Aidson Ponciano fabrica mais de 500 peças, entre sapatos de couro de peixe e as bolsas feitas de fibras naturais e madeira (Vinicius Parente)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2011 às 07h52.
Palmas - Ele podia ser apenas mais um entre os milhares de fabricantes de calçados brasileiros. Mas o empresário de Manaus (AM) Aidson Ponciano buscou uma forma de diferenciar seu produto dos mais de 890 milhões de pares de sapatos comercializados no Brasil todos os anos, segundo números da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Há 11 anos o engenheiro aposentado parou de fazer sapatos com couro sintético e utilizar couro de peixe.
A inovação se tornou um atrativo e ele conquistou não só o mercado local, como também outros estados e países (França, Canadá, Estados Unidos e Itália). “Se eu fosse trabalhar com o couro sintético, seria só mais um. Agora eu me destaco no mercado de Manaus e já estou conquistando outras praças”, comemora.
Todos os meses são produzidas em torno de 500 peças, entre os sapatos de couro de peixe e as bolsas feitas de fibras naturais e madeira. Os preços podem variar de R$ 35 a R$ 1,5 mil. As peças são personalizadas e feitas manualmente - oito em cada dez são vendidas para turistas que se interessam pela diversidade da região.
Aidson é um dos expositores da feira montada dentro do Amazontech 2011. O evento, que foi aberto nesta terça-feira (18), se estenderá até o próximo sábado (22) em Palmas (TO). Cerca de 35 mil pessoas devem visitar o local, que reúne representantes dos nove estados da Amazônia Legal. O objetivo é gerar oportunidades de negócios sustentáveis e disseminar o conceito de inovação entre os empreendedores da região. “As pequenas empresas têm de colocar o tema da inovação em sua agenda se quiserem ser competitivas e sustentáveis a longo prazo”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Produzir algo diferente do tradicional foi o que também buscou o ex-bancário mato-grossense Paulo Sérgio Mello. Há cinco anos ele decidiu que vender peças de roupas tradicionais não iria diferenciá-lo do mercado e, assim, garantir uma clientela. Paulo optou por fabricar camisetas que fossem feitas exclusivamente de tecidos naturais ou reciclados. As que não são feitas de fibras naturais, como linho ou fibra do bambu, por exemplo, são fabricadas com tecido reciclado de garrafas pet.
“Minha ideia era buscar um caminho diferente e a resposta foi o conceito ecológico. Não queria ser mais uma loja de roupas no shopping, queria fazer algo diferente”, conta. A malha é comprada de fabricantes da região Sul, mas não é fácil de ser encontrada no mercado, segundo Paulo Sérgio. Atualmente ele produz cerca de 600 camisetas por mês e já possui representantes em três cidades diferentes.