Com US$ 190 mi, criadora do Pokémon Go lança jogo de Harry Potter em 2019
A desenvolvedora de jogos em realidade aumentada já captou mais de 400 milhões de dólares em investimentos
Mariana Fonseca
Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 11 de janeiro de 2019 às 08h00.
São Paulo - Se depender dos esforços financeiros da desenvolvedora de software Niantic, usuários que passaram horas no jogo para celular Pokémon Go logo terão outro vício para chamar de seu. A empresa, conhecida por seus games de smartphone dotados de realidade aumentada , está desenvolvendo um jogo inspirado na série de livros e filmes Harry Potter .
Neste começo de ano, a Niantic reforçou a novidade ao confirmar ter recebido um investimento de 190 milhões de dólares. A especulação sobre a negociação corre desde dezembro do ano passado e envolveu investidores como o fundo focado em mídia e tecnologia Institucional Venture Partners (IVP), a gigante de tecnologia Samsung e a aXiomatic Gaming, que investe em iniciativas de esportes eletrônicos ( esports ).Ao todo, a desenvolvedora já recebeu 415,6 milhões de dólares em aportes e está avaliada em 3,9 bilhões de dólares, segundo o Wall Street Journal. Ou seja, é há tempos um unicórnio , nome dado às startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares.
Bruxinhos tecnológicos
O novo título da Niantic, chamado Harry Potter: Wizards Unite, é uma joint venture com os estúdios Warner Bros. A aposta não é subjetiva: a franquia Harry Potter gerou 15 bilhões de vendas nas últimas duas décadas, valor que incluiu alguns games.
O diferencial da Niantic para os jogos anteriores será não apenas ter o celular como plataforma, mas fazer uso da tecnologia de realidade aumentada. Os jogadores poderão imitar os bruxos da franquia Harry Potter, aprendendo mágicas e explorando seus arredores para encontrar e lutar contra criaturas mágicas e inimigos. Harry Potter: Wizards Unite deverá ser lançado ainda em 2019.
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Pokémon Go: mais vivo do que nunca
A Niantic começou em 2010 e, dois anos depois, lançou seu primeiro jogo. O Ingress usava localizações, como o Pokémon Go. A ideia era fazer seus usuários saírem do sofá de casa e procuraram pontos turísticos locais, de estátuas a parques.
A desenvolvedora só explodiu em julho de 2016, quando se associou à empresa japonesa de jogos familiares Nintendo e sua The Pokémon Company, responsável pela comercialização e licenciamento da franquia de bichinhos capturáveis. No game para smartphone, os usuários devem caminhar para coletar todos os pokémons. No meio do caminho, fazem como no Ingress e exploram pontos turísticos.
Desde seu lançamento, o Pokémon Go acumula uma receita global de 2 bilhões de dólares. Pode até parecer que o aplicativo sumiu da rotina de seus antes fervorosos usuários. Porém, o jogo continua forte em mercados como Estados Unidos e no Japão
Analistas da Sensor Tower estimam que o Pokémon Go faturou 795 milhões de dólares mundialmente no ano passado, um aumento de 35% sobre 2017. O app se monetiza por meio de microtransações que geram receitas recorrentes, assim como fazem diversos outros games. Seus jogadores gastam cerca de 2 milhões de dólares diariamente. Cerca de 262 milhões de dólares vieram dos americanos e 239 milhões vieram dos japoneses.
Os números impressionantes devem ser atribuídos às novidades constantes que a Niantic coloca no jogo, como novos pokémons, eventos com bichinhos raros e recursos como batalhas entre treinadores. O próximo passo para a Niantic é tornar sua realidade aumentada ainda mais real, com a criação de óculos especiais ou softwares para tal tecnologia. Esse empreendimento não custará nada barato. Mas, felizmente, a Niantic tem aportes de investidores e parcerias de peso para sustentar a tentativa.