Luis Eduardo Cascão e Pedro Sônego de Oliveira, fundadores da TruePay: fintech recebe aporte de R$45 milhões (TruePay/Divulgação)
Ainda há um mercado inexplorado quando o assunto é soluções financeiras para empresas. É essa a crença da TruePay, fintech que nasceu com a missão de transformar os meios de pagamentos B2B, oferecendo uma forma fácil e grátis do varejo acessar crédito para comprar com fornecedores. A empresa recebeu um capital semente de 45 milhões de reais de dois dos principais fundos de risco latinos: Kaszek Ventures (Cora, Nuvemshop) e Monashees (Loggi, Rappi). A rodada também contou com a participação do GFC e da ONEVC.
A startup foi fundada há um ano. A ideia que originou a TruePay partiu das experiências dos fundadores Pedro Sônego de Oliveira e Luis Eduardo Cascão, investidores com passagens por fundos como Kaszek e DNA Capital. Os dois se uniram para solucionar uma dor identificada durante a jornada até ali: o excesso de burocracias enfrentadas por varejistas na hora de acessar linhas de crédito e a relação morosa entre esses profissionais e seus fornecedores.
Diante desse cenário, a TruePay desenvolveu um modelo de negócio que permite aos varejistas pagarem seus fornecedores usando os recebíveis de cartão de crédito, ou seja, uma venda feita a prazo nas lojas ou e-commerces pode servir de garantia – e limite de crédito – na hora de pagar empresas que os oferecem produtos ou serviços.
De um lado, a proposta é oferecer capital de giro para os empreendedores, que agora ganham também um novo fôlego na hora de negociar preços e quitar débitos junto aos fornecedores de mercadorias. De outro, o método vem para tranquilizar os fornecedores, que tradicionalmente trabalham a par dos riscos que acompanham o varejo. “Queremos construir uma realidade onde empreender no Brasil não seja uma missão impossível”, diz Luis Eduardo Cascão, cofundador da TruePay. “A meta é tornar o relacionamento entre varejistas e fornecedores algo descomplicado”. Toda a operação, segundo a TruePay, é livre de taxas e o limite de crédito é concedido automaticamente, após a entrada na plataforma.
A intenção é também tirar das mãos do fornecedor a responsabilidade pela análise, concessão e cobrança de crédito para empresas. Por isso, a TruePay transfere os recebíveis, de uma ponta a outra, de maneira automática. “Há uma grande ineficiência nesse mercado. O varejista compra menos do que deveria e o fornecedor vende menos do que poderia. Queremos destravar isso”, diz Pedro Oliveira, cofundador da TruePay.
Há quase um ano a fintech vem testando sua plataforma e construindo a tecnologia passo a passo. Mas foi apenas em junho deste ano que os planos da TruePay saíram do papel. Com uma operação recente, a fintech ainda não fala em número de clientes ou valor transacionado (apesar de afirmar que é uma quantidade expressiva), mas antecipa a intenção de ampliar o time de funcionários de 30 para 100 pessoas até o final do ano.
O investimento vem para acelerar esse e outros planos da empresa. Um deles é a adoção de novas tecnologias e a contratação de novos engenheiros de software com foco no desenvolvimento da plataforma, quadruplicando o time dedicado à área nos próximos meses. Além disso, boa parte do capital deve ser usado em estratégias de marketing que, segundo Oliveira, virão para mostrar aos varejistas que a TruePay não é “boa demais para ser verdade”.
“Vemos que há uma oportunidade tão grande no B2B hoje quanto há no B2, seja em soluções financeiras ou na experiência dos clientes. Agora vamos explorar isso no varejo com base na visão que temos de como todas as relações de negócio deveriam ser”,diz.
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