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Ele usava sapatos emprestados e hoje fatura R$ 2 mi com o ensino de inglês

Márcio Cafezeiro é fundador da IP School, uma rede de escolas de inglês que quer ensinar o idioma de forma pessoal

Márcio Cafezeiro, CEO da IP School: escola de inglês com ensino "fora da curva" (IP School/Divulgação)

Márcio Cafezeiro, CEO da IP School: escola de inglês com ensino "fora da curva" (IP School/Divulgação)

O empreendedor Márcio Cafezeiro sempre entendeu que o autodidatismo era parte importante de sua personalidade. Ainda jovem, conseguiu fluência na língua inglesa por conta própria e por isso, decidiu levar o conhecimento adiante. Anos depois, Cafezeiro está à frente da IP School, uma escola particular de inglês que deve faturar 2 milhões de reais em 2021.

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A IP School é a consolidação do método de ensino que, para Cafezeiro, funcionou muito bem. A escola aposta nos diferentes meios de aprendizado, fugindo das tradicionais apostilas e levando em conta as habilidades individuais de cada aluno.

Fundada em 2015, a IP School já tem 13 unidades, entre escolas próprias e franqueadas. As escolas físicas ficam todas no estado de São Paulo, enquanto as franquias têm formato digital.

Antes de abrir o negócio, porém, o empreendedor teve uma jornada tortuosa. Cafezeiro decidiu abandonar a estabilidade de uma carreira no esporte como jogador profissional de futebol em clubes como Corinthians e Palmeiras, para correr atrás do sonho de trabalhar com educação. “Como atleta, sempre fui o alicerce da família. Por isso não foi uma decisão simples, mas as coisas precisam avançar”, diz.

Longe dos campos e aos 20 anos de idade, a maneira encontrada para se aproximar da paixão pelo inglês foi vender cursos de porta em porta. “Fazia aquilo por amor, mas chegava a andar 30 km por dia com sapatos emprestados. Nunca tive período de maior escassez financeira na vida”, diz.

O primeiro trabalho dentro de uma sala de aula surgiu anos depois, a convite de Raquel Araruna, um amigo proprietário de uma escola de idiomas. Juntos, decidiram fundar a IP School, anos depois.

Para chegar à fórmula final do aprendizado em inglês “fora do padrão”, Cafezeiro se especializou em áreas incomuns: neurolinguística e inteligência emocional. “Entendi que me licenciar como terapeuta seria a resposta para levar isso aos alunos”. A proposta da IP School é aplicar a neurolinguística usando o inglês como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal. “Nossa ideia é mostrar que aprender outro idioma não é uma barreira, e sim uma oportunidade. A metodologia é toda baseada em acabar com o medo do desconhecido”, diz.

Na prática, a IP School quer ensinar da maneira como os alunos aprendem, dos canais e meios mais admirados por eles aos hobbies e histórias de vida. “Percebemos que ao trazer a realidade de cada aluno para a mesa, eles ficam mais engajados e comprometidos”, diz. O resultado, segundo o empreendedor, é de até 4 meses a menos no aprendizado da língua comparada à média do mercado. Já foram 5.000 alunos formados nos últimos seis anos.

A empresa encerrou o ano de 2020 com 300.000 reais de faturamento. Mas para 2021, a projeção é mais do que triplicar esse valor, chegando aos 2 milhões de reais. A rede também proejta ter 40 franquias online já em 2022. “Com tudo isso vamos chegar aos seis dígitos de faturamento já no ano que vem”, diz.

Para isso, parcerias com instituições americanas de ensino estão sendo feitas. Em troca do investimento financeiro, essas instituições devolvem capital intelectual e desenvolvimento tecnológico envolvendo inteligência artificial, tudo para melhorar — e agilizar — o método de ensino.

Os bons números da IP School também têm repercussão social. O empreendedor mantém o Instituto Márcio Cafezeiro, uma organização sem fins lucrativos que oferece aulas e palestras gratuitas sobre temas como educação, finanças, inteligência emocional e primeiros socorros, além de arrecadar doações e prestar serviços de higiene e saúde para moradores de rua.

“Como empreendedor e pessoa negra, entendo que meu negócio não é apenas a realização de um sonho, mas cumpre um papel social e devo devolver isso à sociedade”, diz.

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