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Fintech dos caminhoneiros, Target vira "bank" para atender setor logístico

Target Bank nasce com um braço de crédito chamado de Target Cash dedicado a fomentar empresas de logística do país

William Rego. CEO do Target Bank: fintech agora quer ser "banco completo" para o setor logístico (Aline Massuca/Divulgação)

William Rego. CEO do Target Bank: fintech agora quer ser "banco completo" para o setor logístico (Aline Massuca/Divulgação)

Depois de criar uma gama de serviços financeiros para caminhoneiros incluindo uma conta digital, um sistema de cashback, uma série de incentivos para transformar motoristas em investidores e antecipação de recebíveis para empresas de transporte, a Target quer abandonar a postura de "fintech dos caminhoneiros" e assumir o posto de “banco digital completo" para a categoria. Em novo posicionamento ao mercado, a fintech passa a ser Target Bank, e quer ser reconhecida como a principal instituição financeira para o setor logístico do país.

Inicialmente, a parte banking da Target acontecerá por meio de uma incursão no mercado de crédito para empresas. “Estamos indo para um core banking, com produtos estruturados, além dos recebíveis. Algo muito condizente com o momento — da empresa e do mercado”, diz William Rego, presidente da empresa.

A tentativa se dá no fechamento de um contrato que marca a entrada da empresa no mercado de transportes rodoviários no Mercosul. A parceria prevê a concessão de 3 milhões de reais em crédito para uma transportadora de veículos de Santa Catarina. Com o aporte, a empresa deve estruturar uma operação de exportação de caminhões de diferentes montadoras para países como Chile e Argentina.

Essa é a primeira operação de crédito estruturada para as rotas do Mercosul feita pela Target desde a criação de seu braço financeiro Target Cash, inaugurado em 2021. No último ano, foram cerca de 20 milhões de reais em empréstimos concedidos a empresas do setor logístico por meio dessa nova vertical.

“O setor de transportes sempre foi negligenciado pelo setor financeiro”, diz Kenji Sabanai, superintendente de crédito do Target Bank. “Além da questão setorial, também existe uma questão regional, com estados não vistos, e o que fizemos foi aproveitar a nossa vantagem com produtos já voltados para esse setor e o entendimento dele para ganhar vantagem competitiva”.

Segundo Sabanai, as empresas do setor sofrem por não ter capital de giro ou fôlego para pagar os contratos. “Os fluxos são lentos e os próprios caminhoneiros demoram a receber por viagens que, muitas vezes, duram pouco”. A vantagem da Target está em antecipar esses pagamentos a menores taxas e com uma densa análise de crédito.

Agora o Target Bank mira o mercado de frigoríficos, em uma operação que já nasce com 6 milhões de reais e um projeto piloto com metade desse valor. Para 2022, a intenção é movimentar cerca de 100 milhões de reais em empréstimos para empresas do setor. Hoje, a base total da Target é de 100.000 clientes, entre caminhoneiros, empresas e postos de combustíveis.

O marketplace dos caminhoneiros

Em julho de 2021, a empresa fez sua primeira incursão nos mercados de seguro e investimentos a partir de parcerias com a Órama e a seguradora Pan Corretora. Com isso, a Target passou a oferecer produtos como previdência privada, assistência de saúde e odontológica, seguros para caminhões e o acesso a uma carteira de investimentos com títulos públicos, Tesouro Direto e também alguns fundos.

Também no ano passado, a fintech lançou a opção de crédito pessoal sem garantia para caminhoneiros. Segundo a empresa, essa era uma das principais demandas da categoria —  ainda pouco bancarizada e opera com instrumentos financeiros informais, como a carta-frete. As linhas vão de 1.000 a 30.000 reais, com taxas mensais que ficam em torno de 1,9%.

 

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