Vanessa Lucian, dona da loja Noiva no Civil: R$ 3 milhões com vestidos de noiva e otimismo com retorno das festas (Noiva no Civil/Divulgação)
Mesmo com um cenário que tornava impraticável a realização de festas, a empresária Vanessa Lucian, de 22 anos, decidiu apostar nas ornamentações que são indispensáveis (pelo menos aos convidados) nessas situações: os vestidos pomposos. Em 2020, em meio à crise causada pela pandemia de covid-19 e as restrições para eventos de grande porte que causam aglomerações, ela enxergou uma oportunidade de negócio ao abrir a Noiva no Civil, rede de lojas de vestidos de noiva e festivos.
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A premissa básica por trás do negócio está em democratizar o acesso a vestidos de baixo custo para noivas que realizam celebrações menores. A ideia veio após uma ida de Vanessa ao cartório para lidar com algumas burocracias ligadas à sua moradia. “No meio da pandemia não havia ninguém na rua, a não ser várias noivinhas casando no civil no cartório, todas de calça. A inspiração veio na mesma hora”, diz.
O contraste entre a paralisação de todas as atividades cotidianas e a continuidade dos casamentos também despertou a atenção da empreendedora, que percebeu a ausência de lojas dedicadas unicamente a vestidos de noiva para celebrações civis. “O mercado era indiscutível”, diz. “Não existia nenhuma loja para noivas que casam apenas no cartório, e o que existia era a preços exorbitantes”.
Em um único dia, ela usou uma reserva financeira de R$ 800 para criar um Instagram e site para a loja e encomendar os primeiros vestidos. As peças foram vendidas entre a leva de 15 mil seguidores que Vanessa tinha em suas redes sociais — um contingente alcançado ao divulgar marcas na internet. “Em uma semana, eu já comprava o triplo de mercadoria e ganhava mais do que o dobro do valor investido”, diz.
O ritmo acelerado de vendas levou a empreendedora a abrir a primeira loja física da rede, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. “Mesmo com a pandemia, vi que a loja vendia, e muito”. Hoje, a Noiva no Civil tem 18 funcionárias, está prestes a inaugurar sua quarta loja física, em Campinas, e tem faturamento médio de 3 milhões de reais.
A expectativa da empreendedora é chegar a 22 lojas nos próximos anos. Para isso, a intenção é estrear um modelo de franquias e também driblar as consequências de um modelo de negócios moldado pela baixa recorrência.
Para desviar das compras únicas (algo comum quando o assunto é vestido de noiva), Vanessa aposta na criação de coleções que dispensam a sazonalidade, com coleções para o dia a dia e vestidos para madrinhas, mães de noivas, formandas e convidadas de festas e celebrações menores, como batizados e chás. Em dezembro de 2021, a loja lançou uma coleção de vestidos para as festas de fim de ano. “Vamos criar uma recorrência e fazer a roda girar”, diz.
Outro diferencial da marca que deve manter o bom desempenho da empresa neste ano, segundo a empresária, é na diversidade de tamanhos das peças. “Temos vestidos que vestem do PP ao extra G, para mulheres reais”, diz.
Em 2022, a rede deve faturar algo em torno de 4,5 milhões, apoiado em um otimismo em relação ao retorno das festas, a diversificação do portfólio e a entrada no modelo de franquias.