PME

É possível vender até os produtos mais incomuns

Meu amigo queria encontrar um terreno onde pudesse construir uma casa parecida com a dos índios. Eu sabia onde havia uma prontinha, com luz elétrica e água encanada, à venda

Não interessa o que você tem a oferecer. Se souber procurar, vai achar alguém querendo comprar (Egberto Nogueira)

Não interessa o que você tem a oferecer. Se souber procurar, vai achar alguém querendo comprar (Egberto Nogueira)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 05h00.

São Paulo - Eu e minha mulher temos um amigo que, por ser descendente de índios, gosta de coisas relacionadas à cultura indígena. Recentemente, recebemos um e-mail no qual ele nos perguntava se havia algum terreno a um precinho camarada na cidade do interior paulista onde temos uma casa — ele queria, segundo nos disse, encontrar um bom lugar para construir sua oca. 

Não sabia se meu amigo estava brincando ou falando sério, mas na hora em que li a mensagem tive um estalo — há uma casa em forma de oca à venda no condomínio onde moro. A primeira moradora do lugar era indigenista e, anos atrás, construiu sua morada seguindo o modelo tradicional dos índios.

O tempo passou, o condomínio cresceu, a vizinhança aumentou e ela resolveu se mudar para um local mais ermo, no meio da mata, em busca de sossego e contato com a natureza. Na mesma hora liguei para esse amigo e contei que sabia onde ele podia encontrar uma oca prontinha, com luz elétrica, água encanada e escritura no cartório.

Por trás dessa pequena história, há um ensinamento que todo vendedor deveria aprender — por mais es­drú­xulo  ou incomum que seja um produto, sempre vai ter alguém querendo comprar. Basta saber encontrar e se comunicar com o cliente em potencial.

Meu amigo e a dona da oca podem não fechar o negócio — dias atrás, soube que eles ainda não haviam se acertado a respeito do preço e das condições de pagamento. Mesmo assim, o mais importante é a vendedora da oca ter encontrado um possível comprador. Já é meio caminho andado.

Lembrei essa história ao ouvir, nas últimas semanas, vários empreendedores reclamando dos negócios. É um tipo de lamentação bastante comum em épocas como esta — o fim do ano está se aproximando e tem muita gente por aí arrancando os cabelos por achar difícil atingir as metas traçadas meses atrás.

Conheço o dono de uma empresa que acredita seriamente que seus clientes foram abduzidos por um extraterrestre, porque não aparecem mais nem para tomar um cafezinho e jogar conversa fora. Outro está crente de que a companhia telefônica o está sabotando, pois o telefone quase não toca.

Para quem está nessa situação, minha sugestão é: não desanime! Se você precisa fazer algo urgentemente para melhorar ou mesmo salvar os resultados de 2012, bote os vendedores para gastar a so­la dos sapatos atrás dos consumidores. Faça-os visitar os antigos clientes, mesmo que seja só para dizer um olá.

Elabore uma lista de potenciais compradores e ponha a turma para trabalhar. Vá atrás de quem nunca comprou de sua empresa e peça para marcar uma reunião.Mesmo que os clientes não possam ou não queiram fechar negócio agora, não há nada a perder. Talvez não dê para melhorar as vendas imediatamente, a tempo de trazer receitas neste ano — mas esse pode ser o começo de bons contatos que vão render muitos frutos em 2013.  

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedoresEmpreendedorismoPequenas empresasVendas

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar