Ele viu o seu sobrinho brincando. E teve uma ideia incrível
Após notar que seus sobrinhos enjoavam rapidamente de boa parte dos brinquedos, Daniel Pinho decidiu começar um negócio para ajudar os pais a economizar
Maurício Grego
Publicado em 10 de outubro de 2016 às 17h53.
São Paulo - Quem tem crianças em casa, na família ou apenas convive com os filhos de amigos com certeza já reparou na quantidade de brinquedos que divertem os pequenos durante algumas semanas e depois são largados em perfeito estado em algum canto da casa.
Além de pesarem no bolso dos pais, que acabam combatendo o tédio das crianças com novos produtos, os objetos abandonados passam a ocupar armários e cômodos inteiros antes de serem, enfim, descartados para liberar espaço a seus sucessores.
Foi pensando no impacto financeiro e ambiental de toda essa capacidade ociosa que o engenheiro e empreendedor carioca Daniel Pinho viu uma grande oportunidade.
Após notar que seus sobrinhos enjoavam rapidamente de boa parte dos brinquedos que ganhavam, decidiu pesquisar o mercado de trocas de objetos. Afinal, como gosta de dizer, “o brinquedo não precisa ser novo. Basta ser diferente”.
Ao observar os sites já existentes, Pinho percebeu que todos encontravam a mesma dificuldade para atrair usuários. “Eles exigiam uma combinação perfeita entre as duas partes para que a troca ocorresse. Em outras palavras, além de uma criança gostar do brinquedo de outra, ela ainda precisava ter um brinquedo que agradasse o dono daquele que ela gostou”.
Foi a partir dessa avaliação que o empreendedor desenvolveu o BrincouTrocou. Na plataforma, os usuários ganham pontos para cada brinquedo que oferecem e podem, assim, trocá-los por qualquer outro produto (veja o passo a passo de como usar a plataforma no fim do texto).
Pinho acredita que o ganho com o BrincouTrocou vai muito além da economia feita pelos pais, ajudando também na educação financeira e na consciência social de seus filhos. “O aplicativo incentiva o desapego e a socialização das crianças, fazendo com que elas abram mão daqueles brinquedos de que não gostam mais”.
Indiretamente, a troca ainda traz um benefício ambiental. Como observa o empreendedor, o reaproveitamento em escala dos objetos tem potencial para evitar a geração de toneladas de plástico.
Crise?
Pinho admite que a crise econômica deu um empurrãozinho em sua plataforma, uma vez que ela permite a obtenção de brinquedos a um baixo custo. Mas discorda da ideia de que o app possa perder força com a retomada do crescimento econômico.
“Se formos hoje na casa de qualquer família brasileira, verificaremos uma grande quantidade de brinquedos sem uso que podem ser trocados. Isso independe da condição financeira da família.”
Desde seu lançamento, o BrincouTrocou já realizou mais de cem trocas e tem 3 mil usuários cadastrados em todas as capitais do país. A maior parte são mães na faixa dos 30 anos e moradores da região Sudeste.
Pinho afirma que, até o momento, a plataforma não recebeu nenhuma reclamação ou relato de fraudes por parte dos usuários. Segundo ele, isso ocorre porque o sistema de avaliação entre pares pode acabar com a reputação de qualquer usuário mal intencionado.
Modelo de negócio
Apesar de oferecer aos clientes a primeira troca de brinquedos de forma gratuita, o BrincouTrocou cobra uma taxa de R$ 3,33 a partir da segunda transação.
“A tarifa serve para manter o aplicativo funcionando”, explica Pinho, que contratou recentemente uma designer para reformular a interface do site.
O empreendedor também está em busca de investidores e parceiros para ajudar na divulgação da plataforma.
Como funciona
O aplicativo já está disponível para Android e iOS. Para acessá-lo, basta se cadastrar com seu e-mail ou sua conta no Facebook e preencher alguns dados, como endereço e número de telefone.
Depois do cadastro, o usuário deve subir fotos dos brinquedos que quer disponibilizar para troca e indicar quantas "moedas de prata" virtuais deseja obter em troca de cada item. A partir daí, ele passa a ganhar uma moeda para cada "like" que o seu brinquedo receber de outros usuários.
“Se alguém solicitar o seu brinquedo, você ganha as moedas que solicitou mais o equivalente ao custo de envio do Sedex, que é calculado de acordo com a distância”, explica Pinho. As moedas só são creditadas ao antigo dono do brinquedo quando o Sedex confirma que o brinquedo foi entregue ao destinatário.
Outra forma de ganhar moedas é avaliando os brinquedos que foram incluídos no site. A cada 10 avaliações, o usuário ganha uma moeda. Assim, quem não tem brinquedos valiosos para oferecer pode adquiri-los se dedicar parte de seu tempo analisando os demais itens postados.
Dificuldades
Um dos grandes desafios do BrincouTrocou hoje diz respeito à massa crítica, isto é, à quantidade mínima de brinquedos necessários para que o uso do app se torne, de fato, conveniente para o público.
“Muitas pessoas ainda não se sentem incentivadas a fotografar seus brinquedos por não encontrarem outros de que gostem. Estamos tentando mudar essa mentalidade, incentivando as pessoas a cadastrar mesmo que ainda não tenham encontrado algo pelo que se interessem”.
São Paulo - Quem tem crianças em casa, na família ou apenas convive com os filhos de amigos com certeza já reparou na quantidade de brinquedos que divertem os pequenos durante algumas semanas e depois são largados em perfeito estado em algum canto da casa.
Além de pesarem no bolso dos pais, que acabam combatendo o tédio das crianças com novos produtos, os objetos abandonados passam a ocupar armários e cômodos inteiros antes de serem, enfim, descartados para liberar espaço a seus sucessores.
Foi pensando no impacto financeiro e ambiental de toda essa capacidade ociosa que o engenheiro e empreendedor carioca Daniel Pinho viu uma grande oportunidade.
Após notar que seus sobrinhos enjoavam rapidamente de boa parte dos brinquedos que ganhavam, decidiu pesquisar o mercado de trocas de objetos. Afinal, como gosta de dizer, “o brinquedo não precisa ser novo. Basta ser diferente”.
Ao observar os sites já existentes, Pinho percebeu que todos encontravam a mesma dificuldade para atrair usuários. “Eles exigiam uma combinação perfeita entre as duas partes para que a troca ocorresse. Em outras palavras, além de uma criança gostar do brinquedo de outra, ela ainda precisava ter um brinquedo que agradasse o dono daquele que ela gostou”.
Foi a partir dessa avaliação que o empreendedor desenvolveu o BrincouTrocou. Na plataforma, os usuários ganham pontos para cada brinquedo que oferecem e podem, assim, trocá-los por qualquer outro produto (veja o passo a passo de como usar a plataforma no fim do texto).
Pinho acredita que o ganho com o BrincouTrocou vai muito além da economia feita pelos pais, ajudando também na educação financeira e na consciência social de seus filhos. “O aplicativo incentiva o desapego e a socialização das crianças, fazendo com que elas abram mão daqueles brinquedos de que não gostam mais”.
Indiretamente, a troca ainda traz um benefício ambiental. Como observa o empreendedor, o reaproveitamento em escala dos objetos tem potencial para evitar a geração de toneladas de plástico.
Crise?
Pinho admite que a crise econômica deu um empurrãozinho em sua plataforma, uma vez que ela permite a obtenção de brinquedos a um baixo custo. Mas discorda da ideia de que o app possa perder força com a retomada do crescimento econômico.
“Se formos hoje na casa de qualquer família brasileira, verificaremos uma grande quantidade de brinquedos sem uso que podem ser trocados. Isso independe da condição financeira da família.”
Desde seu lançamento, o BrincouTrocou já realizou mais de cem trocas e tem 3 mil usuários cadastrados em todas as capitais do país. A maior parte são mães na faixa dos 30 anos e moradores da região Sudeste.
Pinho afirma que, até o momento, a plataforma não recebeu nenhuma reclamação ou relato de fraudes por parte dos usuários. Segundo ele, isso ocorre porque o sistema de avaliação entre pares pode acabar com a reputação de qualquer usuário mal intencionado.
Modelo de negócio
Apesar de oferecer aos clientes a primeira troca de brinquedos de forma gratuita, o BrincouTrocou cobra uma taxa de R$ 3,33 a partir da segunda transação.
“A tarifa serve para manter o aplicativo funcionando”, explica Pinho, que contratou recentemente uma designer para reformular a interface do site.
O empreendedor também está em busca de investidores e parceiros para ajudar na divulgação da plataforma.
Como funciona
O aplicativo já está disponível para Android e iOS. Para acessá-lo, basta se cadastrar com seu e-mail ou sua conta no Facebook e preencher alguns dados, como endereço e número de telefone.
Depois do cadastro, o usuário deve subir fotos dos brinquedos que quer disponibilizar para troca e indicar quantas "moedas de prata" virtuais deseja obter em troca de cada item. A partir daí, ele passa a ganhar uma moeda para cada "like" que o seu brinquedo receber de outros usuários.
“Se alguém solicitar o seu brinquedo, você ganha as moedas que solicitou mais o equivalente ao custo de envio do Sedex, que é calculado de acordo com a distância”, explica Pinho. As moedas só são creditadas ao antigo dono do brinquedo quando o Sedex confirma que o brinquedo foi entregue ao destinatário.
Outra forma de ganhar moedas é avaliando os brinquedos que foram incluídos no site. A cada 10 avaliações, o usuário ganha uma moeda. Assim, quem não tem brinquedos valiosos para oferecer pode adquiri-los se dedicar parte de seu tempo analisando os demais itens postados.
Dificuldades
Um dos grandes desafios do BrincouTrocou hoje diz respeito à massa crítica, isto é, à quantidade mínima de brinquedos necessários para que o uso do app se torne, de fato, conveniente para o público.
“Muitas pessoas ainda não se sentem incentivadas a fotografar seus brinquedos por não encontrarem outros de que gostem. Estamos tentando mudar essa mentalidade, incentivando as pessoas a cadastrar mesmo que ainda não tenham encontrado algo pelo que se interessem”.