Sem promessas falsas, companhia quer crescer cada vez mais nos próximos anos (Universidade Marketplaces/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 11h30.
Última atualização em 10 de dezembro de 2021 às 10h52.
Vender pela internet foi uma das principais saídas de empreendedores e lojistas durante a pandemia. Com o comércio físico fechado, o e-commerce encontrou espaço para decolar -- e continuar em crescimento mesmo com a vacinação, como mostram dados de vendas da Black Friday deste ano. De olho nessa nova "leva" de empresas tendo que aproveitar ao máximo o potencial que o mundo digital pode oferecer, a Universidade Marketplaces estima mais do que dobrar o faturamento da companhia em 2022, chegando à marca de R$ 13,3 milhões. E já tem planos até de expansão para fora do país.
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Em terra de coachs que prometem crescimento acelerado de vendas em pouquíssimo tempo, além de outros "milagres" para quem quer empreender no mundo digital, a empresa fundada por Alexandre Nogueira, atual CEO da Universidade Marketplaces, garante que é diferente. Nada de promessas de milhões de reais logo de cara. O que a companhia oferece aos pequenos empresários que procuram por ela é a meta de atingir 120 mil reais de faturamento mensal em seis meses após o fim do período contratado. "Temos casos de um milhão de reais de faturamento depois desse período? Sim, mas são a exceção, não a regra. Prezamos muito pela confiança e pela verdade na empresa", diz Alexandre.
Fundada em 2014 como um canal de aprendizado com vídeos instruindo a como vender pela internet por meio de marketplaces -- época em que o Mercado Livre "nadava de braçada" relativamente sozinho no setor no país -- a companhia evoluiu para se tornar o que afirma ser a maior equipe de consultores dedicados a marketplaces em todo o país, trabalhando com GMV ativo de 100 milhões no Meli por mês.
Tudo isso com uma oferta relativamente simples: cursos e treinamentos e consultoria. O primeiro é um produto de entrada, dedicado aos donos de pequenos negócios que estejam presentes em marketplaces, e tem um tíquete médio de 2 mil reais. O segundo custa cerca de 10 mil reais por quatro meses e tem uma frente mais ampla de atuação: desde o diretor até o consultor, fazendo uma análise estratégica do negócio e oferecendo suporte individual, com conferências semanais de atendimento. Para dar uma dimensão, hoje, são cerca de 280 grupos de WhatsApp gerenciados pela empresa.
O diferencial, Alexandre afirma, está na equipe altamente qualificada que a companhia tem. "Vendo on-line desde 2009, gerenciei uma operação até 2015. O diretor de consultoria tem experiência nesse mercado desde 2014 e uma outra líder trabalha com o Mercado Livre desde 2016. Temos profissionais que já estiveram no front, não queremos pessoas que não conhecem esse dia a dia na prática em todas as suas etapas", diz o empreendedor. Mais de 200 empresas (de 2018 para cá, foram atendidas pelo menos 500) já ultrapassaram a marca de 100 mil reais de faturamento, segundo a empresa.
De olho em ampliar o olhar dos empreendedores para companhias, a empresa tem contratos fechados com Mercado Livre, Americanas, AliExpress, Amazon e até mesmo com o Carrefour. O modelo é o mesmo: levar conhecimento para as equipes dentro dessas empresas conseguirem aperfeiçoar processos dentro da própria operação, aumentando vendas.
A primeira a fechar contrato foi, é claro, o Meli. Hoje, a Universidade Marketplaces é consultora oficial dentro do site, fornecendo serviços para os empreendedores que procuram o marketplace atrás de conteúdo e instrução para vendas. Com essa proximidade, chegam à empresa de Alexandre desde empresas grandes de diferentes setores (com os cursos custeados pela plataforma de vendas). A maior parte desses clientes tem até 300 mil reais de faturamento mensal -- e os maiores faturam 15 milhões por mês.
Da captação própria de clientes, a maior parte é iniciante e procura entender mais sobre esse universo (caminhando, portanto, para fechar contratos de tíquete médio menor) e clientes que faturam a partir de 50 mil reais e compram a consultoria. "Isso acontece pela própria natureza do negócio. Se formos analisar uma empresa com faturamento de 60 mil reais e margem de contribuição de 15% a 20%, sobram 12 mil reais para pagar as contas e 2,5 mil para me contratar. Antes disso é muito pesado", diz Alexandre.
Na pandemia, a busca pelos serviços da Universidade Marketplaces se intensificou, fazendo com que a empresa passasse de um quadro de 13 funcionários para 53 em 2021. E deve continuar crescendo ainda mais ao longo do próximo ano, em que a companhia deve faturar R$ 13,3 milhões -- mais do que o dobro de 2021. "Queremos formar consultores em parceria com o Meli por termos muita dificuldade de contratação, além de estruturar uma área de tecnologia que pode ficar cada vez mais robusta. Para 2023, a meta é internacionalização", diz Alexandre.
É um potencial cada vez mais procurado por diferentes organizações no cenário nacional. De olho no potencial do mercado brasileiro, a Universidade Marketplaces disputa mercado com o Ecommerce na prática, escolad e negócios digitais que funciona como uma "Netflix da educação". Diminuindo o foco para os marketplaces, a companhia se aproxima das próprias clientes: Americanas -- que anunciou recentemente parceria com o Sebrae para formar empreendedores -- e até mesmo o Google lançou um programa para ajudar 20 mil PMEs a venderem online.
Além do boom que o setor de e-commerce enfrenta no Brasil, a Universidade Marketplaces também se beneficia das mudanças de carreira às quais profissionais têm sido submetidos cada vez mais. Diante de uma vida em que a ocupação pode mudar da noite para o dia, saber como vender on-line -- e bem -- pode ser um diferencial e tanto para garantir renda no Brasil de 2021. Não é difícil entender por que a companhia vê tanto espaço para crescer.