Empresa de e-commerce agora quer ganhar o varejo físico. Por quê?
“Olhar para o físico agora é a nossa estratégia de negócios”, disse Leonardo Santos, da VTEX
Maria Clara Dias
Publicado em 31 de agosto de 2021 às 08h00.
Última atualização em 31 de agosto de 2021 às 11h36.
Desde o início da pandemia, o ritmo de expansão da VTEX, plataforma de soluções para empresas que vendem online, segue acelerado. A conclusão dessa jornada se deu há pouco mais de um mês, quando a empresa abriu capital na bolsa de Nova York e foi avaliada em 3,75 bilhões de dólares. Mas é um engano achar que o e-commerce é o único responsável por isso. A compreensão de que o varejo físico tem tanta (ou até mais) importância para as empresas no novo contexto digital do comércio levou a empresa a investir em melhorias em uma plataforma totalmente dedicada a esse tipo de venda.
Chamada de Indeva, a plataforma é fruto de uma aquisição feita pela VTEX ainda em 2018. Mas foi na pandemia que a solução passou a ter papel ainda mais relevante nas operações da empresa, com companhias buscando alternativas capazes de integrar e engajar os gestores e a equipe de venda das lojas físicas, mesmo com o fechamento dos comércios.
A atenção ao ambiente físico é um esforço da empresa, que junto da integração da Indeva também criou um núcleo dedicado à criação de soluções para o varejo físico. A estratégia parte da percepção de que a presença em diferentes canais é essencial para as companhias que desejam se destacar, segundo Leonardo Santos, líder de expansão na divisão de soluções para lojas físicas da VTEX. “Entendemos que o futuro do varejo é baseado na omnicanalidade. A intenção é sempre gerar a melhor experiência de compra e ter foco no cliente”, diz. “Olhar para o físico agora é a nossa estratégia de negócios, já que as operações físicas e digitais nunca mais conseguirão ser apartadas”.
O racional da plataforma é unir o que há de positivo nos dois canais, promovendo uma interação entre eles. Por lá, varejistas têm acesso a ferramentas de gestão para controlar o estoque físico digitalmente e também recursos como prateleira infinita, retirada de produtos vendidos online nas lojas e análise de dados sobre tráfego, tíquete médio dos consumidores, entre outros. Sem os antigos papel e caneta, a inteligência de dados chega às mãos dos vendedores de maneira digital — e eles podem transformar as informações em novas estratégias de venda.
“A ideia é permitir que o vendedor dos salões possam utilizar a arquitetura de e-commerce da VTEX, o que como consequência evita que o consumidor deixe a loja para comprar no site, mas aproveite as vantagens das duas pontas”, diz. Sob essa premissa, mais de 300 empresas varejistas já usam a Indeva, entre elas a Chilli Beans, Mr. Cat, Hering, Pandora e Imaginarium.
“Com menos clientes indo às lojas, a oportunidade está em ser assertivo com aqueles que vão até os pontos comerciais. A missão é ajudar empresas e gerar valor nessas interações”, diz o executivo.
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