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Empreendedora transforma hobby em Uber para acessórios e bolsas

Está cada vez mais em alta o conceito de economia compartilhada. Seguindo essa linha, que atrai cada vez mais seguidores, surgiu a BoBags

Bel Braga, fundadora da startup BoBags: tudo começou com as bolsas da própria empreendedora (BoBags/Startupi/Reprodução)

Mariana Fonseca

Publicado em 11 de maio de 2017 às 06h00.

Última atualização em 11 de maio de 2017 às 12h43.

Está cada vez mais em alta o conceito de economia compartilhada. Empresas como Uber e Airbnb são a prova de que a cada dia que passa o consumidor preza mais pela contratação de serviços prestados com qualidade, não necessariamente pela aquisição do produto utilizado.

Seguindo essa linha, que atrai cada vez mais seguidores, surgiu a BoBags. A empresa é um site de aluguel, compra e venda de bolsas que surgiu “para ser uma extensão do closet das mulheres, partindo do conceito de um amplo armário de acessórios que proporcione tantos estilos quanto a criatividade feminina permitir”, diz a startup .

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Em entrevista ao Startupi, Bel Braga, fundadora da startup, diz que quando idealizou a plataforma, em 2009, os conceitos de consumo consciente e economia compartilhada ainda não eram foco no mercado, e produtos de segunda mão ainda sofriam um certo preconceito.

“Mas eu sabia que em algum momento futuro o negócio iria fazer sentido. Imaginava uma realidade com mulheres compartilhando seus closets, usando melhor o que ja possuíam e sempre achei que bolsas e acessórios eram o caminho mais natural”, explica.

Até 2013, o site funcionava como um hobby para a empreendedora , que anunciava suas próprias bolsas na plataforma.

“Falava com as clientes, anotava cada feedback, respondia e-mails a noite ou em qualquer momento livre que eu tinha. Considero esse período fundamental para o negócio hoje. Aprendi muito ali, errei em um formato onde ainda era permitido errar. Acho que errar na hora certa é fundamental. Hoje quem começa um negócio desses não pode mais errar.”

Vale do Silício e investimento

Quando percebeu que startups de economia compartilhada estavam ocupando seus espaços e se tornando febre em usuários, ela largou tudo e foi para o Vale do Silício.

Bel conta que, junto com o marido, foi para Stanford fazer cursos de programação e liderança e até entrou para uma aceleradora, a Women Startup Lab.

Lá, a empreendedora teve como mentores a Fran Maier, uma das fundadoras do Match.com, toda quarta-feira tinha aula de pitching com o Bill Joos, cofundador da Garage Ventures junto com o Guy Kawasaki.

“O próprio Guy me deu feedback sobre meu pitch e meu negócio. Conheci mulheres incríveis como a Heidi Rozen e anotava cada pedacinho de conselho. Voltava pra casa e testava, pensava e avaliava”, diz.

De volta ao Brasil, a empresa cresceu e ganhou corpo. Agora, a BoBags anuncia um aporte de 125 mil reais realizado pela MIA – Mulheres Investidoras Anjo.

“Geramos um ROIC de 88% ao ano para nossos investidores. Foi um movimento inicial de ramp up e agora estamos prontos para escalar e atingir uma grande aceleração de crescimento com rentabilidade e geração de caixa”, explica Bel.

Planos e dicas

A BoBags abriu uma filial em São Paulo e hoje, junto com a base do Rio de Janeiro, atende mulheres de todo o Brasil.

A startup também lançou um serviço de entrega expressa para atender mulheres dessas duas cidades que tenham um evento e última hora e precisem dos produtos com rapidez.

O acervo da plataforma também cresceu e o marketplace foi lançado. Hoje, 10% do acervo da startup não é próprio.

“No primeiro mês de operação já temos clientes que tiveram R$ 400,00 de rendimento com bolsas que estariam paradas em seus armários”, explica.

E, para as startups que também trabalham com economia compartilhada, quais as dicas para buscar investimento?

“A minha principal dica é não ir apenas atras do dinheiro. Parece óbvio, mas não é. Busque investidores que possam contribuir com seu negocio, trazendo ideias, desafiando, criando pontes. Outra dica que aprendi é não ter ilusões de que você deve perseguir enormes valores de captação se não houver necessidade”, diz Bel.

“Quanto maior a captação, maior a necessidade de entregar resultados e retornos. Buscamos crescer com consistência, respeitando conceitos de rentabilidade, controle de custos e responsabilidade gerencial.”

Por outro lado, a empreendedora ressalta que também é importante que a empresa não deixe o crescimento engessar suas operações. É importante ficar atento para não burocratizar o negócio e, assim perder a agilidade de uma startup.

“Tem uma frase do Victor Hugo que gosto muito: ‘nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou’. Tem tudo a ver com o nosso momento”, finaliza Bel.

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