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Duas empresas brasileiras são destaque em lista do Fórum Econômico Mundial

Startups brasileiras Descomplica e Cargo X foram selecionadas na lista global de 100 empresas pioneiras de tecnologia de 2020 da entidade

Federico Vega, da CargoX: aproximação com os serviços das fintechs é uma das peças para a criação de um “ecossistema logístico com clube de benefícios” (Marcelo Pereira/FOTOKA/CargoX/Divulgação)

Federico Vega, da CargoX: aproximação com os serviços das fintechs é uma das peças para a criação de um “ecossistema logístico com clube de benefícios” (Marcelo Pereira/FOTOKA/CargoX/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 17 de junho de 2020 às 13h06.

Última atualização em 17 de junho de 2020 às 15h34.

O Fórum Econômico Mundial divulgou sua lista anual das 100 empresas de tecnologia pioneiras no mundo. A seleção traz companhias que estão tentando resolver problemas globais com tecnologia de ponta e que têm potencial de serem grandes tomadoras de decisão no futuro. Esta é a vigésima edição da lista. No passado, empresas como Airbnb, Google, Spotify, TransferWise e Twitter figuraram entre os selecionados.

Na América Latina, apenas quatro empresas foram selecionadas. Duas delas estão sediadas no Brasil, a edtech Descomplica, que ajuda estudantes a se preparar para o vestibular, e a Cargo X, que conecta cargas com caminhoneiros e transportadoras. 

Do Enem à estrada: as pioneiras brasileiras

O Descomplica foi fundado em 2011 e alcança cerca de 5 milhões de estudantes por mês. A empresa oferece uma plataforma digital de estudos, com aulas em vídeo exercícios e sugestões de textos. A empresa também anunciou, no começo de 2020, sua entrada no mercado de ensino superior, com quatro cursos 100% online. 

"Estamos muito contentes com a oportunidade de fazer parte de um grupo tão renomado. Essa é uma recompensa pelo nosso trabalho duro em educação, e a prova de que estamos no caminho certo ao usar a tecnologia para os nossos estudantes conseguirem alcançar seus objetivos", diz Marco Fisbhen, presidente do Descomplica. 

A Cargo X, que também está no ranking, desenvolveu em 2013 um aplicativo para conectar caminhões e transportadoras às cargas disponíveis. Atualmente, a startup, que conta com cerca de 400 colaboradores, conecta aproximadamente 20.000 empresas de transportes e 400.000 caminhoneiros com cargas. Em 2020, a meta é dobrar o número de parceiros transportadores na sua rede.

“Entrar nesta lista tão renomada comprova que os diferenciais tecnológicos da Cargo X estão sendo importantes não apenas para nosso setor, mas também para toda a sociedade, especialmente em um momento no qual o transporte rodoviário se torna ainda mais essencial no Brasil para garantir o abastecimento durante a pandemia”, afirma Federico Vega, presidente da Cargo X.

Nesta quarta-feira, 17, a empresa anunciou que recebeu um aporte de 15 milhões de reais da Pattac Empreendimentos, que será usado para ajudar com capital de giro transportadoras afetadas pelos efeitos da pandemia do coronavírus e que operam no marketplace da startup.

Em abril deste ano, a startup havia recebido um investimento de 80 milhões de dólares (cerca de 420 milhões de reais) de um grupo de investidores liderados por LGT Lightstone Latin America, Goldman Sachs Growth Equity, Valor Capital e Farallon Capital. 

As outras duas empresas latino-americanas na lista do Fórum Econômico Mundial são a chilena NotCo e a argentina Ripio. A NotCo é conhecida por produzir alimentos como maionese, leite e sorvete usando somente vegetais. A empresa já levantou 33 milhões de dólares, sendo que 30 milhões vieram do fundo liderado por Jeff Bezos, da Amazon.

A Ripio, por sua vez, é uma fintech que administra carteiras digitais para armazenar, comprar ou vender bitcoins. De acordo com a plataforma Crunchbase, a empresa levantou 44 milhões de dólares desde sua criação em 2013.

As 100 selecionadas

A lista de 2020 traz empresas que trabalham para proteger o planeta, melhorar os sistemas de saúde, a educação, os transportes. “A turma de Pioneiros da Tecnologia deste ano está melhorando a sociedade e ajudando a avançar suas indústrias ao redor do mundo”, diz Susan Nesbitt, diretora global da comunidade de inovação do Fórum Econômico Mundial.

A seleção inclui empresas de países como Argentina, Brasil, China, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Índia, Israel, Japão, Quênia e Singapura. Das 100 companhias, 25% são lideradas por mulheres, mais que o dobro da média da indústria de tecnologia. 

Cada uma das selecionadas ajuda seu país de forma diferente. A indiana ZestMoney, por exemplo, usa tecnologia para oferecer crédito barato para pessoas que não conseguem linhas nas instituições tradicionais. Já a Twiga, do Quênia, usa um banco de dados para tornar as cadeias de distribuição de comida mais eficientes e baratas. 

Algumas das empresas criaram soluções novas para ajudar o mundo com a pandemia de coronavírus. A americana Sherlock Biosciences e a chinesa Genetron Health ajudaram a desenvolver opções de teste rápido para covid-19. A sul-coreana Lunit, por sua vez, liberou gratuitamente seu software com inteligência artificial que analisa doenças pulmonares em exames de raio-x.

As companhias que estão na lista serão convidadas para participar de workshops, eventos e discussões organizados pelo Fórum Econômico Mundial. Elas também terão a oportunidade de trabalhar com governos e agentes do setor privado para auxiliar na criação de novas soluções para o futuro. Confira aqui a lista completa.

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