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Ela criou uma fintech que acaba com "nó" das finanças e atraiu unicórnios

Fundada pela empreendedora Ana Zucato, a Noh chega ao Brasil para ser uma resposta àqueles que precisam de uma solução financeira para dividir as contas; startup atraiu R$ 17 milhões de fundadores de unicórnios

Ana Zucato, CEO da Noh (Tiago Queiroz/Noh/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 8 de março de 2022 às 10h50.

Última atualização em 11 de março de 2022 às 11h15.

Uma temporada trabalhando em fintechs no Vale do Silício, berço da inovação em terras americanas, levou a empreendedora Ana Zucato a enxergar certas pontas soltas em soluções financeiras criadas por instituições de lá. Uma dessas ineficiências, por exemplo, estava na ausência de soluções de gestão de finanças compartilhadas — algo que, para ela, viria muito bem a calhar no mercado brasileiro.

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De olho nisso, ela criou, em novembro de 2021, a fintech Noh, num trocadilho sobre a situação enrolada de pessoas que desejam facilitar aquisições em e-commerces, pagamentos de aluguéis e outras compras feitas em conjunto. Lá fora essa tendência é chamada de “multiplayer finance”, um modelo em que duas ou mais pessoas podem compartilhar determinadas contas.

Na prática, o que a Noh faz é permitir que pessoas com despesas em comum possam criar grupos e fazer transferências para uma conta digital com os valores devidos por meio de Pix, boletos ou cartão de crédito pré-pago. A fintech se encarrega de fazer a cobrança depois de uma divisão pré-fixada. “Muitas vezes, uma conta não é 50/50, e ter de fazer essa divisão é exaustivo. A Noh cuida desse cálculo automático”, explica a empreendedora.

É um recurso que pode facilitar a vida de milhares de brasileiros já familiarizados com o hábito de dividir as contas, ela afirma. "Dividimos o Netflix e o aluguel da melhor casa de praia no carnaval. Agora vamos juntar pessoas para digitalizar tudo isso”, diz.

Nesta terça-feira, a Noh sai do papel após um investimento inicial de R$ 17 milhões capitaneado pela Kindred Ventures e com participação da Positive Ventures e de investidores-anjo que incluem Biz Stone, um dos fundadores do Twitter, e também fundadores de unicórnios como Patrick Sigrist (iFood) e André Penha (Quinto Andar).

A primeira versão do aplicativo passará a funcionar em março. Neste primeiro momento, apenas alguns usuários selecionados poderão usar os serviços da fintech. A expectativa de Zucato é que cerca de 350 grupos (cerca de 700 clientes, nas contas da CEO) entrem no aplicativo e, em abril, ele esteja liberado para o público geral.

“Queremos fazer as pessoas amarem pagar boletos. Essa é nossa missão”, diz.

Simultaneamente, apostar no amadurecimento do multiplayer finance é algo que já tem sido feito por outras startups do Brasil. É o caso da fintech Cumbuca, fundada pelo empreendedor Daniel Ruhman, e que mira jovens casais ou colegas de apartamento em busca de um jeito mais simples de juntar recursos para pagar despesas em conjunto como boletos de aluguel, contas de água, luz, telefone, e por aí vai.

No caso da Noh, o sucesso do modelo já pode ser visto pelos números dos primeiros meses de operação. O projeto piloto do produto, nos últimos seis meses, já transacionou mais de 250.000 reais. “O mais importante é, na verdade, o que aprendemos com isso”, conta. “Passamos a entender os hábitos e pagamento, os valores, e isso vai nos ajudar a partir de agora”.

Agora, a missão da Noh é continuar desfazendo os nós das finanças compartilhadas. O primeiro passo será avançar nas contratações da porta para dentro. Além disso, parte do capital também será usado para marketing e para facilitar a chegada do produto ao mercado em larga escala.

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