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Com jeito brasileiro, franquia prevê faturar R$ 100 mi com faxinas

A rede de serviços de limpeza Maria Brasileira teve melhor ano da história em 2020; plano de crescimento em 2021 mira cidades pequenas e condições acessíveis para novos franqueados

Felipe Buranello, CEO e cofundador da Maria Brasileira: rede deve faturar R$ 100 milhões em 2021 com serviços de limpeza (Maria Brasileira/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 13h58.

Por trás da preocupação da população em andar por ambientes mais limpos e higienizados durante a pandemia de covid-19 estão empresas trabalhando para que isso seja possível. Uma delas é Maria Brasileira, rede de franquias de serviços de limpeza que, somente em 2020, viu seu faturamento crescer 13 milhões de reais graças a busca por ambientes mais “clean”.

Apesar da relação com a urgência por mais sanitização, a empresa nasceu de uma dor própria do fundador Felipe Buranello, atual CEO da rede. Nos tempos de faculdade, Buranello não encontrava tempo fora das salas de aula para as limpezas domésticas — e nem profissionais para isso.

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A proximidade com o assunto também surgiu após uma temporada na Irlanda, onde Buranello atuou em uma franquia e percebeu a adoção de padrões e outros detalhes que seriam úteis ao abrir uma rede por aqui.

A falta de mão de obra não era um problema: Buranello e o colega Eduardo Pirré se viram diante de um mercado em potencial: apenas no Brasil, eram mais de 6 milhões de profissionais domésticos, quantidade superior à da população da Noruega, por exemplo.

Os dois empresários então se uniram para fundar a Maria Brasileira em 2012, em São José do Rio Preto, São Paulo. No ano seguinte, a empresa adotou o modelo de franquia, e a primeira unidade foi vendida em Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Além da possibilidade de escalar o negócio, o modus operandi de franquia também surgia como uma resposta para um problema comum entre as trabalhadoras domésticas do país. Dados do IBGE mostram que a grande maioria dos trabalhadores do setor são mensalistas, com estadias determinadas em casas fixas. Já os profissionais diaristas encaram situações mais precárias e instáveis de trabalho.

Hoje a rede atua com diversos serviços, com cuidado com idosos, passeador de cães, babás e mais recentemente, a limpeza pós-obras. Na pandemia, um novo serviço também passou a integrar o portfólio da rede: o de sanitização de ambientes, uma resposta para empresas que precisavam se manter abertas, mesmo com as restrições de circulação.

“Esse foi um movimento muito importante para nós, pois nos ajudou a dar vazão e encontrar o ponto de equilíbrio das operações, já que houve uma queda no número de pessoas físicas contratantes”, diz o CEO. O carro-chefe, porém, continua sendo a limpeza doméstica e empresarial.

Em 2020, a Maria Brasileira teve o melhor ano de sua história. O número de unidades saltou de 240 no final de 2019 para 337, ao final de 2020. O faturamento também cresceu: de 67 para 80 milhões de reais. Nos primeiros seis meses de 2021, a empresa já ganhou 39 novos franqueados (16 a mais do que o esperado) e quer chegar a 420 unidades até o final do ano.

Por trás do ano de ouro, quem diria, também está o desemprego. Com a crise econômica, o perfil dos franqueados passou a ser o de pessoas demitidas na crise e empresários em busca de um mercado menos sazonal e que ainda leva consigo o título de serviço essencial durante a pandemia.

Para facilitar o acesso a esse público, a rede apostou na isenção de royalties e outras taxas relacionadas ao negócio. O resultado: 97 unidades vendidas em um ano, algumas delas fora do país. "Tivemos o melhor ano de nossa história em 2020, mas a expectativa é ainda mais positiva para 2021, algo que já é reflexo do ritmo que já vimos neste primeiro semestre”, diz

Longe dos grandes centros

Mesmo estando em mais de 330 cidades do país, a franca expansão da Maria Brasileira tem acontecido nos pequenos municípios. Hoje, 70% da rede está concentrada em cidades com até 40.000 habitantes, como a gaúcha Não me Toque e a cidade de Guararema, em São Paulo.

Nesses municípios, a expansão aconteceu graças a um novo modelo home-based, que permite aos empreendedores a gestão total do negócio em suas próprias casas. “Taxas  e royalties mais baratos facilitaram o caminho para aqueles que queriam se tornar um franqueado e muitas vezes o único representante da Maria Brasileira nas suas cidades”, diz. Hoje 60% da rede está em modelo home office.

Além de expandir a prática do home office, nos planos da rede estão novos investimentos em marketing. No ano passado, a Maria Brasileira voltou seus esforços aos canais digitais, principalmente a rede social Instagram, para publicação de informações sobre a rede e descontos no e-commerce, além de criar um blog informativo com dicas de limpeza e saúde. No rol de ações publicitárias também está a contratação da atriz Deborah Secco como garota propaganda da marca.

“Nossa estratégia de vendas e conjuntura econômica que leva ao empreendedorismo deve nos ajudar a crescer ainda mais. Nosso tripé também está voltado a trazer fôlego aos que já são franqueados evitando perdas”, diz. O objetivo, segundo Buranello, é atingir um faturamento superior a 100 milhões de reais em 2021. “É algo possível e estamos muito próximos disso".

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