equivalente ao número de prescrições. No acumulado de 12 meses, o avanço chega a 400%, em uma base com 120.000 médicos cadastrados e mais de 250 parcerias com instituições.

Moraes ressalta que o modelo de prescrição digital melhora a experiência do médico e do paciente também em consultas presenciais, dispensando a necessidade da tradicional guia escrita a mão.

Também faz parte do plano facilitar a comunicação de conteúdo online entre a indústria farmacêutica e os médicos, como um complemento ao trabalho desempenhado há décadas pelos representantes comerciais.

A escolha pelo fundo

"Foi uma mudança de hábito forçada que fez com que as prescrições digitais se tornassem ainda mais comuns. Nesse cenário, a Memed recebeu uma série de ofertas de aquisição", contou Luiz Henrique Noronha, sócio da DNA.

Ele explica a escolha pela estruturação do fundo, em vez de uma rodada tradicional.

"Discutimos com os fundadores e concluímos que a empresa ainda tem muita 'lenha para queimar' e que poderíamos dar uma nova 'pernada' de crescimento. Escolhemos esse desenho porque conseguimos dar liquidez aos sócios e eles continuam na companhia", explicou Noronha.

"Tivemos muitas oportunidades de fazer um M&A ou levantar novas rodadas, e esse desenho inovador permitiu uma perenidade maior para o negócio, com a DNA e outros investidores que entendem do setor de saúde", disse Moraes.

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